sexta-feira, 23 de outubro de 2020
Pegadinha
Ao mesmo tempo que era tornada pública a demissão de dois responsáveis da CENI denunciando as falcatruas de Alpha Condé, um infiltrado com câmara escondida desvendava também sistema de enchimento de urnas.
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
Requisição do exército
Numa aparentemente inexorável fuga para a frente, um Alpha Condé acossado tenta reforçar com as forças de defesa a repressão promovida pelas forças de segurança. Ao enviar os militares para as ruas, entra em guerra com o seu próprio povo, tornando-se num alvo a abater para qualquer patriota. Um fim penoso e execrável, como genocida, para o esquizofrénico professor da Sorbonne.
Bem pode o presidente cessante e candidato a usurpador tentar vender ao mundo a sua falsificação dos resultados eleitorais, enquanto os jornalistas revelam gravações no Hotel Kaloum, descobrindo a corrupção da equipa de observadores da CEDEAO, comandada por José Maria das Neves, o qual se apressou a lavar as mãos em relação ao período pós-eleitoral, abandonando o local do crime.
Macron fait le sourd
A loucura assassina de Alpha Condé
Um bom resumo da actual situação, retomando os temas expostos neste blog.
Diabolização do tribalismo
O tribalismo não é forçosamente mau. Que representou, em Portugal, a campanha "compre o que é nosso" ou "vá para fora cá dentro", se não um apelo ao sentimento tribal? Como tudo, o tribalismo tem uma parte boa e uma parte má, mas é uma estrutura identitária africana, só muito lentamente sublimável em nação, carecendo para isso de um caldo sociológico favorável.
Julgo que é essa a mensagem principal da obra-prima da literatura africana, merecedora de Nobel (incomparavelmente mais que o beneficiado português Saramago), "Mayombe", de Pepetela, que, já agora, vou reler uma outra vez com prazer (pois não o faço há muito, é um livro de culto, para mim), apesar de saber que acabo invariavelmente em lágrimas.
Reduzindo a preto e branco e passando sobre o simplismo da formulação, assiste-se em Conacri a uma batalha escatológica entre o tribalismo bom de Cellou, contra o tribalismo mau de Alpha. O desenlace poderá constituir um ponto de viragem crucial para o futuro do continente.
Fulos com o equívoco
A diabolização étnica que Alpha Condé está perigosamente a empreender, por sua conta e risco, numa altura em que já perdeu a legitimidade, não passa de um equívoco. Se já o era há uma década quando Alpha subiu ao poder, e mais ainda há cinco anos aquando da sua polémica reeleição, hoje é uma verdade tribal insofismável: os fulas começaram a ganhar dinheiro graças ao seu espírito organizado e são aqueles que estão mais interessados na estabilidade e numa governança sustentável da sub-região.
A frieza dos franceses (em desespero no Mali e de olho numa forma de colmatar a falência da operação Barkhane) em relação a Alpha Condé, é sinal evidente de desgraça e abandono à sua sorte por parte de Paris, apesar dos receios em relação a eventuais precedentes para as eleições a ter lugar ainda este mês em vários países da sub-região. Depois de lavar discretamente as mãos em relação ao chefe dos comandos morto em Kindia, a diplomacia francesa parece confinada a uma estranha apatia e indecisão.
Fraude com o rabo de fora
Em Conacri, a CENI (Comissão Nacional Eleitoral Instrumentalizada) continua a publicar resultados a conta-gotas, elevando para 20 (dos 34) distritos eleitorais aqueles cujos resultados já se conhecem. É, no mínimo, curioso, constatar que no distrito eleitoral onde Alpha Condé apresenta melhor resultado, Faranah, o número de votantes é superior ao de inscritos...
Resta saber o que querem fazer com os bastiões de Cellou, se os querem guardar, para cozer com batatas. A estrutura de totalização está confundida: não será possível adiar por muito mais a publicação do somatório. Não admira que já haja quem diga que, se o país se começar a arder, a culpa deve ser activamente assacada à CENI e passivamente, à CEDEAO...
