Ofendida pelo voto de pesar adoptado pela assembleia da república relativamente ao Tenente-Coronel Marcelino da Mata, a pseudo-inteligência do revisionismo histórico, confessa-se declaradamente traumatizada por ter sido desvirginada no sítio errado, compreendendo perfeitamente que se trata de um auto de acusação. Depois de anos em que reinaram na comunicação social, o seu confinamento à defesa fez-lhe estalar o verniz, mostrando a sua verdadeira face completamente obsessiva. O desmascarar do seu vazio ideológico, sob coberto de uma capa pretensamente científica, ficou igualmente bem patente, com as estúpidas e condenadas ao fracasso tentativas de contra-ataque, nas quais a sua frágil base ideológica de um racismo unidireccional foi inteira e extensamente exposta ao ridículo. O que talvez ainda não tenha percebido a ex-virgem é que, depois do que se passou, nada será como dantes, e que o seu estatuto passou a ser o de prostituta fora do prazo de validade (correndo assumidamente o risco, para efeitos insultuosos, de ofender as honestas profissionais do sexo, e fazendo lembrar o slogan do PREC "as putas ao poder, que os filhos já lá estão"). Nas redacções, confrontadas com as reacções, começa-se a perceber que o suposto unanimismo pretensamente progressista e insidiosamente provocatório, cujo expoente máximo encarnou no ícone, só cretino, de Fernanda Câncio, não só saiu de moda, não drenando já qualquer leitor, mas pelo contrário, afasta os poucos leitores e consumidores de televisão que ainda restam, a favor de propostas alternativas melhor alinhadas com as tendências mais razoáveis e socialmente críticas do miserável status quo reinante, agravado pela profunda crise socioeconómica pós-pandémica que se adivinha, estimuladas pelos novos meios distribuídos de comunicação, sinalizando o fim da era dos média de massa, pelo menos tal como os concebemos (e do qual o melhor exemplo foi a dissonante interrupção, mais de século e meio depois, do carácter diário das notícias do diário de notícias). As tentativas de reconstrução do hímen perdido, pela repetição goebbeliana dos mesmos argumentos mais que estafados, raiam o patético e mais não são que vulgares confissões da derrota anunciada. Assumida a ruptura, a mudança de paradigma será rápida, e as suas "vítimas" nem sequer passarão à história que renegam, sendo rapidamente esquecidas, como ranhoso epifenómeno de uma intrusiva mas obsoleta e indigente ideologia ressabiada.
O expoente e prova concludente do condenável (e felizmente condenado) enviesamento daquilo que acabo de expor encarna epistologicamente à perfeição no título do semanário "de referência" Sol. O profundo voto de pesar não foi aprovado, como dizem, "por poucos votos", mas sim por maioria superior a quatro quintos! O que seria mais que suficiente para alterar a constituição! Que mau perder... contudo, a inversão já se sente, depois de a redacção perceber que só venderia a edição papel deste Sábado se fosse simpática para Marcelino na capa. Abençoado dinheirinho... talvez ajude, à esquerda, a perceber que o respeito e admiração que quase todos os seus camaradas "brancos de merda" (para o SOS Racismo) sentiam pelo "raio do preto" era genuíno e não um mero produto ideológico, como lhes querem fazer acreditar.
PS o mau perder traduz-se ainda pela censura de muitos comentários, na tentativa de enraiar a vaga de fundo, ou melhor o avassalador tsunami que varreu a sua praia... as virgens podiam ofender tudo e todos, usando indiscriminadamente do criminoso, colonialista, fascista, nazi e quejandos, mas ficam muito ofendidas na sua extrema susceptibilidade quando se lhes atiram meia dúzia de justificados epítetos, ou mesmo se lhes apontam verdades cruas, exercendo uma execrável censura, autênticos atentados à liberdade de expressão que dizem defender.