domingo, 23 de outubro de 2022

O velhíssimo Príncipe

Morreu o pai das independências africanas, cujas ideias convenceram Salazar a apostar na formação universitária daqueles que viriam a ser os seus líderes, como Amílcar Cabral. Franciscano de grande humanidade e humildade, era a árvore que poderia ter feito frutificar o Estado Novo, não tivesse sido cortada pela lógica belicista que engendrou a revolta angonala e a guerra colonial. O seu pedido de demissão como Ministro do Ultramar é uma história épica, evidenciando a sua dignidade, simplicidade e espontaneidade. Depois da queda e senilidade de Salazar, poderia ter emergido como delfim, mas ao contrário de outros, que o não mereciam, não mexeu uma palha para isso; teria aceite, se lho pedissem. Uma vez mais e infelizmente, a Nação desencontrou-se.

Caro professor, homem grande e santo: bem haja pelo Vosso exemplo, eterna e merecida Glória.

sábado, 22 de outubro de 2022

Pior a emenda que o soneto

O facto de o suposto proponente da decisão (dissonante do tomador) ter colapsado da nota que dava conta do Decreto, implicaria desfazer a quadratura e uma nova numeração para a rectificação (ou reunificação?). A simples possibilidade de um decreto poder ser amanhado a posteriori, não apenas desvirtua o conceito, como retira força ao instrumento.


PS Já agora, os referidos recursos não lhe "são afe(c)tos" (onde é que isso está escrito para ser estrutural?)... a fórmula correcta seria "estão", pois são conjunturais, como demonstra o próprio documento de forma radical. É que, pelo menos em português (o mesmo não se passa em francês) ser é uma condição constitutiva, distinguindo-se de estar, um estado passageiro e conjuntural. 

domingo, 16 de outubro de 2022

Reencarnação

No fim não de três dias, mas de três décadas (e 1/2), o capitão Thomas Sankara ressuscitou sob a mesma patente. É o que se deduz inequivocamente das declarações dos populares. Valeu a pena esperar.

PS Os cães não gostaram claramente da solução e fizeram questão de o manifestar. São outros tempos... Com a protecção divina e a benção do povo, esperam-se soluções militares, que o presidente se faça temer, desça ao terreno e resolva, com o dedo no gatilho, rápida e definitivamente, o problema que o ungiu. Se precisar de conselheiros militares, considere alistar o 7ze, com experiência consolidada em drones.

domingo, 9 de outubro de 2022

Black star

Para além da estrela preta na bandeira; o vermelho significa o sangue dos heróis caídos em combate pela independência - e também o dos mártires fuzilados, incluindo Cabral; o verde o tarrafe; ...

já o amarelo refere-se à flor nacional.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Exemplo de Marrocos

Mesmo que embrulhado num discurso hipócrita para estrangeiro ler, o Rei dá o exemplo, legalizando a produção de cânhamo, pretensa e exclusivamente para "fins médicos, farmacêuticos e industriais" (note-se que a aparente redundância do médico com farmacêutico esconde a relevante nuance de poder ser receitada para consumo por via "convencional") e apenas para proteger os honestos plantadores dos "traficantes de droga" (quando se conhece o peso do haxixe no PIB "informal" marroquino, cotejando os fosfatos...). 

É que desta maravilhosa planta (com uma incrível fotosíntese) também se pode, com vantagem, fazer tapetes, t-shirts, papel... mesmo que alguns possam considerar tais fins como puro desperdício. Para além disso, a ciência provou que o THC tem virtudes, entre outros contra o Alzheimer. É um primeiro passo até à legalização definitiva: bastará, a quem lhe der vontade de fumar tranquilamente umas ganzas, sem se esconder, visitar o seu médico e pedir para este lhe passar uma receita dessa substância activa, ao natural ou prensada.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

A paz e a benção estejam contigo

São dignas de registo as declarações do Capitão-Presidente: Abraão do Islão não desejou o cargo, foi escolhido pelos pares. Qual o currículo? Bravura em combate, precisamente aquilo que é preciso! Antes um capitão no terreno - humilde, conhecedor dos limites e bom avaliador das situações, como transparece das empáticas entrevistas que concedeu nas últimas 48h - que generais de aviário formados em Saint-Cyr ou sucedâneos parisienses, resfastelados nas poltronas em Ouaga...

2em1

Depois de uma fina análise da situação, o Quay d'Orsay teve o bom senso de largar o osso. O traidor Damiba, que desautorizou o poder judicial de transição, ao permitir que Blaise abandonasse o território nacional, foi autorizado a voar para Lomé depois de assinar a carta de demissão. 

Só para mostrar a ridícula impotência das sanções e a reles palhaçada em que se tornou a CEDEAO, o novo padrão de golpe na África ocidental parece ser o dois em um: por vezes, mostra-se necessário aprofundar o espírito que esteve na origem da motivação para o golpe inicial. 

