segunda-feira, 21 de maio de 2012
Hollande dá continuidade a política africana de Sarkozy
http://koaci.com/articles-75089
domingo, 20 de maio de 2012
Nova constituição
Garantir a autonomia e independência da Justiça e da Comissão Nacional de Eleições.
Garantir o combate à corrupção e ao tráfico de drogas.
Garantir o restabelecimento da confiança nas Instituições do Estado, a nível interno e externo.
Garantir a qualidade técnica dos envolvidos em questões de governação.
Garantir a transparência das Contas do Estado, promovendo auditorias independentes ao anterior Governo e ao próprio Governo de Transição (uma vez findo o seu Mandato).
Garantir uma Amnistia (prova de humildade da tropa, que reconhece assim que teve de optar entre dois males - enveredando pelo menor) a favor dos promotores da clarificação da situação política e elementos do Comando (mas porque não alargá-la, em prol da reconciliação e do apuramento da verdade, a todos os implicados em crimes políticos dos últimos anos? mesmo o principal beneficiado sendo Cadogo, de outra forma são feridas que nunca sararão e só podem trazer mais desentendimentos e complicações; perdoar, aliás, facilitará o seu esclarecimento - até porque muitos culpados, tal como as suas vítimas, estão mortos - e este é o momento ideal para uma pacificação «forçada»; vamos acabar com violência e ressentimentos? violência só pode atrair mais violência).
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Portas do cavalo na ONU
Depois de todas as asneiras que fez no processo recente da Guiné-Bissau, já não há saídas airosas para Paulo Portas, já não há sorte que lhe possa valer. O projecto de resolução, que pretendia estabelecer uma «força de reposição» da ordem, rapidamente se viu retrogradado a um humilde pedido de sanções contra os golpistas; mas mesmo conceder isso já parece demais perante tão mísera performance... porque não deixa de incomodar as pessoas? Uma Comissão terá de analisar o pedido. O projecto é obviamente remetido para as calendas gregas. E Paulo Portas recebe ainda a suprema humilhação de ser retro-condenado: há fortes «reticências» na organização quanto à insistente tentativa de impor a designação de «Governo legítimo» aplicada a cidadãos no exterior (cuja libertação, aliás, devem à CEDEAO e àqueles em quem tanto condenam a violação dos Direitos Humanos...), sem qualquer ligação com a realidade. Veja-se o jornal da ONU:
http://whatsinblue.org/2012/05/negotiations-on-a-guinea-bissau-sanctions-resolution.php#
O Togo acusou Portugal de deturpar o texto submetido, relativamente ao acordado... Agora Paulo Portas até já faz batota? Conhece a história de Pedro e do Lobo? Também o Expresso noticiará amanhã como o Conselho de Segurança deixou cair a exigência de «reposição» do «governo legítimo»...
Talvez seja altura de pensar como os portugueses do outro lado do Atlântico, ou seja, em colocar pelo menos um ovinho noutro cesto... é que o cestinho de Paulo Portas já ab...arrota, temo que alguns se tenham partido (suspeito mesmo, pelo cheiro, que alguns já estão a apodrecer...)
Brasil desmarca-se da CPLP e reconhece Comando
Ontem, num claro gesto de boa vontade, o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil referiu-se à disponibilidade do Brasil para participar numa missão internacional conjunta de observadores da União Africana com a ONU, para a Guiné-Bissau, frisando insistentemente «que o Brasil não apoia uma intervenção militar na Guiné-Bissau, mas sim o envio de observadores» ou «que a posição do Brasil é a de defesa do diálogo». Defende ainda que qualquer acção deverá ser «acordada com as autoridades guineenses», estendendo a Lisboa e Luanda uma pequena ponte para o diálogo, dando um sinal para a saída do isolamento e beco sem saída a que estas diplomacias se votaram, ao defenderem intransigentemente um impossível retorno ao passado. Come back to the future!
Diplomático ultimato
Ouattara fez ontem um ultimato a José Eduardo dos Santos através do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, que enviou a Luanda: consonantemente, este não estará em posição de o recusar; a MISSANG terá de começar a sair já este fim-de-semana de Bissau. Esta ordem de despejo é uma prova de força instantânea para a CEDEAO e um sinal claro para o Mali: a organização não está para contemporizar com o apodrecimento das situações e pretende demonstrar a sua capacidade operacional conjunta e prontidão.
http://www.gbissau.com/?p=843
Garante-lhe «pessoalmente» uma saída ordeira, com a segurança garantida pelas forças da CEDEAO. Uma evacuação de POWs não teria melhor protocolo!
