quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Segurança privada

Caso o ante-proclamado vencedor das anteriores eleições (com «apenas» 49%) e auto-proclamado vencedor das futuras (com uns exorbitantes 80%) pretenda assegurar a sua «valiosíssima» (vaidosíssima?) integridade física, o melhor talvez seja protegê-lo na prisão de Mansoa, onde tem condições condignas de permanência: com um requerimento talvez se consiga mesmo arranjar ligação à internet, para ir vendo o FB.

Talvez possa pedir um orçamento ao Estado, para fornecimento de serviços de segurança privados, de forma a equilibrar as finanças da tropa. Depois de ter desmerecido as chefias militares já depois de ter sido deposto («_Não respondo a subordinados»), parece-me que o serviço lhe sairá relativamente caro. Talvez possa pagar em gasóleo... O melhor talvez seja mesmo uma chegada de surpresa: já não há «rent an heli» em Conacri?

Talvez possa melhorar as suas probabilidades de sobrevivência trocando a sumbia por um capacete; face ao desarmamento dos guarda-costas, talvez seja melhor arranjar também guardas-barriga, pois muitos dos familiares injustiçados das suas vítimas poderão pensar em atacá-lo de frente...

23 comentários:

Anónimo disse...

Melhor mesmo seria se os familiares de suas vitimas formalizassem uma acusação aos tribunais, com provas e ele ser julgado e condenado. Chaga de brutalidades e também de acusações sem apresentação de provas. Queremos uma Guiné em que todos os criminosos, mas todos sem exceção, mandantes e executores, sejam traduzidos a uma justiça imparcial e despolitizada, mediante acusações com provas. Chega de ficar instigando os militares para mais crimes, mais sangue e mais desonra para o povo da Guiné-Bissau.

7ze disse...

Sim, isso seria o ideal. Imparcialidade nos tribunais, legitimidade dos governantes, lealdade dos militares.

Esperemos que seja esse o caminho, sem mais sobressaltos, que honre o povo da Guiné-Bissau. Djarama pelo contributo.

Retornado disse...

Os criminosos e as vítimas no Ruanda são tão numerosos que a "comunidade internacional" após assistir calmamente de sofá, deu conselhos aos ruandeses para apertarem as mãos.

Se os conselhos valessem dinheiro não se davam, vendiam-se.

Unknown disse...

É difícil para mim entender certos comentários!
Tinha 11 anos quando Portugal redescobriu o caminho para a democracia. Durante 48 anos Portugal viveu debaixo de uma tenebrosa ditadura que nos tornou num dos mais subdesenvolvidos povos da Europa! Todo um povo de muitas gerações, sofreram de boca calada quantas vezes pelas armas. Em Portugal como em Timor, em Angola, Moçambique, Cabo-Verde, São-Tomé e Príncipe, e Guiné-Bissau!
O golpe de estado de 74, foi um grito de revolta contra um sistema arbitrário que nos aprisionava na nossa própria terra. Aqui e mais ainda em África e na Ásia.
Cresci com o pensamento de que por muitos malefícios que a democracia e a escolha do povo possam ser difíceis de aceitar pelas minorias, mas repito, cresci também com o pensamento e a convicção de que a tolerância e o respeito pelas maiorias, são valores a defender e a aceitar!
Na Guiné-Bissau, como em Portugal ou em qualquer outro lugar, o voto do povo deverá ser sempre considerado como valor sagrado. Para aqueles que defendem e apoiam o golpe de estado, sob um estado democrático, para aqueles para quem 68% ou 49% em eleições com mais de 15 partidos e 8 candidatos presidenciais não representam vontade popular, para esses o que é vontade popular, o que é democracia?
E termino com uma interrogação e meia!
Será Carlos Gomes Junior o único responsável moral( para alguns até material) dos assassinatos que ocorreram na Guiné Bissau após 2004? Não haverá responsabilidades iguais ou acrescidas em figuras como o (s) Presidente da República, (o mais alto cargo da nação) o(s) Procurador Geral da República, o(s) Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o (s) Chefe do Estado Maior das Forças Armadas?



Anónimo disse...

Boa reflexão Sr. Marcelo Marques!

7ze disse...

A «maioria» é um conceito relativo.

Por exemplo, na Guiné, dada a dispersão, maioria não quer dizer absolutamente nada.

Tal como em Portugal, onde também quer dizer muito pouco: já o (pós) Marechal Spínola, tentou subverter o conceito da rua, fazendo apelo à componente «não manifestada».

Tanto em Portugal, como na Guiné, a maioria «silenciosa», de longe o «maior» partido, representa cerca de metade do eleitorado.

Mas isso não se mede sequer em termos de simples «quantidade»: numa democracia, dez burros ganham a nove inteligentes; acha bem?