O comunicado emitido é não apenas patético, ao estilo ONU, como impotente. Com três membros suspensos e outro a caminho, não têm sequer poder para fazer valer essas abusivas intromissões na esfera soberana nacional. E ainda bem. A CEDEAO morreu. Paz à sua alma.

sábado, 1 de outubro de 2022

Junta acusa formalmente a França pela Televisão

Paris pretende colocar Ouagadougou a ferro e fogo? Ter-se-ão esquecido dos 4 a 5 mil "ressortissants"?

Tonton Macron au Faso

Dans une reédition de mauvaise qualité de Tintin au Congo, Paris semble s'imiscuer à Ouaga pour essayer de sauver la face dans la sous-région (et le franc CFA). Après avoir corrompu Damiba tout au long de huit mois, on dit l'avoir sauvé d'un assassinat (qui l'a condamné? l'objectif annoncé était sa démission, pas sa mort). Jusqu'où pense aller la France? Les manifestants populaires que l'on entendait dans la rue étaient clairs sur l'essence de la mouvance: anti-française. L'accusation de trahison se justifie donc envers le déchu et quiconque prendra son parti s'expose à être traité de même. Quelles que soyent les inventions de Macron et Ouattara en ces circonstances, c'est jeu perdu d'avance face au patriotisme des burkinabés et au fantôme de Sankara. Macron ferait mieux de partir à Niamey pour tenter d'enrayer le prochain coup sur sa figure, que tardera pas...

sábado, 20 de agosto de 2022

Crítica literária

Obrigado ao meu grande amigo Vasco Rosa, em «Observador», Agosto de 2022

Parque Nacional Marinho

Dando conta dos trabalhos desenvolvidos na parte mais meridional do arquipélago guineense dos Bijagós pelo «generoso» (p. 16) financiamento da Fondation MAVA, criada em 1994 pelo ornitólogo, conservacionista e filantropo suíço Hans Lukas Hoffmann (1923-2016) e extinta este ano 2022 por decisão dos herdeiros, este surpreendente livro reúne colaboração duma vintena de cientistas, sete dos quais — Daniel Lopes, Jorge Palmeirim, Luís Catarino, Manuel Sampaio, Mohamed Henriques, Rita Patrício e Rui Rebelo — vinculados a instituições académicas portuguesas, e ainda de duas bolseiras da FCT, Ana Rainho e Edna Correia. O denominado Parque Nacional Marinho de João Vieira e Poilão, de que uma ínfima parte é de terras (seis ilhas e ilhéus, alguns bancos de areia) permanentemente emersas, estende-se por 49 500 hectares, em águas em geral muito pouco profundas, de -5 até -15 m, com alguns canais que duplicam essa profundidade e recifes rochosos de modesta extensão. As ilhas são de pequena dimensão, relevo suave, elevação mínima e orladas de extensas praias de areia de declive pouco acentuado e densos palmares mistos, aqui e ali já atingidas por nítida erosão marinha que se acentuou nas duas últimas décadas (p. 19). O interior é preenchido por «savanas arborizadas de pequeno porte» (p. 42). Mangais ocupam áreas irrelevantes (p. 51). Tradicionalmente desabitadas, as ilhas do grupo de João Vieira e Poilão tiveram a sua toponímia registada pela primeira vez em 1594, por André Álvares de Almada, um português da ilha cabo-verdiana de Santiago e autor dum famoso tratado sobre a costa ocidental africana. A descoberta, em 1990, de que Poilão recebia uma «colossal agregação de tartarugas marinhas reprodutoras» — «cinco das sete espécies existentes são encontradas no mar da Guiné-Bissau» (p. 117) — colocou de imediato aquele sector do arquipélago na agenda do conservadorismo de biodiversidade. No ano seguinte foi instituída a Reserva da Biosfera Bolama Bijagós. Em 1993, a «cooperação suíça viria a garantir boa parte dos meios financeiros que sustentaram o processo que levou à criação do Parque», em Agosto de 2000 (MAVA/FIBA concedeu-lhe 500 mil francos suíços para o triénio 2002-4). A partir de 2005, a fiscalização marítima pôde dispor de duas embarcações com instrumentos de localização GPS, enquanto a vigilância da captura clandestina dos apreciados papagaios-cinzentos (Psittacus erythacus) e do consumo local de tartarugas marinhas foi um tanto implementada na terra firme, depois de anos de negligência. O cadastro botânico e zoológico das ilhas foi igualmente tardio (2016).

As ilhas do Parque Nacional são propriedade tradicional de quatro das dezanove tabancas do sul da ilha de Canhabaque — que ali cultivam arroz de sequeiro, e um pouco de mandioca e abóbora, em regime de agricultura itinerante — e, por isso, receberam como contrapartidas a construção de escolas e casas para farmácia comunitária, comércio, alojamento ocasional e comunicações rádio VHF. Outros apoios vieram mais tarde, da parte da UNICEF, mas sobretudo proporcionados por instituições com preocupações ambientalistas, como o Banco Mundial e a União Europeia (projecto «Gestão da Biodiversidade e da Zona Costeira»), o United States Fish and Wildlife Service, o World Parrot Trust e, como vimos, a fundação MAVA, com programas dedicados às aves aquáticas e às tartarugas. E com toda a razão: por ano há, só no ilhéu de Poilão, algo como entre 4 mil e 40 mil ninhos de tartaruga-verde (p. 117)... e a tendência é de crescimento (fig. 4, p. 122).

