quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Buhari reforça capacidade militar

O presidente da Nigéria, recebido na Casa Branca, obteve garantias de Trump de entrega para breve da encomenda de helicópteros para as suas forças armadas. Trump afirma que a América, depois de décadas a pretender ser a polícia do mundo, abdica da segurança a favor dos actores locais, elogiando o esforço do seu homólogo africano.

Nesse contexto, Buhari apelou para uma efectiva colaboração entre os países da CEDEAO no âmbito militar. Por falar em helicópteros, a Guiné-Bissau tem grande especialista que pode dar formação; o país tem experiência de missões internacionais da ONU e já serviu de anfitrião à ECOMIB; estando decerto à disposição para aderir a essa política. 

PS Para além do sector do caju, a Guiné-Bissau é conhecida pela grande qualidade dos seus combatentes.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Lettre ouverte à Macron

« Ce qui se joue en Côte d’Ivoire actuellement c’est l’avenir des populations africaines et européennes. Si OUATTARA réussi son coup expérimental d’une nouvelle forme de coup d’Etat, ce procédé sera immédiatement franchisé dans tous les pays de la sous région et même dans toute l’Afrique. »

Or, selon Jean-Yves Esso, c'est aussi l'avenir de Macron, une fois que les 35% d'afro-descendants qui forment son électorat ne se priveront pas de « sanctionner ce comportement irresponsable dans les urnes lors des très prochaines consultations électorales présidentielles françaises de 2022 ».

Faure déchu

« Si la France ne peut pas faire respecter la vérité des urnes et le respect des libertés fondamentales dans nos pays elle perd ce qui fait sa vocation universelle de pays des droits de l’homme et la substance de sa politique étrangère».

Agbéyomé, président démocratiquement élu du Togo, à la suite des vrais résultats de l’élection du 22 février dernier

Je suis Embaló

Emmanuel Boucar Faye, Capitaine au long Cours, Pilote / Port Autonome de Dakar, denuncia os vampiros que sugam o sangue da juventude africana.

Ouattara charcuté

« Ouattara perdeu a batalha da comunicação no plano internacional » Fernand Dédeh

« Estamos aterrorizados, embastilhados, mutilados, assassinados, em horror bestial » Bedié

Paris na mira

Leslie Varenne, durante vinte anos jornalista de investigação in loco, autora de um livro excepcional sobre a falta de legitimidade de Ouattara, militarmente imposto por França, denuncia pelo FaceBook a perigosa deriva de Macron para a África ocidental.

Aquela que se tornou numa autoridade em assuntos africanos teve o mérito de denunciar a farsa COVID desde o início. Como admiradora de Sankara, vive actualmente no Burkina Faso, e tem uma legitimidade especial nos seus posicionamentos.

PS A condenação de Paris vai assumir uma vertente comercial, visando os interesses económicos que a França em marcha (atrás) tanto se agarra. O feitiço virou-se contra o aprendiz de feiticeiro. Já não há engenharia que lhe possa valer...

Mesmos vícios, mesmos métodos

Tal como na Guiné Conacri, também na Costa do Marfim os comerciantes se queixam de infecção microbiana, enquanto se faz gazeta ao Parlamento do usurpador, uma vez que há deputados da oposição presos, apesar da imunidade parlamentar.

Mali na encruzilhada

Reconhecido na sociedade maliana como um homem íntegro, que apesar de militar de carreira, se apresenta fardado à africana, contando no currículo com duas demissões por motivos de consciência, o recém-empossado Presidente de transição Bah N'Daw está perante uma encruzilhada. Face ao desafio securitário, a fama do exército cresce, a vertente negocial progride e há quem recomende que escute o povo, assumindo na plenitude a soberania nacional e um espírito renovado de cooperação sub-regional, com destaque para a Guiné-Bissau, cujo Presidente foi o único homólogo a estar presente na sua cerimónia de investidura, o qual, na altura certa, evitou que a CEDEAO impusesse sanções ao novo regime militar. O Mali, como país interior, tal como o Burkina Faso, está dependente de uma racionalização da mobilidade e de um plano de desenvolvimento económico sustentado à escala sub-regional, com base na independência monetária, que só pode ser garantida pela evolução da UMOA para uma autêntica UEMOA, à imagem da moeda única europeia, e na redução da dependência em relação ao apoio francês, cada vez mais contestado, no seio da população, da diáspora e da classe castrense.

