"Gostaria agora de dizer que em relação às mulheres na luta, há aquelas que nunca são mencionadas, entre as quais as primeiras mulheres que o Amílcar Cabral enviou à China, como a Nhima Dabo, a Carlota Sanca, a Aua Cassama (a senhora que foi assassinada em Boké ainda antes da morte de Cabral possivelmente por discordar de alguns aspectos de como estava sendo conduzido o processo… ou talvez porque sabia de algo relacionado com um possível complô para eliminar Cabral). Portanto, que eu saiba, essas foram as três primeiras mulheres que foram estudar fora da Guiné. Mas há outras: por exemplo, a Paulina Cassamá, a Tambura Na Canté, a Tchadi, a Sugunda Na N’Kabna (miliciana muito destacada), a Maria Osvaldo. Éramos várias no Norte. Essas eu conhecia. A Matilde, esposa do André Pedro Gomes. Quer dizer, tínhamos mulheres destacadas e é importante conhecerem-se essas figuras e saber o que fizeram e, talvez um dia, homenageá-las com nomes de ruas ou praças. E para que os nossos jovens saibam quem foram elas e o que fizeram. Por exemplo, a Isabel Leal de que lhe falei, foi uma senhora importante na luta, mas a maior parte das pessoas não a conhece e nem sabe o que ela fez."
Declarações de Ana Maria Gomes Soares, in Mindjeris di Guiné, ka bô m’pina, ka bô burgunhu, de Patrícia Godinho Gomes.A mesma, a mais próxima de Titina Silá na Frente Norte, informa-nos também, numa curta-metragem🎬 da cadeia ARTE que só soube da sua morte mais de um ano depois. Curioso. Que razões poderiam existir para ocultar na origem um desfecho tão "glorioso"?
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