Este livro é por isso, de alguma forma, o resultado desse enorme investimento científico multidisciplinar e de cooperação internacional, com resultados apresentados em 2018 (v. ©, p. 6). Bem documentado fotograficamente, com belas imagens dos ambientes florestais e lagunares (p. 90, entre outras), permite perceber num simples folhear a rica biodiversidade daqueles recantos da Guiné-Bissau, nos diferentes domínios abordados, desde a flora vascular em savana arborizada, com 212 espécies registadas — admiráveis as flores da liana Strophanthus sarmentosus DC (p. 62)! —, às aves migrantes, como o abelharuco-de-garganta-branca Merops albicollis, que ali passa na época seca (p. 201), ou residentes, como o muito cobiçado papagaio-cinzento, «um tesouro das florestas bijagós» (p. 248). O modelo de descrição das espécies varia consoante os autores, e ainda que essa falta de unidade estilística entre os capítulos possa ser vista como um lapso do ofício editorial, a informação é em geral bastante rica quanto a classificação, origem, população, hábitos e distribuição geográfica.

Secções finais intituladas «Discussão» fazem uma síntese, quantificam o grau de risco de extinção das espécies e apontam pistas, por exemplo, para a «utilização moderada e sustentável dos recursos naturais nas ilhas do Parque» (p. 77), atendendo aos meios e modos das populações vizinhas e alertando para os malefícios de expansão de plantas exóticas potencialmente invasoras. O pequeno cacho-caldeirão (Ploceus cucullatus), «residente, presente e nidificante em todas as ilhas» (p. 234), é visto como uma pragapelos agricultores bijagós, por gostar de bicar nos seus arrozais... Em contrapartida, o devastador bico-carmin (Quelea quelea), que vive em colónias de milhões, jamais lhes causará prejuízo, pois prefere ambientes secos e áridos e até ali praticamente não vai.

O eventual risco dum turismo de natureza além da conta não é por enquanto considerado, muito embora as melhores noites de desova, com mais de 1000 tartarugas subindo as praias do Poilão, sejam «um espectáculo fabuloso» (p. 119), e os bird watchers nas orlas e florestas de todo o Parque Nacional tenham muito com que se entreter (é também «terreno fértil para quem procura aves perdidas ou achados novos», p. 240). Tartarugas marinhas, adultas ou ainda juvenis, porém, correm sérios riscos de serem capturadas por pescadores do Senegal e da Guiné-Conacri activos na região (p. 135), e só na última década a «captura sistemática» por gente de Canhabaque foi bastante reduzida.

Registos de fotogrametria aérea feitos em 2016 antecipam que no tão preferido mas bastante pequeno ilhéu de Poilão, a área de desova será reduzida — optimisticamente?!... — em 43 % até ao fim do século. A avifauna do Parque Nacional Marinho de João Vieira e Poilão parece ser uma parte menos estudada (e também muito pouco fotografada, em proporção — e é grande pena!), apesar das 164 espécies identificadas («um número muito apreciável», p. 240). Com dados que remontam quase todos às campanhas de observação e registo de 2015, durante as quais as ilhas de Cavalos e do Meio não foram abordadas consistentemente, não há por isso estatísticas sobre como a presença dessas espécies residentes ou migratórias evoluiu desde então — 35 pelicanos-cinzentos, 305 maçaricos-galegos e 400 fuselos (Limosa lapponica) foram vistos no Parque naquele ano; v. pp. 164, 172, 176. Neste admirável mundo em franca expansão, em que certos avistamentos são recebidos como privilégios de toda uma vida, o dos 400 garajaus-de-bico-laranja poisados numa única praia de João Vieira em Março de 2014 terá sido, pelo menos, inesquecível. Nada de menos se poderá dizer da visão de papagaios-de-timneh, em extinção, percorrendo «corredores de passagem regulares» (p. 257). Os chamamentos e os cantos dos melros-metálicos-esplêndidos (Lamprotornis splendidus) «acompanham em permanência os visitantes das florestas das maiores ilhas do Parque, sendo mesmo o elemento predominante do ambiente sonoro florestal em João Vieira», lê-se à p. 224. Os tordos-de-cabeça-nevada (Cossypha niveicapilla) revelam-se como «os melhores pequenos cantores do PNMJVP» (p. 226).