Lapa na chapa


Discurso de Issoufou, Presidente do Níger em exercício da CEDEAO, há cerca de 8 meses atrás, na abertura da cimeira de Chefes de Estado, em Abuja, sob o olhar atento e aprovador do Presidente Buhari: « Le temps des hommes qui s’autoproclament providentiels et donc irremplaçables, des hommes qui cherchent à s’incruster à vie au pouvoir, tire à sa fin. Cela se traduira par des alternances plus fréquentes et par une respiration démocratique qui consolident les institutions démocratiques dont nos peuples ont tant besoin. Cela nous permettra de faire l’économie des crises ». Esta foi uma cimeira decisiva, de verdadeira inflexão a vários títulos, como o reconhecimento do Presidente da Guiné-Bissau

Já há dois anos, o General Buhari tivera oportunidade para tomar uma atitude, mas talvez os tempos não estivessem maduros e acabou por deixar o clube dos ditadores promover uma diversão, perseguindo a Guiné-Bissau. Está na altura de recuperar a liderança positiva da CEDEAO, enfrentando definitivamente o vil estilo novo de Paris. É a sua oportunidade para deixar marca.

La France non inscrite

Deputado expulso da bancada parlamentar França em marcha por não ter aprovado o programa de governo recomenda a Macron que reconheça Cellou: « Le silence actuel de la France c’est la pire des choses que la France puisse faire vis-à-vis de la Guinée et des Guinéens (...) Pour le moment la France ne montre pas sa capacité à s’adapter au nouveau continent africain parce que les choses ont vraiment changé. »

La France insoumise

Reconnait le CNT de Bedié comme pouvoir légitime en Côte d'Ivoire.

Lettre ouverte à Ouattara

« Mr Alassane, ne peux-tu pas sortir par la grande porte? A quoi sert-il de s’accrocher au pouvoir coûte que coûte en occasionnant la mort de tes compatriotes? La France ne t’aime pas et ne t’aimera jamais. Elle poursuit ses intérêts. Êtes-vous fiers de voir vos compatriotes mourir à cause de vous ? Avez-vous un coeur ? A cause de mon égo, mon désir, le sang humain sera versé? Loin de moi. Que Le Créateur n’ose. IL redemandera le sang innocent versé. IL n’y a rien qui est gratuit. Tout se paie ici-bas. »

Beninense anónimo

domingo, 15 de novembro de 2020

Main tendue ou bras armé?

RFI entrevista o usurpador, mas com direito a contraditório, mostrando como os media franceses se começam a distanciar dos casos psicopáticos da Guiné e Costa do Marfim. No Togo e nos Camarões, cujas oposições há muito que são vítimas do mesmo esquema, agitam-se as forças patrióticas... A nova luta de libertação não se resume ao povo guineense, é a do povo marfinense, togolês, camaronês, é a de uma juventude esperançosa numa janela de oportunidade para o continente, sem os grilhões neo-colonialistas que o gangrenam e entravam a construção de uma autêntica identidade africana, nos antípodas da hipocrisia que se apossou da UA, cuja alma Alpha Condé vendeu, quando era presidente. Depois do primeiro passo, dado pelo povo burkinabê, chegou a hora da última e radical vassourada, em honra do verdadeiro líder, assassinado pelo deposto. Sankara ka muri!

Maquereau en cavale


Em fuga para a frente, Macron (que pode ser traduzido para português por cavala), presidente da França, parece decidido a encavá-la: ao tomar a decisão de colocar os interesses económicos como critério absoluto, acaba de felicitar Ouattara pela sua vitória de pirro, ou seja de assinar o decreto de extinção da FrançAfrique. 

Não restam agora quaisquer dúvidas da existência de um pacto de facto, através do qual a França alienou ao usurpador os Direitos Humanos dos marfinenses, em troca da concessão do grande contrato de obras públicas que representa o Metro e Aeroporto de Abidjan, ao dobro do preço, em detrimento dos chineses.

Afinal, o feijão tem chouriço!