Falta apenas delimitar a missão da CEDEAO a esse ponto único, urgente, e a despachar rapidamente, para depois dispensar essas forças tornadas desnecessárias por uma transição de sucesso e evitar à organização regional incorrer em mais custos por causa da Guiné-Bissau; para retribuir o apoio agora prestado ao processo político guineense talvez seja mesmo possível, no âmbito do novo governo, disponibilizar um contingente para outras operações regionais de manutenção de paz.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Esquadra Burkinabé em Cumeré
http://noticias.pt.msn.com/Saude/article.aspx?cp-documentid=250018085
No artigo, um belo instantâneo, com Daba Na Walna em primeiro plano meio desfocado, para focar os soldados um pouco mais atrás. A bonomia e descontracção reinam, em contraste com a crispação diplomática em torno da questão.
Crispação facial
Certos analistas internacionais começam a desconfiar dos reais interesses de Paulo Portas nesta questão. Para nos cingirmos a uma fonte utilizemos Radio France Internationale:
«Reste à comprendre pourquoi l'Angola et le Portugal tiennent autant à jouer un rôle en Guinée-Bissau. Certains évoquent des intérêts économiques et notamment des accords secrets passés avec l'ancien Premier ministre à propos de l'exploitation pétrolière.»
http://www.rfi.fr/afrique/20120509-guinee-bissau-grandes-manoeuvres-diplomatiques-poursuivent
Quanto à força anunciadamente a enviar pela CEDEAO, constituída quase exclusivamente por soldados nigerianos, reconhece-se o parecer negativo da imensa maioria das pessoas em Bissau:
«À Bissau, l’arrivée de la force de CEDEAO est sur toutes les langues, dans les lieux de travail, dans les quartiers et les coins de rue: Les gens pensent que cette force ne résoudra pas le problème : "En termes de stabilité, je pense que cette force ne saura pas résoudre le problème. Ce sera pire ! La Missang était ici, cela n’a rien changé. Au contraire, elle crée une crise, une polémique. Je crois que ce sera la même chose avec cette force".»
http://www.rfi.fr/afrique/20120516-guinee-bissau-cedeao-missang-abidjan
Sim, para que serviria essa força? Supostamente para proteger as instituições, fazer a protecção a VIPs & last but not the least, «substituir a MISSANG».
A MISSANG precisa de sair apenas, não de ser substituída. Angola está a começar a cansar todos os diplomatas que lidam com a questão: o burkinabê Kadré Ouédraogo mostrou-se agastado com o antagonismo de Angola e da CPLP relativamente à boa vontade da CEDEAO, sugerindo mesmo à VoA que se trata de clara ingratidão: depois de acumularem erros e hipocrisias em torno da «democracia», omitindo o verdadeiro problema, que surgiu quando a «CEDEAO ficou a saber da extrema tensão existente entre as tropas da Guiné-Bissau e as forças angolanas presentes no seu território», tendo-se prontificado a «ajudar a evacuar» essa força.
Quanto à protecção das instituições e VIPs, não será necessário, pois o Comando Militar já deu provas da sua capacidade para a manutenção da ordem interna (a menos que estejam a pensar como Portugal e Angola, em instituições «democráticas» do passado, nesse caso o melhor seria irem directamente para Lisboa).
Dia D (ezoito)
Afinal não chega amanhã qualquer força estrangeira a Bissau. A CEDEAO ponderou e julgou que uma composição dessa força baseada apenas em soldados da Nigeria poderia ter problemas de comunicação com a população local... Dada a preocupante situação no Norte do Mali, os Ministros da CEDEAO vão reunir de novo depois de amanhã, Sábado, em Abidjan, para reavaliarem a situação, ali e em Bissau.
A Nigeria lamenta, mas confessa que também não seria possível cumprir o prazo inicialmente estipulado, dia 18, por dificuldades de logística: o responsável adianta mesmo que a única possibilidade seria o envio dos soldados desarmados, o material a (não) utilizar seguiria depois... segundo o Ministro da Defesa nigeriano na PANA: ''We don't want a situation where the soldiers will arrive ahead of the necessary equipment.''