Garajaus e gaivinas são as aves marinhas mais abundantes no arquipélago, e «um dos maiores valores ornitológigos do Parque» (p. 242), pelo que a criação de condições para a sua nidificação local preocupa os cientistas. Trezentos antipáticos abutres-das-palmeiras instalam-se no Parque na época das chuvas em busca de tartarugas infantis para a sua dieta variada, que inclui serpentes, caranguejos, peixes sortidos e chabéu, o fruto da palmeira que apreciam particularmente e é quase metade do que comem. Há muito menos variedade de mamíferos terrestres neste Parque do que no arquipélago como um todo, é a conclusão preliminar duma inventariação que os investigadores reconhecem como recente e tardia, e sem aprofundamento dos habitats particulares ou das variações sazonais na presença e abundância de espécies mais móveis, como alguns morcegos. Mas as suas interacções específicas com os restantes grupos de animais e plantas baseiam-se em ecossistemas com estrutura e funcionamento únicos, «de grande valor científico e natural» (p. 288), que importa conhecer e preservar. Os mamíferos marinhos da Guiné-Bissau são também muito pouco conhecidos, isto cientificamente falando, pois manatins-africanos (Trichechus senegalensis) são caçados — apesar da proibição, por serem considerados uma espécie vulnerável desde 2015 — com arpão ou gamboa, por causa do valor comercial da sua carne e por partes do seu corpo valorizadas pela medicina tradicional dos bijagós, ou morrem, como os golfinhos, presos em redes de pesca artesanal, por acidente ou pretenso acidente. Neste caso, os autores sugerem a criação de «áreas marinhas protegidas funcionais, onde a pesca seja cuidadosamente regulamentada e controlada» (p. 302).

Nos Bijagós coexistem 172 espécies marinhas e estuarinas de peixes, 74 das quais capturadas por pescadores locais ou desportivos na área do Parque Nacional Marinho. Raias, quimeras e tubarões têm sofrido declínios populacionais acentuados, pois a diminuição drástica dos recursos piscícolas em toda a África Ocidental tem criado grande pressão sobre o arquipélago, com a chegada de pescadores estrangeiros com o fito de capturarem tubarões e venderem as suas célebres barbatanas no mercado asiático, por exemplo. Pesca de subsistência ou comercial de pequena escala — com redes de cerco ou com cana (fotos pp. 308-9 e 315) — foi consentida e regulamentada com o objectivo de conservar stocks comerciais e deixar crescer até grandes dimensões alguns peixes de referência, ao mesmo tempo que se interditou o uso de certas redes e a circulação de barcos em zonas de concentração de tartarugas marinhas. Na entrelaçada e fascinante ecologia do mar, peixes predadores como becudas, sareias e cachurretas e aves marinhas como os garajaus e as gaivinas conjugam-se, voluntária ou involuntariamente — com «benefício mútuo» (p. 320) —, no assalto aos grandes cardumes de Sardinella maderensis (o djafal; fig. 6, p. 313) perto da tona da água, espécie classificada como vulnerável a nível mundial, mas «a mais abundante no Parque Nacional Marinho», o que faz deste um lugar «relevante para a sua conservação» (p. 308).

Um retrato antropológico dos bijagós da ilha de Canhabaque (2478 habitantes no censo de 2009) ilustra como o sistema de crenças rege a exploração dos recursos naturais, «contribuindo para a sua conservação» (p. 336). Peixe e carne não entram na dieta quotidiana. «A caça de aves (excluindo os papagaios) é ainda rara, mas tende a aumentar» (p. 344), sobretudo as de maior porte. As quatro ilhas principais do Parque têm um estatuto cultural-religioso muito forte, e hierarquizado, na medida em que o ilhéu de Poilão, considerado sagrado, estava reservado a longas cerimónias de empossamento de régulos e rainhas de tabanca, e a outras menores, implicando o sacrifício ritualizado mas propiciatório de tartarugas. Por negociação com o Parque, para facilitar a monitorização das tartarugas marinhas e o «desenvolvimento do ecoturismo» (p. 348), a última cerimónia importante teve lugar em 2009. Por outro lado, foi concebida em 2014 autorização de pesca comercial na área do Parque aos habitantes das quatro tabancas — seus proprietários por tradição —, o que tem sido sido incrementado (3 canoas Nhominka em 2015, 7 em 2019), comportando abusos dum privilégio antigo por conluio com armadores de Bissau (p. 375). Preferem tainhas, sareias e cachurretas, mantidas em gelo até à capital (p. 354). É também verdade que novas facilidades de transporte entre Canhabaque e as ilhas do Parque tem aumentado a presença humana e a pressão sobre os seus recursos naturais, que crescerá ainda mais se condições de fixação e outras ali forem sendo instaladas, em vez de nos lugares de partida.