Cavado o fosso pela justa condição prévia de anulação do acto eleitoral da discórdia, o Presidente Bedié e o CNT têm à disposição todo o arsenal retórico utilizado pelo próprio Ouattara em semelhantes circunstâncias:

«Ne nous trompons pas. Pour nous, Laurent Gbagbo n’a pas été élu; c’est un président illégitime. Et à partir du moment où nous ne reconnaissons pas Laurent Gbagbo, nous ne reconnaissons aucune institution»

É só trocar os nomes. Ou de papéis, enviando Ouattara e a cavala (de preferência, já enlatada pela justiça francesa, tal como estão a entalar Sarkozy), para o TPI.

PS Isto não é uma cabala.

sábado, 14 de novembro de 2020

Visita presidencial

O Presidente Umaro Sissoko receberá amanhã em Bissau o seu homólogo maliano, Bah N'Daw. Em agenda a próxima Cimeira de Chefes de Estado da CEDEAO.

Option militaire ou félonie?

Macron não só descartou a mensagem clara do povo maliano ao demitir o Presidente transformado em marioneta como esqueceu rapidamente a hostilidade popular para com os soldados franceses, os quais passaram entretanto de aliados a ocupantes. 

Paris dá agora crescentes e preocupantes sinais de radicalização em África, ao eliminar Bah ag Moussa, líder tuareg muito querido entre o seu povo. Este cidadão e militar maliano teria sido abatido numa operação francesa em território maliano, na sequência da mobilização de "importantes meios de informação". 

Apesar de o Primeiro-Ministro, Moctar Ouane, ter defendido estrategicamente um diálogo inclusivo, sabendo que há uma luta em curso entre facções djihadistas, Paris apressou-se a suprimir um dos campos, desautorizando a soberania maliana, minimizando a via negocial e minando as possibilidades endógenas de pacificação.

A posição francesa, pela boca da Ministra da Defesa Florence Parly apresenta-se irredutível «On ne peut pas dialoguer avec les groupes djihadistes qui n’ont pas renoncé au combat terroriste». Não bastando já assumir que as decisões são tomadas em Paris, quando confrontada com a existência do Governo maliano e negociações em curso, a senhora declarou que «C’est de la responsabilité des autorités maliennes, pas la nôtre, mais il est important d’échanger».

Vejamos se percebemos bem o discurso: então as negociações promovidas pelo Governo maliano, no seu território, com os seus nacionais, não interessam para nada à responsabilidade francesa, focada em eliminar um dos actores, para mostrar potência. Muito bem, perfeitamente esclarecidos: a república tem capacidade para assassinar sem processo e sem remorsos em solo estrangeiro, quando bem lhe apetece.

Armam-se em americanos e depois admiram-se... Até Putin ter recuperado o respeito, os americanos armavam-se em polícias do mundo. Apesar de todos os inconvenientes, demonstrados à exaustão pelo 11 de Setembro, os franceses parecem ter enfiado o barrete de polícias de África.

De facto, o objectivo claro dos franceses é atrasar quaisquer negociações, não só pela eliminação em si, mas porque os restantes actores passarão a evitar a exposição. O momento escolhido é obviamente um sinal: la France en afrique s'accroche à son ultime illusion de grandeur.

Relacionando com os eventos da Costa do Marfim: na sequência de supostas informações do exército maliano dando conta de uma incursão djihadista, o exército marfinense deslocou importantes forças para uma cidade fronteiriça do norte do país, Tengrela

Neste momento, em que a cotação do made in France está em baixa, trate-se de um pretexto ou de uma diversão, induzindo a uma cooperação dos militares franceses com o exército marfinense na repressão popular, ou a um reforço da presença de militares franceses na Costa do Marfim, seria passar um atestado de menoridade às independências africanas e desacreditar por completo a CEDEAO, pelo que se arrisca a cair mal no meio diplomático sub-regional.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Provocações nos mercados

Assinaladas provocações recorrentes, por parte de agentes localmente desconhecidos que a pretexto de comemorarem a vitória de Alpha Condé invadem os mercados para lançar confusão e sinalizar opositores, a Câmara Municipal de N'zérékoré dá o exemplo, proscrevendo tais actos mafiosos comanditados pelo usurpador, com fundamento na paz social. A quem julga que engana? Pelos vistos, já nem ao aparelho...