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Encenações frustradas II
Desta vez em Lisboa:
http://www.socialaicos.com/index.php/media/videos/pesquisar/595-ana-rita-caneira-monteiro/video/10600-guineenses-em-manifestacao-de-apoio-ao-primeiro-ministro-deposto-da-guine-bissau?groupid=0
Meus caros adeptos do ex-PAIGC e alguns curiosos que se vêem neste vídeo: uma dúzia de pessoas não é uma manifestação, sobretudo nesse sítio, à hora de ponta! Todos os dias a essa hora, para além de alguns camones para a Ginginha, costumam estar nesse sítio mais guineenses que esses que se vêem «em directo» na imagem. É a pequena Bissau, sempre tolerante; de outra forma, a enorme, discreta, paciente e silenciosa maioria teria inibido essa manifestação pouco representativa do sentir autenticamente guineense.
Pontualidade britânica
E mal estar na sala. Bem sentadinhos e congestionados nos seus fatos e gravatas (e as mãos? todos com o mesmo tique entrevadinho) cinco minutos depois da hora de chegada ao Palácio de Belém (segundo o relógio de cuco), segundo o protocolo. Fazia calor em Lisboa...
O banco do meio ficou grande demais... será para assinalar a ausência de alguém? Infelizmente Daba não pode viajar... mas o lugar de honra, no centro das atenções, ficou reservado para ele.
Nas declarações para os telejornais, mantém-se a irredutibilidade do discurso... agora publicitados com renovado vigor pelos media portugueses. Tanto os Estados Unidos como a China já apelaram ao diálogo, criando um novo cenário político. O ex-PAIGC continua a esticar a corda, com consequências imprevisíveis, recorrendo à cobertura de Paulo Portas, numa inconsiderada aposta do «tudo ou nada» já apenas destinada a salvar a própria face. Chega de hipocrisia!
PS Com os devidos créditos ao repórter fotográfico da Presidência, através da respectiva página oficial. Cenas dos próximos capítulos, amanhã, nas Necessidades.
Aguiar-Branco lava as mãos e chuta para Portas
Sublinhando que "os golpistas ainda controlam a situação", Marcos Perestrello disse que "o ministro da Defesa entendeu ainda não prestar nenhum esclarecimento, talvez porque sejam questões que essencialmente o ministro dos Negócios Estrangeiros tenha que esclarecer".
O P.S. afirma ainda que é constrangedora a falta de perspectivas do Governo português quanto a um evoluir claramente desfavorável da situação. Enquanto isso, a farsa que se prepara no Palácio de Belém, com a recepção «oficial» de exilados políticos a título de chefes de «estado», não poderá melhorar muito essa confrangedora situação. Julgo que haverá reportagem fotográfica da encenação para logo ao fim da tarde.
Afim de minimizar os estragos do indesejável ostracismo a que parecem querer votar a Guiné, talvez seja melhor não alinharem de cabeça perdida no plano de Guerra Civil que se prepara a partir de Lisboa. Os guineenses na Diáspora deverão evitar escutar ou sequer conviver com este género de parias e agitadores, com planos de governarem a partir do «exílio»... Quanto a Portugal, só tem a perder e nada a ganhar. Um erro de avaliação inicial de um Ministro mal informado (ou bem comprado) está-se a transformar, por via da sua teimosia e autismo, não apenas num sorvedouro de dinheiros públicos, como num desastre diplomático, que só não é também militar porque a tropa já percebeu quem é Paulo Portas e o Ministro da Defesa deixou bem claro que não está prevista qualquer outra operação!
terça-feira, 15 de maio de 2012
Bu ta sai da pilon, bu cai na balai?
Podem mobilizar forças «para a Guiné», isso ficou acordado. Mas estão a esticar-se, pela voz da Nigéria (quererão mostrar ao académico angolano que os acusou de medricas que não têm medo dos militares guineenses?) quanto ao enviá-las, pois não há esse compromisso (na última reunião com a CEDEAO ficou acordado que teria de ser o novo Presidente a solicitar essa intervenção); até podem enviá-las, mas sem material de guerra (o Comando deveria talvez formalizar a regra em comunicado estilo «Embargo» à importação de armas, um ano de interdito sem excepções), venham armados da sua boa vontade (talvez uns ramos de flores), para confirmarem com os seus olhos que as Forças Armadas da Guiné-Bissau dão bem conta do recado, em termos da defesa da soberania e do território nacionais, e que não alienam nem delegam as suas responsabilidades.