A situação geográfica ultraperiférica daquelas ilhas e os esforços recentes de conservação gerados pela criação e gestão do Parque têm sido, por enquanto, uma boa almofada contra impactos sobre os recursos naturais, mas no longo capítulo final, «Ameaças e conservação» (pp. 359-95) — subscrito, entre outros autores, pelos organizadores deste livro —, o cenário paradisíaco, quase idílico, é impiedosamente desmontado peça a peça. Desbravamento e exploração florestal, aumento da presença e sedentarização humana nas ilhas, caça e captura ilegal de animais selvagens, ausência de estatísticas sobre pesca comercial a pescadores desportivos sem licença, «embarcações turísticas pescando ilegalmente em redor de Poilão» (p. 373), lixo marinho localmente produzido ou trazido à costa nos períodos de ventos provenientes do largo. Uma colónia de 20 mil casais de belos garajaus-reais Thalasseus maximus na ilha dos Cavalos terá sido afastada dali por uma população de porcos assilvestrados, colocados ali por mão humana. Alterações no nível do mar submergiram o Banco das Gaivotas, sacudindo dali «grandes colónias» (p. 384) de garajaus e de colhereiros-africanos. Perante isto e após algumas recomendações de «medidas que seriam desejáveis aplicar, em função das ameaças já detectadas», a conclusão é clara, e tem suficiente força de letra para ser lida como um reenvio global: «Os desafios de gestão do PNMJVP afiguram-se imensos. Adivinha-se que o Parque só sobreviverá como espaço privilegiado para a biodiversidade se for adoptada uma estratégia de alguma intransigência na defesa dos seus valores excepcionais. Se a resposta perante as pressões crescentes for a cedência permanente aos valores da exploração comercial, dentro de algumas décadas pouco ou nada restará».

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

De pequenino é que se torce o penino


PS Primeira pergunta parva: Será que nos finais dos anos 70 ainda havia luta armada? Segunda pergunta parva: será que confundiram, lá na fábrica de falsificações de Combatentes de Liberdade da Pátria, primórdios com finórdios? (é que nem assim se safam...)

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Macrooooo'onen aaa maaaaaarre

De tes ignobles chantages et minables trafics d'influence sur l'Union Européenne, au sujet de l'Afrique. 


PS Tradução do título para português: "Estamos fartos de ti, ó chulo".

sexta-feira, 29 de julho de 2022

Mais depressa se apanha...

Não, não é o que estão a pensar. 

Este é outro provérbio, se bem que igualmente cheio de razão...


"Mais depressa se apanha um homem com as calças para baixo, que uma mulher com as saias para cima."


PS Já agora, o hilariante marido da senhora Clinton foi alvo de processo de impedimento, não pela pouca vergonha na sala oral, ah, perdão, na sala oval, mas por ter mentido. Sim, que isso da traição não passava de assunto doméstico: que se entendessem, lá em casa... os juízes deram o benefício da dúvida, perante a alegação de que, na percepção do coxo, só haveria sexo com penetração.

Superabundância atípica


Um printscreen ao calhas do directo da Rádio Bantabá permitiu detectar uma misteriosa proliferação de tshirts brancas na noite de recepção ao presidente francês. Acrescente-se que os guineenses em geral, no seu quotidiano, preferem cores garridas... 

Não deixa de ser um progresso, em termos de segurança rodoviária, no alcatrão nocturno de Bissau. Quanto ao "mistério", é fácil de desvendar: as referidas tshirts tinham custo negativo de 1500FCFA.


PS Quem tiver dúvidas sobre o conceito de "custo negativo" passe com cursor, na app da coluna à direita, referente ao Petróleo Bruto WTI, mudando em baixo de 1 m(ês) para 5 y(anos). Bons velhos tempos, esses de há pouco mais de dois anos atrás, em que ofereciam petróleo a quem o quisesse ir buscar e ainda pagavam. Uma possibilidade não prevista pela teoria económica...

Ressabiados no país de João da Fonte


Publicamos uma fábula de Esopo, à qual um francês conseguiu dar uma graça especial... tradução e metro livre.


Uma velha raposa, das mais astutas

grande apreciadora de galinhas

acabou presa numa armadilha.

Com muita sorte conseguiu escapar

mas não ilesa pois lá deixou a cauda.

Perdida a cauda pela boa causa

envergonhada, quis disso fazer moda

e um dia, no conselho das raposas

fez uma rábula contra esse peso inútil

vassoura arrastada pelos atalhos:

_Para que nos serve isso? Corte-se!

Se concordam, cada qual o faça,

parece que é a última moda em Paris.

Levantou-se uma conviva na assistência

sugerindo que se começasse por ela,

essas palavras levantaram confusão

e todas exigiram que voltasse costas.

A desrabada coitada teve de o fazer

para grande e geral gargalhada.


PS Vem isto a propósito das declarações de Macron em Bissau:

"... force est de constater que les choix faits par la junte malienne aujourd'hui et sa complicité de fait avec la milice Wagner sont particulièrement inefficaces pour lutter contre le terrorisme, ça n'est d'ailleurs plus leur objectif et c'est ce qui a présidé à notre choix de quitter le sol malien"

Vamos analisar a liberdade com que Macron utiliza o termo "escolha", por ser palavra repetida nesta construção:

1ª ocorrência 

A Junta, no Mali, fez uma má escolha (apesar de ser no seu próprio país).

2ª ocorrência

A França saiu por escolha própria (apesar de expulsa e querer permanecer).