A legitimidade, como muito bem sente o Marcelo, que faz parte dos 50% certos, não se pode medir a granel.

Estaremos no caminho certo quando reconhecermos outras fontes de legitimidade mais substanciais, consistentes e menos voláteis.

Como por exemplo na Guiné, com o reconhecimento do potencial político de mediação e regulação que reside na chefia tradicional.

E o regime que tão veementemente condena poupou Portugal a uma Guerra Mundial... o 25, foi cedo atraiçoado; segundo o Maia, morreu antes das 13h, quando apareceu o (depois) Marechal (ex-Governador da Guiné) armado em «Senhor da Guerra» para tomar «conta» da ocorrência...

Não tenho quaisquer dúvidas de que a esmagadora maioria do povo português aplaudiria de olhos fechados qualquer proposta consistente que um «apertador de calos» com o mínimo de carisma lhe apresentasse, mesmo que fosse «à bruta».

Na Guiné, como referiu o Didinho (que para além disso, hoje faz anos), numa feliz comparação com o Egipto, houve uma oportuna combinação de bom senso com pragmatismo, que não só evitou o pior, como permite uma réstea de esperança quanto ao devir.

Adjarama, Marcelo

PS Sente-se claramente que o Marcelo «bebeu» água do Geba... embora já tenha saído da Guiné há algum tempo, continua envolvido com aquela que reconhece como uma «gente especial».

Anónimo disse...

egipto/guine eu acho q sao 2 casos diferentes...no egipto o povo foi a rua,eu nao ouvi isso na guine .
tambem quando a afirmaçao de envitar o pior.isso so dxpois d alguns anos vamos ver . sera que essa data vai servir de referemçia?

Anónimo disse...

Peço desculpas, mas acho que é estapafúrdia e sem nexo esta comparação do Egipto com a Guiné. Os intelectuais golpistas a acharem que evitaram uma guerra civil na Guiné! Quanta pretensão e incongruência!?... Os únicos de armas em punho e dispostos a matar eram os militares guineenses! Quem estaria do outro lado da trincheira? Os angolanos que não reagiram ou o povo indefeso? Vamos parar com esta basófia inútil!...

Anónimo disse...

..."Estaremos no caminho certo quando reconhecermos outras fontes de legitimidade mais substanciais, consistentes e menos voláteis. Como por exemplo na Guiné, com o reconhecimento do potencial político de mediação e regulação que reside na chefia tradicional."...
Pura viagem na maionese; pura divagação Sr. 7Ze. O poder tradicional tem um carácter completamente diferente do poder político central. E neste, é a maioria que conta, sim! Que papo furado é este!?...

Anónimo disse...

Este 7ze não ‘bebeu’ água do Geba, bebeu ataia dju e ficou atrofiado. Só escreve disparates e mais disparates.
Vocês querem prender Cadogo com acusação de autoria moral dos crimes, e já prenderam por acaso os autores materiais?
O Pansau N’tchama que confessou ao Didinho a sua participação no assassinato do Nino Vieira a mando do António N’djai, porquê que não é chamado a depor no ministério público?
Os militares que mataram e esquartejaram o cadáver do Nino Vieira estão detidos? Porquê que não são detidos?
Deixem de brincar com o povo Guineense. Isso vai acabar mal.

Unknown disse...

Meu caro 7ze, sobre o 25 de Abril tenho uma opinião que hoje penso ser partilhada por muitos portugueses, desgostosos e até revoltados como eu. Usaria um ditado para a definir,…”Atrás de mim virá quem de mim bom fará”!
Não tão radical porém, porque, reconheço com realismo, a revolução foi importante não só para os portugueses mas também para milhões de irmãos africanos e asiáticos. A eles, porque os retirou de uma tirania sangrenta de 500 anos, a nós porque acordámos de uma longa noite de 48 anos, e á luz do dia reaprendemos, a falar, e a decidir por nós!
Porque a democracia é isso mesmo, quando se vota, e se constrói maiorias não vamos nem podemos discutir como você escreve, “que são conceitos relativos, que existe dispersão”, porque então eu pergunto, para que servem eleições? Para que servem quando são aceites inicialmente pelas partes envolvidas? Com muitos ou poucos votos, politizada, estigmatizada,etnizada, o quer se seja são eleições, aceites pelo povo, aceites por quem concorre, ou não foi assim? Estas questões não irão continuar a ser recorrentes na Guiné-Bissau e noutros países? A verdade, a grande verdade é que quem votou, votou em quem entendeu ser a melhor solução! E o dever de todos, é aceitar a soberana decisão do povo! Ou então rasga-se os princípios da democracia e da constituição e faz-se um golpe de estado, para usurpar o lugar do povo!
E é verdade que eu faço parte da maioria não silenciosa, voto em branco, não concordo, e manifesto essa discordância. Na GB com o” seu ditador” pôde fazê-lo, hoje com os democratas está proibido pelas armas. É mentira? Provavelmente se aqui em Portugal, Otelo pudesse fazer a tal nova revolução pela democracia que ele fala, eu já teria sido preso pelo que digo! Por isso eu respeito a verdadeira democracia, a do povo, não a das armas, posso não concordar, mas aceito! E esta é a minha opinião, aqui bebendo as águas do Zêzere ou do Unhais, por lá bebendo as do Geba ou do Corubal!