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Reply to: «Lobo decrépito confina rebanho e convida representante das ovelhas para diálogo à mesa.» 0 gostos

Kil ku muri ba dja dus biás

A 6 de Junho de 1998, quando pensava ainda poder abandonar o país para eliminar Ansumane, Nino proclamava na Chapa que até a sua camisa mandaria em Bissau. Herói ou psicopata? 


Culpados do assassinato de Nino? Não foi assassínio, foi suicídio. Para que voltou Nino à Guiné-Bissau, conhecendo bem em que circunstâncias tinha sido obrigado a deixá-la? Já foi uma chatice arrancá-lo às garras do povo, quando os manuais ordenavam suprimi-lo, para evitar chatices... 

Luís Cabral sim, merece elogio, pois sabendo passado o seu tempo, sempre fez questão de não se intrometer e decerto que não por falta de amor à Guiné, acabando os seus dias tranquilamente no exílio, de morte natural. Se há um culpado do assassinato de Nino, é decerto o próprio e sua sede doentia de vingança e de eternização no poder. 1, 2, 3, fossem quantos "mandatos" fossem. 

Para além disso, de forma alguma pode haver mais suspeitos, para além do ante-declarado culpado e bode expiatório ideal. O valente general Tagma Nawai ordenou para as horas seguintes a qualquer coisa que lhe acontecesse, o fuzilamento do presidente. Ordens diligentemente cumpridas pelos seus subordinados. 

O ex-presidente deixou um pesado passivo contraído nesses dez anos que roubou à cova, a acumular à factura da sua vida anterior.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Diplomatas frustrados


No contexto da JA habitual estupidez como voz do dono, o diário oficial confessa que a diplomacia angolana anda frustrada com a gestão do dossier "Guiné-Bissau". Como burros que são, aldrabam a data da proclamação unilateral de 1973 para 1974, e aproveitam para chorar a MISSANG, num artigo sem qualquer conteúdo... alguém lembre aos senhores que não falavam assim, quando estavam todos borradinhos para evacuar as tartarugas, e lhes explique que devem a independência à Guiné-Bissau. E mais, que se estão muito felizes a comemorar os 45 aninhos da vossa independência, a Guiné-Bissau já lá vão dois meses que comemorou os 47, por isso respeitinho pelos mais velhos, suas reles cópias ranhosas. História muito, muito trágica é a do MPLA, que desde a independência passou metade do tempo em guerra, a outra metade a roubar, e que atira sistematicamente aos crocodilos os jovens mais habilitados para tomarem conta dos destinos do país. Era dessa "comemoração" que deviam falar, daquilo que se passou ontem em Luanda. Têm cá uma moral para andarem para aí a pregar boa governança... Será necessário clarificar o significado psicanalítico desse injustificado complexo de superioridade? Que raio de credibilidade pode ter o elefante basofo a fazer peito à pobre da formiguinha? E se a formiga é rabiga, lhe salta em cima e lhe fura a barriga?

Já o império português morreu a queixar-se disso... Tristemente, o primeiro tuga a chegar à actual Guiné-Bissau, foi também a primeira vítima da guerra colonial.

O cu do saco à vista desarmada

UFDG emite comunicado denunciando a prisão de quadros do seu partido sob acusações fúteis e acusando a procuradoria de justiça de funcionar a duas velocidades, uma vez que ainda não deu entrada qualquer processo relacionado com as mortes em contexto pós-eleitoral. A justiça, caída inteiramente sob a alçada de Alpha Condé e cada vez mais desacreditada, coloca bem em evidência o beco sem saída, cul-de-sac em francês, no qual se enfiou o regime, sem contra-poderes para refrear a ganância de poder do ditador. O principal mérito do comunicado é contudo mostrar que Cellou continua vivo e, mais que isso, com a moral elevada: galvanizado mesmo, que é a chave do referido comunicado. Já a melhor tradução para francês de "ter o saco cheio" é ras-le-bol, consequência mediata do cul-de-sac.

Erro de cálculo

A China, que subjaz ao consórcio para a exploração do ferro guineense, deve acautelar como de duvidoso efeito ou cobrança, qualquer adiantamento ao usurpador Alpha Condé, por conta do elefante branco parido hoje.

Afinal, feijão tem toucinho!