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Piro-imunidade

 


A imunidade de que se gabava Guterres há pouco tempo dá provas de plena eficácia.

domingo, 24 de julho de 2022

Poesia guineense

a poesia era o espaço 

entre a inocência e o dia

uma espécie de alforria

redimindo à boca da sorte

o silêncio de mil noites


um vago sentimento 

de consciência acordada

pelo gemido do vento

poesia real refundida

crua e nua sensual


poesia distorção da vida

a vítima dentro de nós

procura sempre o amor

na densidade dos processos

na empatia do sofrimento


nada mais relativo

nada mais magnético

que sofrimento dínamo

senhor do silêncio vivo 

ardendo dentro do poeta


poesia sonho parasita

onde cada um pode

com os restos de si próprio

refundir a elegante ideia 

de uma identidade interior


proposta de remetrificação em 5 quinas, por questões gráficas, apenas em minúsculas e sem pontuação

com base em Adão Cruz, in Tabanca Grande > link disponível à direita

sábado, 23 de julho de 2022

Sede Vacante


Torna-se cada vez mais plausível a repetição de uma impossibilidade. Não me apetece expor o caso de Celestino V. Quem quiser que procure essa suposta excepção que "legitimaria" a "aposentação" do Papa na internet, logo constatará ser inválida. Depois de uma barbaridade, outra barbaridade. Usurpador, sim, pois nenhum outro nome pode ser dado a quem ousa adoptar o nome de Francisco, como novidade, depois de um 4x4 que, se não era Santo como João Paulo II, era bento. A Igreja nunca gostou de novidades. A multiplicação dos papas vivos é uma ofensa ao poder espiritual do detentor das chaves de São Pedro e um atentado ao dogma da sua infalibilidade. Para além disso, o pampo traiu a comunidade de vivos e mortos ao celebrar missas a solo, para ninguém, colaborando com a pseudo-peste COVID. Para todos os efeitos, deixou de ser Papa, se é que não pode passar a ser apodado de anti-papa e obreiro do Diabo. Talvez o braço de Deus o execute, antes de poder concretizar o seu infecto intento. O colégio cardinalício, apesar de banalizado, precisa de se reencontrar, deixar-se de politicamente correctos e ouvir o Espírito Santo, de outra forma será a própria continuidade de uma instituição brevemente bimilenar que estará em causa, arriscando-se a não chegar a sê-lo. Papas à dúzia, cada qual pintcha carreta do outro? 

PS Na Igreja, quando os papas se tornavam incómodos, matavam-se discretamente. Até a suposta queda de uma parede chegou a ser usada... chegaram a matar-se antes de o ser, como aconteceu a João da Azambuja. Só um Cardeal imanentemente Santo, com profundo conhecimento da Igreja e das coisas mundanas, pode servir ao eterno assento, neste momento de desarranjo global. 

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Palavras sábias


Acreditei na democracia como sistema, mas a receita que nos propuseram, como democracia, chegou-nos a granel, como libertinagem mediática, como multipartidarismo integral, sem que tivéssemos esse hábito. O que criou toda a espécie de desordens. E até hoje, é isso que estamos a viver. Estamos hoje numa situação de impasse, em que todas as ideologias que o mundo conheceu, o liberalismo, o capitalismo, o socialismo, etc, etc, caducaram. A humanidade questiona-se, procuramos referências, portanto a coisa não falhou apenas no Mali, a democracia falhou por todo o lado. É o sistema mundial que está hoje num impasse.


NB A tradução do francês é da responsabilidade do autor deste blog.

PS O Mali vive hoje uma dinâmica própria. Nem os franceses nem certas facções apreciam. Até por isso, há que dar uma hipótese à nação. Para não falar que Paul Damiba está receoso pelo Burkina, também. Uma nova constituição, ex-novo, está na forja. Uma solução endógena vale por mil anos de ONU. 

Demasiado salgado

Uma ONU alienada e em decadência total, com Guterres obrigado a engolir mais um prato intragável, depois da história dos legionários franceses em Bangui. Em vez de se calar para minimizar os estragos, esperneia freneticamente, afectando escândalo. Então a organização é imune? A quê? Só se for à farsa COVID. Mas, pelos vistos, ao seu cretinismo iNATO, não. Não viu os sinais? Quando o povo maliano, em sintonia com as suas Forças Armadas, demitiu Keita, não reparou nos blindados da MINUSMA atirados para a valeta? Um dia antes dos factos invocados do dia 13, não recebeu uma chamada do Presidente maliano, chamando a atenção para a necessidade de ser respeitada a soberania nacional? Já não há qualquer dúvida de que Paris infiltrou a ONU para a prossecução dos seus inconfessos procedimentos golpistas, recorrendo às marionetes de serviço. 