Anónimo disse...

O 7Ze até que é um bom português. Daqueles que gostam da Guiné e se preocupam com o que passa na ex-província ultramarina. O problema do 7Ze é que ele anda na companhia de maus guineenses. E estes, que sao intelectuais golpistas, andam a incutir-lhe idéias absurdas para justificarem o golpe e o nosso pobre português a engolir, qual uma taça de vinho, dos bons, lá da quinta...
Foi assim que o enganaram aquando daquela reunião dos militares golpistas com os veteranos da luta de libertação; fizeram-no acreditara que com o golpe evitaram uma guerra civil na guine e agora acredita piamente que Cadogo matou sozinho Tagme, Nino, You, Baciro, Yaia e Cacheu. Ah! E ainda acredita que a Guiné deve ser governado por Regulo...
Nossa Senhora de Fátima, olhai pela vossa freguesia e livrai-lhes da companhia dos maus guineenses... amen!

Didinho disse...

Aos que falam de intelectuais golpistas e outras insinuações, apenas faço um convite: leiam ou releiam os seguintes artigos publicados na secção Editorial do site www.didinho.org entre 01.11.2010 e 07.11. 2010

Onde estavam estes anónimos para defenderem o que aquele que insinuam ser intelectual golpista defendeu nessa altura evitando a queda do Governo do PAIGC chefiado por Carlos Gomes Jr.?

Fala-se muito, pensando que não há arquivos... Sou um homem de princípios, a coerência é uma das minhas virtudes!

EM DEFESA DAS INSTITUIÇÕES DA REPÚBLICA E DA DEMOCRACIA (5) 06.11.2010
EM DEFESA DAS INSTITUIÇÕES DA REPÚBLICA E DA DEMOCRACIA (4) 05.11.2010
EM DEFESA DAS INSTITUIÇÕES DA REPÚBLICA E DA DEMOCRACIA (3) 04.11.2010
EM DEFESA DAS INSTITUIÇÕES DA REPÚBLICA E DA DEMOCRACIA! (2) 04.11.2010
EM DEFESA DAS INSTITUIÇÕES DA REPÚBLICA E DA DEMOCRACIA! 01.11.2010

Didinho disse...

Já agora, mais um convite à leitura e reflexão:

http://www.didinho.org/AGUINEBISSAUDE01DEMARCODE2009A01DEABRILDE2010.htm

Tal como escrevi uma vez, repito:

Não me julguem por aquilo que tenho feito pela Guiné-Bissau, mas sim, por tudo que não for capaz de fazer (ainda que voluntariamente) para ajudar a mudar positivamente a minha terra e a vida dos meus irmãos guineenses!

Didinho

Anónimo disse...

Perdeu-se uma oportunidade de ficar calado. Uma pena esta reacção inútil. Perdeu-se uma oportunidade de esclarecer o silêncio ou melhor, o porquê de não ter confrontado o actual PGR com as declarações do Pansau N’tchama -agora em Bissau, sobre o assassinato do Nino Viera que tem incomodado muita gente…
O porquê das incoerências explica-se com: mudam-se os tempos…

Unknown disse...

Meu caro Didinho!
O seu site é desde á uns anos, uma fonte onde se bebe informação e formação sobre a nossa Guiné-Bissau! Lá ou aqui, habituei-me como muitos outros, a ver no seu site uma opinião clara, isenta e patriótica. No entanto na minha opinião, tudo muda a partir do golpe de estado de 12 de Abril de 2012.
Você poderá negar, poderá continuar a copiar links de opiniões suas que contrariam a minha opinião, mas repare que quase todas elas são anteriores ao golpe. Depois, há um facto que me parece inaceitável e que são os seus ataques e insultos a Carlos Gomes Junior e Raimundo Pereira, com acusações, que, para quem é licenciado em direito, me parecem até perigosas!
É a sua opinião, é a sua posição, e quem sou eu para a criticar, mas que são factuais penso que você não tem duvidas. Se me permite aliás, a minha opinião é a de que você deixou de ser um jornalista, um observador, um crítico, e passou a ser, ou a ambicionar ser UM POLITICO! Tem toda a legitimidade sem dúvida, mas parece-me que seria mais correto assumi-la claramente!
E fica claro que continuarei a ser um leitor diário e fiel do site Contributo!