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
A coragem de Cellou
Coordenador da UFDG em Conacri abatido a tiro. Instalações vandalizadas pelas forças de "defesa e segurança". Cellou resiste a todos os assaltos morais.
Condé faz muito pior que Yaya Jammeh, agarrando-se ao poder que nem uma lapa, impunemente e com elevados riscos para a estabilidade da sub-região.
Cellou está empenhado em virar o feitiço contra o feiticeiro, apresentando-se como verdadeiro estadista, opondo à violência o discurso da reconciliação.
Confinamento em Conacri
Condé prepara-se para decretar o recolher obrigatório, pretendendo a todo o custo espoliar Cellou da sua incontestável vitória, negociando uma segunda volta que espera ainda poder vir a ganhar (ou fingir ganhar), à imagem da eleição anterior, apostando no fantasma étnico.
Contudo, o vírus da alternância já se propagou por toda a sociedade e não pode ser debelado com este género de medidas tomadas por um velho xéxé, perdida a dignidade presidencial. Quem de facto está confinado é Alpha Condé, ao palácio presidencial. Cellou está apenas recolhido.
Supremo dá razão a Cellou
O Tribunal Constitucional da República da Guiné considerou inconstitucional a tentativa de escamotear os resultados eleitorais via "extravio" administrativo, declarando válidos os processos verbais legítimos e originais cujas cópias estão em poder da oposição.
Alpha 4% em Labé
Aderindo ao modo de apresentação selectiva dos resultados eleitorais, adoptado pela CENI de Condé:
na maior cidade do centro da Guiné Conacri, Cellou Dalein Djaló recolhe quase 91% dos votos.
Novo presidente cercado
O perdedor Alpha Condé, em Conacri, tenta a todo o custo aldrabar os processos verbais das assembleias de voto, os quais são públicos e atribuem a vitória ao opositor. Numa autêntica confissão de derrota, enviou forcas anti-motim para cercar o domicílio do vencedor.
A CENI, que de I nada tem, publicou uma amostra enviesada e não representativa (aliás escolhida a dedo) de lugarejos em que o usurpador ganhou com 51% dos votos, escondendo os resultados de todo o resto do país, numa óbvia tentativa para ganhar tempo.
Alpha Condé prepara uma farsa pós-eleitoral, seguida de um banho de sangue, para conseguir o seu famigerado terceiro mandato ilegal, com o apoio de vários presidentes da CEDEAO e a vergonhosa conivência do trapaceiro José Maria das Neves, em turismo na região.
Apesar das diligências do corpo diplomático, que tenta convencê-lo a admitir a derrota e a partir para o exílio, para evitar o derramamento de sangue, o ditador agarra-se senilmente ao poder, reprimindo manifestantes com balas reais e eliminando "rebeldes" em público.
PS A falta de legitimidade é total: os fantasmas de Boubacar Keita e Blaise Kampaoré pairam de asas dadas sobre Conacri.
sábado, 17 de outubro de 2020
A insustentável ligeireza dos Fernandos
Falência iminente
Armée amère
Não basta perseguir Sarkozy pelo envolvimento na Líbia, ou chorar sobre os erros estratégicos de Hollande, Paris deve compreender que há facturas históricas. Quem avisa... 1 2
Espada de Dâmocles
Correm mesmo vários rumores dando conta do alastramento da revolta nas fileiras castrenses. Apesar do discurso oficial do porta-voz do Ministério da Defesa, declarando pelo Facebook ter reassumido o controlo da situação, nada no terreno parece confirmar essa versão. Pelo contrário, certas fontes referem-se ao desbarato de uma coluna governamental nas redondezas de Kindia, após cinco horas de combate e com um balanço de dez mortos.
É o canto do cisne do regime: quebrou-se o fino fio de cabelo que suspendia a espada e poupava Alpha, que quer abrir caminho para a presidência marchando sobre os cadáveres dos seus concidadãos. Estes têm o direito de resistir. Parece estar claro que, nas actuais circunstâncias, ninguém vai aceitar qualquer declaração de vitória de Alpha Condé, o qual deve abandonar o país sem mais delongas, se quiser poupar-se a grandes dissabores.