As últimas iniciativas da CEDEAO colocaram sobretudo a nu uma grande salganhada e uma miríade de interesses divergentes, não apenas entre países francófonos e anglófonos, cenário ainda complexificado por várias tramas regionais e mesmo continentais. Ouattara foi recebido em Paris por Sarkozy, a título privado, por duas vezes no último mês; na última dessas visitas o presidente cessante recebeu o seu convidado à porta, violando o estrito protocolo do Eliseu; mas agora, como irá reagir a nova Paris de François Hollande?
La France ne change pas du jour au lendemain à cause d’un homme. L’interêt de la France est clair et au dessus de ce genre de contingences: il y a que maintenir l’effort d’affirmation autour des voies du developpement economique et de l’integration regionale en dépit du caractère militariste et interventioniste dont quelques états (les plus egarés de la situation, d’ailleurs) veulent impregner la CEDEAO: un état de guerre ou même seulement de tension prolongée en Guinée-Bissau, n’interèsse personne; en ce moment la mise la plus rusée semble être sur la capacité des autorités militaires actuellement en place non seulement pour la conservation de l’unité de l’armée et de l’ordre public (tel étant le cas jusqu’à present), mais aussi le maintien de l’orgueil national, sans quoi la dissolution de l’état pourrait se reveler bien plus dangereuse, tel le mal qu’atteint le Mali. La maintien de l’integrité de l’armée nationale est de loin la solution la plus economique; autrement, ce serait comme sauter du chaudron pour tomber sur le feu… Plus que devant une menace, l’alliance France-Afrique est nettement devant une opportunité à ne pas gaspiller, de stabilization de la sous-région et d’élargissement de ses horizons. Ce n’est pas le moment de perdre prise sur les evenements et d’accepter de pactuer avec la pretension d’hegemonie et de mainmise du Nigeria dans le processus (à quels risques?), en violation de l’esprit des conversations maintenues: celà ne pourra qu’amener le Commandement Militaire à l’egarement vis à vis de la table de negociations, jetant par terre tous les efforts conduits avec succès par la bienveillance de Monsieur le Président de la Côte d’Ivoire et président en exercice de la CEDEAO. À titre d’organisation pacifique, la CEDEAO pourrait proposer l’evacuation de MISSANG assistée par une délegation de personalités africaines de prestige, presidée par Nelson Mandela, par exemple, ou même, à la limite, par des joueurs de football appartenant aux selections africaines les plus connues. Originalité, s’il vous plait… pourrait on oublier les armes?
Depois de o Comando ter dissuadido a indesejada presença de Angola e de Portugal, nem que ao abrigo da ONU; a CEDEAO precisaria de bem mais do que os 3500 homens (de que supostamente dispõe para o conjunto das situações, Guiné e Mali, números ultimamente muito inflaccionados - para pressionar o Comando?) para iniciar qualquer acção ofensiva com hipóteses de sucesso (mesmo que obviamente demorada e com alto risco de baixas substanciais); o Comando nunca permitirá, sob risco de perder o seu único trunfo e consequentemente a sua base de legitimidade interna, que tropas estrangeiras penetrem em território nacional, vindo assim agravar substancialmente o problema já existente, o qual deu origem à própria constituição e acção deste Comando. Se for preciso, recorrerá ao argumento dissuasivo, que já desmoralizou todos os outros candidatos: «Serão tratados como inimigos».
Em conversações bilaterais, não faltarão, a prazo, estados para reconhecer a justeza e a boa fundamentação das asserções do Comando, cuja inalienável legitimidade reside cada vez mais (se é que alguma vez teve outra base) na «resistência ao invasor» (qualquer que ele seja). Os Estados Unidos, numa surpreendente jogada de antecipação, quiseram tomar a dianteira do pragmatismo, fora do âmbito regional, e reconheceram, através de discreta nota oficiosa emanada da Embaixada para a Guiné-Bissau e Senegal, o novo poder em Bissau, enfraquecendo grandemente a posição não só da própria CEDEAO (mensagem clara dos Estados Unidos: essa organização passa a ser claramente dispensável para o Comando), como as do ex-PAIGC, de Angola e de Portugal. Também na ONU, a rotina do reconhecimento «informal» já tomou conta do aparelho administrativo, no que toca à Guiné-Bissau...
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Encenações frustradas
Numa triste encenação, pouco mais de uma dúzia de guineenses, erguendo cartazes impressos, standartizados e muito pouco «espontâneos», participaram (por obrigação, decerto) numa nano-manif em Paris, no sábado dia 12.