O onusiano agora declarado persona non grata está sediado em Paris. Consultando-se o seu perfil no twitter, na origem da polémica, pode ver-se um disclaimer, em cabeçalho, no qual assevera que os seus pontos de vista são pessoais. Então por que não se contenta com a sua foto e usa o logo da ONU? Nada há de pessoal nas suas publicações, que não esteja relacionado com o seu trabalho. As autoridades malianas deveriam igualmente consultar o seu perfil no linkedin, que é ainda pior... Acrescenta que os seus retweets não implicam forçosamente concordância. Mas, neste contexto e mesma semana, faz igualmente retweet de Guterres, no qual este afirma grosso modo que a desinformação pode matar (para bom entendedor... é fácil perceber quem eram os destinatários, pois muito bem, estes enfiaram o barrete), para além de dar tiros nos pés, partilhando neste contexto, apesar de já ter alguns meses, o documentário de Jean Crépu da ARTE, "Guerre au Mali, coulisses d'un engrenage", o qual aliás recomendo vivamente: ao minuto 50, a engrenagem ONU é claramente denunciada...


...le robinet de l'aide sur lequel sont branchés une multitude de ONG et d'autres instituitions, continue de couler sans que rien ne change, business as usual, comme on dit. Ses programmes sont terminés mais ils ont des frais de fonctionnement énormes. Ça fait vivre beaucoup de monde. Les per diem, les vehicules 4x4, les machins... tous ces occidentaux, qui, à Bruxelles, à Paris, sur le terrain, sont les employés de ces grandes organisations, que ce soit les ONG, soit les Nations Unies, soit la Commission Européènne, ces gens là vivent de ça, ils font le commerce, donc, qui va se mettre un jour autour d'une table en se disant: "non, franchement, ce qu'on fait là ça sert à rien, va falloir qu'on change de méthodes".

 

A promiscuidade da ONU com o "mandato" que se arrogam os franceses na zona, mal disfarçado pela inclusão de outros países (que aliás não param de desertar), tornou-se demasiado patente com o assassinato que decapitou a liderança tuareg (empoderando as facções jihadistas, o qual não mereceu uma simples nota de condenação ao seu Secretário-Geral), já para não falar dos erros da aviação francesa, como bombardear um casamento (só por os seus drones terem detectado uma concentração anormal de motas), ou os 3 prisioneiros (numa captura de 4), capturados incólumes, que morreram no caminho para Bamako, entre outros casos. Agora pode imaginar-se aquilo que Blaise Compaoré foi fazer a Ougadougou recentemente... numa visita que surpreendeu toda a gente, e de onde nunca devia ter saído, senão para o cemitério, cumprindo a ordem do tribunal; o corpo que o levassem depois de volta para Abidjan... Mas quem avisou Assimi Goita? Terá sido Paul Damiba?

Quanto aos factos: se bem que os mercenários de Abidjan tenham chegado desarmados num avião, este era logo seguido de outro avião carregado de armas; para além disso, cada qual apresentou individualmente uma versão diferente da sua missão. Muito suspeito. Qual rotação, como afirmou Olivier Salgado, qual carapuça. A ONU, em vez de solução, passou a fazer parte do problema, sujeitando-se a servir de cavalo de Tróia a Paris. São por isso patéticas, as declarações produzidas. 


PS Já para Paris, a coisa não corre definitivamente de feição. Dois abortos, em tão curto espaço de tempo? É o descrédito total. Resta saber em que medida isto pode afectar a cotação do marfim... e o status quo na sub-região. Perante o desespero de Macron, Buhari já percebeu que os francófonos estão em convulsão e que não se sabe o que daqui pode sair, mais uma boa razão para entregar a presidência da CEDEAO, aliás igualmente completamente desacreditada, a terceiros.

A bela, o cornudo e o chulo...

...os três de visita a Bissau.

1) Todas as mulheres são belas, mas é preciso muito vinho para conseguir averá-lo relativamente à MNE francesa. Nisso, não há dúvida que a Guiné-Bissau bate a França por larga vantagem.

2) Ninguém está em condições de negar o nome que lhe impingem, mas é sempre possível usar, em alternativa, o nome do/a outro/a progenitor/a (se bem que quem tem um pai com um nome como cornudo, possa alimentar sérias dúvidas quanto ao seu radical ADN).

3) Quanto ao chulo, na língua francesa atribui-se como sentido figurado para maquereau

Só porque vem a propósito, fica a resposta a um comentário que censurei por outras razões, que criticava a tradução do francês para português, de Marchenoir para mercado negro, afirmando que para isso faltava o acento no É (assento a esquisitice, um simples acento, que dizer dos ingleses que nem usam disso? não fossem os franceses especialistas em nuances, palavra sem tradução para português que os define bem, tal como acontece com saudade para os portugueses): mais s'il marche noir, au présent, son pére, que lui a donné son nom, il a marché noir, au passé. 


