segunda-feira, 25 de abril de 2022

A montanha pariu um rato

A uma semana de se completarem 3 meses desde o 1 do 2, a coisa não ata nem desata. Pelos vistos ninguém quer assumir o suposto processo em curso (3 gatafunhos sem designação), com um despacho escandalosa e estruturalmente contraditório (deve ser para compensar a ausência do normal contraditório processual) no seu articulado, que envergonha a vaga réstia de credibilidade da jUSTIÇA, e salpica o PGR por colaborar com tamanha barbaridade. 

É óbvio que estão a tentar tapar o sol com a peneira, que os magistrados foram chamados a posteriori para encobrir e tentar dar uma aparência de legalidade à coisa, mas meteram os pés pelas mãos. A batata deve estar quente... O facto é que não souberam lidar com o caso, muito menos conseguem lavar as mãos. Por isso, e passados já dois dias sobre a sua divulgação, é de estranhar a ausência de reacção dos muitos comentadores, jornalistas, ordem dos advogados, etc, perante a presumível apetência do público por este grave assunto. A suposta Comissão interministerial de inquérito não terá constituído apenas um mandato em branco para todo e qualquer desmando? Quando se envereda por caminhos tortuosos, torna-se difícil reportar.

A verdade é que a tarefa se apresentava ingrata, tomando por indícios suposições do Presidente... ouviu-se invocar publicamente como "prova" da implicação de Bubo a sua presença na Marinha (consta que o Almirante para lá se terá dirigido precisamente para evitar ser acusado do caso, numa atitude que nem sequer, aliás, é nova, habituado que está a ser tomado para bode expiatório de todas as confusões), ou ter ouvido (num momento comprometedor e numa situação pouco compatível com a dignidade presidencial) um dos assaltantes reclamar reforços (terá ouvido explicitamente o nome do destinatário? é estranho, normalmente nestes processos evita-se fazer uso).

Para quando a nomeação de uma outra Comissão de Inquérito que investigue os procedimentos e os métodos desta Comissão de Inquérito opaca e inconclusiva? Para já, a opinião pública tem de contentar-se com explicação nenhuma. Nessa ignorância e à falta de melhor, fica para reflexão a questão que se impõe, a qual é independente dos implicados ou suas reais intenções: por que razão ninguém saiu para defender o presidente? Nem dos quartéis nem dos bairros (como aconteceu também a 1, mas do 4, há uma dúzia de anos)?

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