Didinho disse...

Se o Didinho de facto passou a ser o que alguns dizem, importa questionar: quais foram ou sao os beneficios obtidos?
Foi nomeado para algum cargo politico ou administtativo?

Foi-lhe garantida segurança para regressar a Guine?

Outrossim, nunca disse ser licenciado em Direito. Tambem nuncca disse que era jornalista!

E assim vai-se dizendo de alguem o que esse alguem nunca disse... Tanta conversa quando nnem sequer procuramos conhecer a pessoa que se escolheu como alvo.

Anónimo disse...

Palmas para tí Marcelo Marques! Nem mais, nem menos. BUA CABAL NAM!...

7ze disse...

O Didinho, tal como o Doka, aliás, nunca pretendeu ser jornalista. O Didinho assumiu-se como um amante do seu país e da sua identidade a construir, tal como o Doka se assume como um «denunciante».

O facto é bem apontado, Marcelo, mas o Didinho, pura e simplesmente, é uma pessoa humilde e não faz parte do seu estilo fazer grande escarcéu em torno da sua pessoa. Como sei que também tem estado atento ao meu blog, é claro que já percebeu que o Didinho, que acabou de fazer 52 anos, sentiu que é tempo de aceitar o desafio e disponibilizar a sua pessoa para o que o seu país precisar, para um contributo político positivo no terreno. E talvez este seja o momento mais indicado para isso. Ainda há bem pouco tempo, aquando da última visita de Ramos Horta a Lisboa, publiquei uma imagem esclarecedora disso que acaba de apontar, «Avenida da Liberdade»; até na minha mensagem de parabéns está implícita a mesma ideia. É um percurso, óbvio para os mais atentos, um estilo próprio, mas não configura propriamente uma atitude de dissimulação.

Não estamos a falar de cargos nem de «mama taku», estamos a falar de um projecto sério e consistente de que a Guiné carece. Isso é uma questão de atitude.

Força, Didinho

kanua ka n'kadja

Unknown disse...

Meus caros Didinho e 7ze!
Não quero nem devo alimentar discussões estéreis e inúteis, quando está em causa o bem estar do povo. Peço desculpa ao Didinho se o chamei advogado, e jornalista e na verdade oficialmente não ocupa nenhum desses cargos, mesmo andando lá próximo.
Sobre tudo o que escrevi mantenho e reforço a minha opinião, e direi mais até.
Todos aqueles que vierem de mãos limpas, peito aberto, sentido de dever e coragem patriótica no sentido de ajudar este país a reerguer-se, serão naturalmente bem-vindos. E não tenho dúvidas de que o Didinho se decidir avançar, fará parte desse contingente!
Mas aproveito para deixar a ambos se algumas questões se entenderem por bem disponibilizar a vossa opinião!
Qual a vossa opinião sobre as motivações que levaram ao golpe de estado de 12 de Abril de 2012? Consideram que tal se justificava?
Como analisam o papel do governo de transição ao longo deste período?
Consideram que existem condições para se efectuarem eleições conjuntas na data prevista?
Como analisam a posição da comunidade internacional,(CPLP,NU,UA, etc) em relação ao pós golpe de estado?
Como analisam a posição de Cadogo em querer regressar e ser candidato?
Como avaliam as ultimas declarações de António Injai?
Como entendem que deveria ser feito a gestão de todos os crimes políticos ocorridos no passado na GB?
Cadogo é parte do problema ou parte da solução?
Como antevêem o 25 de Novembro no pressuposto de haver governo e Presidente eleitos pelo povo?
Que tipo de reformas são necessárias para a sustentabilidade politica,social e militar da Guiné-Bissau?
Estas são algumas das muitas perguntas que eu gostaria de ver respondidas por pessoas que independentemente de admirar, sinto que se posicionaram do lado contrário ao do interesses do povo da Guiné-Bissau!

Anónimo disse...

Colocar o Dinho e o Doka no mesmo patamar é uma ofensa grosseira ao Didinho, desculpe que lhe diga e só não reage porque precisa de aliados…

Anónimo disse...

Marcelo Marques GOSTO Dos teus comentarios.
verdade è que ha muitos interrogaçao para responder sao tantas ...
serà que daqui a 5;10,anos estamos a falar de uma gb deferemte(politica ou militar)

7ze disse...

Csro Marcelo:

São realmente muitas perguntas. Aqui o meu blog tem bastante material com a minha opinião sobre esses assuntos, quanto ao Didinho, não sei, mas de qualquer forma, eu aceito o desafio, tentarei responder, de forma sintética, dentro de pouco tempo.

Um grande abraço