Bom, mas passando às coisas sérias. Como Le Figaro nota, é a primeira viagem a África neste segundo mandato, o que obviamente comporta um assinalável peso político e diplomático. Comer uns camarões com o presidente vitalício, é expectável, mesmo se ofende os belos princípios republicanos. Yah, onde é? Bom, não interessa... Passar no Benin é igualmente benigno. Mas na Guiné-Bissau? Sendo inteiramente inesperado, por exógeno à francofonia (e não só, lembre-se quando Macron considerava o legítimo presidente guineense como auto-proclamado e lhe negou qualquer contacto, colocando-o sob vigilância dos serviços secretos, o que aliás deu origem a um episódio rocambolesco e hilariante), comporta obviamente uma mensagem figurada (como as assumidas ofensas aqui publicadas, que me sujeitam penalmente à lei francesa, aliás contrária à jurisprudência europeia sobre a liberdade de expressão). Para se perceber, é preciso recuar uma semana, ao discurso do aqui figurado chulo, no 14 de Julho, em que se dirigiu à elite do exército francês, sob um calor sufocante (certamente um vento africano) e com muitos copos de água à mistura, anunciando o regresso ao SMO (serviço militar obrigatório), com a disponibilização da respectiva cenoura, ou seja, dos inerentes fundos. A França enceta portanto uma escalada belicista, sob pretexto da incerteza dos tempos. Chamo a atenção para a frase do presidente francês, muito bem escolhida pelo jornalista Nicolas Barotte, para resumir o espírito da coisa, a qual transcrevo: "La France ne veut plus être en première ligne et tenue responsable de tout." Vejamos então, aquilo que se subentende do discurso ressabiado (alguma coisa está Mal 'li): não querem estar na primeira linha, mas insistem em continuar presentes militarmente em África, mesmo que indesejados, negociando o seu apoio a ditadores, como sempre. Ou seja, é preciso uma aparência de mudança, para que tudo continue na mesma. Ora, é precisamente a atitude que seria inteligente mudar. Mais, não se contenta com a sua tradicional esfera de influência e pretende invadir outras. E não há dúvidas que são os seus próprios interesses que estão em jogo, quando pelo meio da sua "nova" estratégia africana, insere avisos contra a "predação" chinesa. Olha quem fala... o nú para o roto. Mas há mais. Essa frase lapidar de Macron encerra a confissão da derrota sofrida nas dunas, depois da agilidade felina demonstrada há uma década pela operação Serval. Este blog apontava então o grosseiro erro estratégico que estavam a cometer. Então agora quer militares menos parados e menos expostos? Será que leu 7ze ou Maginot sózinho? Se calhar devia tê-lo feito mais cedo, teria poupado na vergonha que agora o atiça.

Não há bela sem senão. Se o chulo e companhia pensa que vai ter, em Bissau, uma recepção calorosa estilo Marcelo, está enganado. Terá sorte em não ser assobiado à passagem, pois aqui respeita-se a comida, não se desperdiçam tomates nem se deixam apodrecer ovos para o acolhimento que merecia.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

narCO-COntradições

Num estado em que histórica e assumidamente se comercia (evito usar "traficar" por julgar que o problema se resolve por si mesmo descriminalizando, como já defendi neste blog) cocaína a altos níveis de Estado, em que as "apreensões" são poeira atirada para os olhos dos menos atentos ou simplesmente "recicladas" (mesmo que colocadas a "salvo" nos cofres do Estado), onde nunca ninguém foi preso por esse negócio, como ficou provado no último e recente caso com cheiro a peixe (as provas, ou melhor, a mercadoria desapareceu uma vez mais, dificultando o trabalho dos juízes e facilitando o trabalho dos advogados - pois sem "arma" não há crime - dos espoliados, que mesmo assim não se livraram de umas "cócegas"), condenam-se hipocritamente polícias por fazerem segurança a palha tetrahidrocanabinol de baixo teor, má qualidade e baixíssimo valor. 

PS Uma história já velha conta que se descobriu um "desembarque" involuntário porque apareceram crianças com problemas de estômago e "hiperactividade", foi-se a ver o que tinham em comum e notou-se que o problema tinha origem no pão. É que tinham encontrado uns sacos com pó branco na praia, que se presumiu ser farinha, procedendo-se em consequência. Claro que depois apareceram uns senhores muito simpáticos que benevolamente se ofereceram para trocar esse "lote" estragado e impróprio para panificação por farinha portuguesa da melhor qualidade (seria Branca de Neve?).

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Oficialmente extinto

O comissariado engole dinheiro por via de um pandemónio provocado por uma pseudo-pandemia foi final, se bem que tardiamente, extinto. Eis, atipicamente, uma boa medida no campo da saúde (mental, pelo menos).

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Sapo fora fussiduris

PAIGC junta-se à liga (ou liga-se à junta) sem convite formal. Resta saber se o MADEM é totalmente alheio à mouvance.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Louvor

De forma a colmatar a omissão, decerto devida a lapso, do decreto presidencial, 


quanto ao bom desempenho do Presidente do Supremo Tribunal Militar na sua função, a qual cumpriu com honra e distinção, nomeadamente ao nível da redacção e aprovação de regulamentação militar de que as forças armadas estavam fortemente carentes, de longa data, em prol do reforço do seu carácter republicano e da aplicabilidade da justiça castrense, no contexto de um Estado de Direito,

vem este blog publicamente elogiar o seu contributo, para memória futura. 

PS Em relação ao currículo de Daba Naualna, nos artigos sobre a sua exoneração que fui acompanhando nas últimas horas, não reparei que este tivesse sido citado como eminente professor da Faculdade de Direito de Bissau.