Ver foto
A expectativa dos organizadores saiu claramente gorada com a sua fraca capacidade de mobilização. Por mais que se esforce no seu «internacionalismo» o ex-PAIGC já não consegue mobilizar ninguém, para além de funcionários de embaixada. Boa amostra para evitarem qualquer «demonstração de força» desse calibre em Portugal, pois cairiam no ridículo pela mísera adesão que conseguiriam entre a Diáspora guineense: les gens ne sont pas dupes.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Adivinha do Didinho
Quem foi o jornalista que pediu 3 milhões de francos CFA para promover a candidatura de Serifo Nhamadjo na blogosfera e, perante o Não, resolveu apoiar a campanha do candidato do Governo?
Espero que Didinho não se esteja a referir ao Aly, pois tenho-o em alta consideração como jornalista sério e corajoso.
Mas também espero que o Ditadura do Consenso, para não hipotecar os seus altos créditos e não se sujeitar à sujeira de tais suspeitas, possa rever em breve a sua linha editorial, pois algumas das suas últimas tomadas de posição pecam, na minha opinião, por demasiado parciais e emocionais para um jornalista (isso tolera-se apenas num blogue partizan como este e não no Ditaturadoconsenso de quem todos esperam imparcialidade, notícias objectivas, cobertura na hora, boas fotos, como sempre nos habituou).
Julgo mesmo que se terá excedido nas suas expectativas em relação ao poder do seu blog (e somos os primeiros a reconhecer o seu corajoso e mesmo ferozmente independente trabalho) e no desejo de passar uma ideia de unanimidade no seio dos guineenses, no âmbito da blogosfera, não obstante o seu modo de sentir pessoal seja contrariado por todos os outros bloguers (de entre os mais relevantes e ultimamente interventivos) de intelectuais guineenses como www.didinho.org ; www.gbissau.com ; dokainternacional.blogspot.com ; djemberem-samuel.blogspot.pt perdoem-me se esqueci alguém.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Dois excelentes artigos de opinião
De Filomeno Pina, publicados no blog No Djemberém.
De 8 de Maio
http://djemberem-samuel.blogspot.pt/2012/05/artigo-de-opiniao-pensar-e-agir-para.html
De 7 de Maio
http://djemberem-samuel.blogspot.pt/2012/05/artigo-de-opiniao-uma-reposicao.html
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Bofetada de luva branca
O Chefe de Estado Maior da Marinha angolano está agora junto dos seus congéneres da CPLP: numa reunião «menor» no Brasil, hoje dia 8 de Maio, abordado pelos jornalistas, falou na esperança depositada na CEDEAO para resgate da MISSANG. Pelos vistos o tema deixou de ser tabu: o Senhor Almirante referiu-se humildemente ao desejo de Angola de obter segurança para a retirada da força. O discurso parece estar a mudar, no bom sentido.
O cerco de Zedugrado
P.S. Faz hoje 67 anos da queda de Berlim e da rendição incondicional da Alemanha nazi.
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Factura da estupidez
2 000 000 €
Dois Milhões de Euros
(custo, só de si, superior ao Orçamento de Boa Vontade, submetido a José Eduardo dos Santos neste mesmo blogue). Mas o título provisório é desadequado: «Golpe na Guiné» não; estupidez de Paulo Portas, isso sim!
Golpe na Guiné custa milhões de euros a Portugal
Discurso vão para orelhas moucas
Agora o Conselho de Segurança ouve tagarelas que fazem tabu do que os traz? Depois de um discurso muito bobo do eterno representante da UNOGBIS; segundo o PAIGC, que alçou a voz para impor sete condições ao Conselho, estão em curso as «maiores barbaridades» contra civis na Guiné. A que se refere? Ah, mataram o cão ao Primeiro-Ministro! Segundo o piroso Jaló, a CEDEAO está «objectivamente a legitimar um golpe de estado». Ainda bem que também reconhece, mas por favor, não tchore más que djá endjooa...
O chicote angolano foi-se um pouco abaixo, os estalidos soam a falso: embora o discurso continue desadequadamente high-profile, o tom e o ritmo da voz já não conseguem acompanhar, pois o próprio já não acredita... Lamentável performance. Um novo ditado: «Quem entra de chicote, sujeita-se à chacota.»
A vermelho, o perímetro do Palace Hotel, a amarelo o aeroporto.