Ataque ao mercado

As forças de segurança ao serviço do usurpador Alpha Condé lançaram um ataque a gás lacrimogénio, por volta do meio-dia, ao centro comercial de Kindia, gerando a confusão no mercado. Continua assim a perseguição sem vergonha àqueles que apoiam Cellou, não só no campo político, como empresarial. Fumegar um mercado africano, utilizando uma arma química de forma agressiva na presença de mulheres e crianças, é apenas mais uma barbaridade a imputar ao genocida em sede do Tribunal Penal Internacional. Compreende-se melhor assim a lei que fez passar no ano passado, instituindo o Direito do Assassinato legal, da qual muita gente desconfiou para que serviria... Disparar perante uma ameaça iminente é uma coisa, sobre qualquer "obstáculo", é outra. Os Direitos Humanos não passam aparentemente de papel higiénico, para limpar o rabo ao ditador.

PS Os empresários já responderam à iniciativa desesperada de Alpha Condé, negando-se a pagar os novos impostos que devem servir para os extorquir ainda mais, lembrando que são as próprias milícias de Alpha que lhes têm andado a assaltar as lojas, recusando-se o Estado a indemnizar os prejuízos, concluindo pelo apoio à desobediência civil. Neste contexto, o Tribunal da CEDEAO veio hoje afirmar a sua soberania, condenando o Estado guineense, já sob a presidência de Alpha Condé, a indemnizar vítimas de acontecimentos semelhantes em 2012. Aumentam os sinais pressagiando um vento de mudança...

Nova tendência geo-estratégica

Depois de os americanos se terem arrepiado com África, assombrados pelo fantasma de Mogadíscio, parece ser a Europa a seguir o mesmo caminho. Não estando dispostos a envolver-se para além de um certo ponto, ou seja, militarmente, descartam a solução de eventuais problemas para as instâncias regionais, e mantém uma insuportável conivência com o status quo, irritando muita gente na África ocidental. No esquema, é sobretudo o papel de França que está em causa. 

Neste contexto, realce-se uma notícia que só aparentemente nada tem a ver: a Nigéria, que sempre se recusou a aderir à moeda comum continental ou sub-regional, acaba de decidir inverter a sua política, assinando a adesão e equacionando a abertura de fronteiras, fechadas há mais de um ano para estimular a produtividade nacional. Uma leitura possível é que Buhari se decidiu a dar um grande boost na CEDEAO, tirando proveito da extrema fraqueza que França está a revelar no processo em curso. Boa!

BOA base operacional avançada em Port Bouët, controlando o aeroporto e o porto de Abidjan, com cerca de mil militares, a qual, segundo os franceses:

- en mesure de soutenir les opérations dans la zone en facilitant les mouvements des forces;

- forment un réservoir de forces rapidement projetables en cas de crise dans la sous-région.

A testa de ponte do neo-colonialismo, preço que Ouattara pagou pelo apoio ao assalto eleitoral, perde assim qualquer justificação para a sua manutenção no terreno. A caminho de uma afirmação africana de boa governança?

Prazer mórbido

Uma semana antes das eleições, Ouattara declarava ao Le Monde que concorria contra a sua própria vontade, para salvar a Costa do Marfim. "Je me présente contre ma volonté, ce n’est pas un plaisir." A verdade é que essa "missão" que se impôs está a ter resultados macabros, largamente subestimados pelo governo, mas que já se elevam "oficialmente" a quase uma centena de mortos, duas centenas de presos, meio milhar de feridos, já para não falar dos dez milhares de refugiados. Sera que celà ne suffit pas à l'éveil de la CEDEAO?  Ou será que a tragédia ainda vai no adro? 


A verdade é que Ouattara também prometera a Macron não concorrer ao terceiro mandato, como lembra o Vice-Presidente do Senado francês, que trata as eleições de palhaçada... "le président sortant, Alassane Ouattara, s’arroge le droit de se présenter à un troisième mandat contraire à cette constitution et à ses propres engagements de ne pas se présenter à un troisième mandat, qu’Emmanuel Macron avait salué. S’ensuit une mascarade électorale dont la Mission internationale d’observation électorale (MIOE) dira qu’il s’agit d’un scrutin « non inclusif et boycotté qui laisse un pays fracturé ».