quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O suicídio de uma nação

É engraçado como as coisas mais improváveis batem certo. Que significa a «indisposição temporária» que acometeu o Presidente angolano às 11h00, hora marcada para falar ao país, precisamente quando toda a gente esperava com ansiedade para ouvi-lo? Um pedido de demissão?

É, no mínimo, falta de respeito. Em tempo de vacas gordas, nunca perdeu esta oportunidade; a atitude é uma grave irresponsabilidade, minando em profundidade o seu campo de legitimidade, já muito afectado.

Julgo compreender agora, o sonho que o meu amigo Dago comigo partilhava ontem (embora não esteja on-line, para lhe perguntar, julgo que não se importará que divulgue, pois não tem nada de pornográfico): o Dago sonhou com Luaty Beirão como Presidente de Angola. De facto, isso traduz o que se passou. A dignidade de Luaty colocou José Eduardo dos Santos de joelhos. Se ZéDú está velho e caduco, tenha a ombridade de chamar o filho do seu amigo e passar-lhe o poder.

Quando assumiu o poder, JES não era muito mais kota do que Luaty hoje. Angola precisa de sangue novo, e pode dar graças a Deus (não a[d]os Santos) de o ter: jovens que aprenderam a pensar pela sua própria cabeça! Onde já se viu, numa terra de bajuladores e atrofiados do sim, senhor, prender professores universitários e jovens com várias licenciaturas?! Essa seria uma transição tranquila, uma África do Sul ao contrário, e JES ganharia o Prémio Nobel da Paz do ano que vem...

Alternativas, mô kota?

PS O título é dedicado a Mena Abrantes, último reduto intelectual do regime, que confessa ter esgotado os argumentos.

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