A representante da CEDEAO deu conta, numa voz mais alegre que as anteriores, do essencial do que ficou acordado em Dakar, ou seja que «le deployement de la force devra être convenu avec les autorités militaires». Sim, bastarão dois generais de países da CEDEAO para acompanhar ao aeroporto estes turistas políticos que acidentalmente se encontram em território guineense, ninguém lhes vai fazer mal, desde que respeitem os anfitriões. Quanto ao adjectivo utilizado, «iminente» (mesmo que fosse para uma força com mais de 50 soldados), não acreditem muito; financiamento... (CPLP? UE? Angola?) mobilização (três a quatro semanas, segundo a própria organização), discussão das modalidades (ui...)... Mas também não será preciso tanto mais tempo assim, porque caem de maduros antes disso. As mangas amadurecem primeiro, mas não as comam já porque ainda estão um bocadinho verdes... incha barriga.
P.S. Faz hoje 13 anos que se resolveu o que tinha sido começado 11 meses antes.
Poilão de Brá II
A amarelo, o aeroporto. A vermelho, um quadrilátero mais ou menos regular com aproximadamente 200 por 200 metros.
Trapalhões & Cª no Conselho de Segurança
Depois de toda a trapalhada em que se meteram, talvez tenha chegado o momento do discurso apaziguador... É só puxarem as pontas, muita gente esclarecida, na CPLP, já constatou a simples realidade. Saúda-se a postura prudentemente mantida do outro lado do Atlântico; e agora, directamente de São Tomé e Príncipe:
http://www.telanon.info/suplemento/opiniao/2012/05/07/10334/cplp-e-as-trapalhadas-na-guine-bissau/
Para Paulo Portas, a demissão tornou-se inevitável. Terá de começar por responder às acusações de inépcia e irresponsabilidade perante uma Comissão Parlamentar.
Para José Eduardo dos Santos, é o fim da carreira. Embora pretendesse bater em longevidade Bongo & Kadafi, no livro dos recordes; 33 anos (Cristo não teve mais de vida) de poder já é, sem dúvida, uma marca invejável. Com o balde de água fria que levou por fora, vai arrefecer por dentro. Já não há terapia que lhe possa valer.
domingo, 6 de maio de 2012
Erro na escolha da localização
Reconheçam o novo Governo legítimo a constituir na Guiné-Bissau, saiam do Palácio, atravessem a avenida e vão aí mesmo em frente, ao novo Palácio do Governo de Brá (ocupado pelos «golpistas», não em ordem a uma qualquer «simbólica» do poder mas por uma questão de posição de tiro), peçam vistos de saída às autoridades competentes, cinco minutos depois estão a apanhar o avião para Lisboa.
Baratas tontas
Cabo Verde, Cabo Amarelo, Cabo Azul... num dia assina pela CEDEAO, para logo no outro assinar, em nome da CPLP, outro documento contradizendo-se: e os interesses da Guiné-Bissau? A postura não é supostamente independente? Ou vão a reboque do reboque?
Que rica figura a CPLP vai apresentar ao Conselho de Segurança: não fiquem muito irritados se se rirem na vossa cara... O que é que querem mesmo? A proliferação de pontos é pouco esclarecedora e bastante confusa: pelos vistos, contentam-se com sanções de mobilidade internacional aos golpistas, que aliás os próprios visados nomeados afirmam compreender. Ok, tudo bem.
Vantagem no marcador
A primeira opção parece de longe a mais razoável, pois não é coisa que lhe faça assim tanta falta (pelo menos tanta como faz na Guiné). Avançam-se algumas hipóteses para propostas que poderiam ser encaradas como boa vontade da sua parte. A elaboração de um pequeno orçamento permitir-lhe-á constatar que se trata de um género de solução bastante em conta.
1) Já que a ideia era requalificar e redignificar as Forças Armadas guineenses, oferecer um par de fardas novas a todo o militar guineense.
2) Ceder às Forças Armadas guineenses todo o material de guerra que se encontra no seu território (a alternativa da sua devolução para ferro velho apresentaria um valor residual tendencialmente nulo)
3) Colocar um cargueiro com bens alimentares não perecíveis e medicamentos no porto de Bissau, para minimizar o impacto do pânico e carestia criado pelo alarmismo que despoletou
4) Conceder um empréstimo sem juros, para despesas urgentes de reconstituição da capacidade governativa na Guiné-Bissau
Como o objectivo de Angola é sair de cabeça levantada e como amigos da Guiné-Bissau, estará decerto disposta a fazer um pequeno esforço desinteressado nesse sentido, dando um sinal positivo de boa-vontade, pelo qual todos os guineenses anseiam.