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
Maior desejo
O maior desejo de DSP, expresso a Cristina Peres, na despedida de uma entrevista sem contraditório, é voltar à Guiné-Bissau como homem "de Estado". É nessa condição de puro autista que insiste em ofender quem o derrotou em eleições democráticas justas e transparentes?
PS Não fosse a peça claramente encomendada, qualquer jornalista decente e imparcial agarraria a deixa e não deixaria de perguntar o que é que o impede de satisfazer esse desejo comezinho... Final claramente infeliz, rematando todo um discurso ressabiado de mau perdedor.
terça-feira, 13 de outubro de 2020
Perguntar não ofende
Qual é a diferença de discurso, da Liga para o advogado de Aristides?
_Nenhuma, DSP paga aos dois, mas ambos são medíocres.
sexta-feira, 9 de outubro de 2020
A apolítica apocalíptica
A "legítima" Ministra da Agricultura que finge nada querer com a política, pretende que a autorização de comercialização de madeira vai afectar os seus viveiros, cujo objectivo era a replantação de seis hectares por região, aquilo a que pomposamente dá o nome de campanha de reflorestação...
Se calhar mais vale autorizar inteligentemente o corte, obrigando a uma efectiva reflorestação de uma área desbastada bastante maior. Isso da iniciativa estatal, com a instabilidade que promove o Partido que a elevou a Ministra, parece ser uma política claramente contraproducente e sem futuro.
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
Parte dos guineenses
PS O editor esqueceu-se de referir o carácter de exclusividade do texto de JH, desencantado depois de longa ausência aos assuntos guineenses.
Pinóquios
Referindo-se a um pretenso plural, será que podem referir um nome apenas de "governante legítimo" que tenha sido detido nessas circunstâncias? Nem a alienada que se supunha perseguida... Como tudo o resto e como nos vêm habituando, o palavreado do "irreconhecimento" e negação não passa de propaganda reles, solilóquios de psicopatas que se julgam imunes, para continuarem impunes.
PS O bloguista do regime "legítimo" andará distraído? Está pior que a LUSA? Qual a diferença da denúncia do dia 3 para a do dia 8? Se calhar foi falha da impressora de agulhas... ou a puta do Alzeimer.
terça-feira, 6 de outubro de 2020
Putativa Presidenta
As mulheres do Afeganistão já deixaram as burkas? Será que as líbias têm hoje melhores condições de vida daquelas que tinham antes? É que foram argumentos que justificaram guerras, sua galinha tonta, prestes a ser democraticamente degolada pela deriva a estibordo do povo português. Só desacredita a esquerda portuguesa, legitimando a futura repressão do público abuso da estupidez contra presidentes estrangeiros legítima e democraticamente eleitos, que a Lei francesa, por exemplo, criminaliza.
Ana NÃO.
Nelvina enfia barrete
"Não podemos permitir que os principais autores da nossa desgraça colectiva, sejam os únicos detentores das soluções que procuramos porque provaram ser incapazes de criar pólos de convergência necessários para a criação de uma visão e desígnio nacionais."
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
Dar uma silenciosa
Que quer dizer o jornaleiro do e-global com estar em curso "uma silenciosa na Presidência, nova maioria e Governo"?
Uma quê? Uma queca? Não! É só a última invenção de Domingos, uma maioria silenciosa para negociar novo Governo, em troca da legitimação da nova Constituição.
Por que é que não pensou nisso quando era Governo? O PRS, depois da derrota histórica, teria sido uma solução muito mais barata, estável (e sustentável por uma revisão Constitucional: 47 + 21 perfazem 68 exactamente os 2/3).
Plano B, aliança com PRS para excluir Madem.
Dividir para reinar!
Sem que se impute má-fé à caixa de ressonância das encomendas de DSP (que teve de aceder via net ao texto - que a e-global não permite copiar - por print-screen), o facto é que nalguns terminais a ordem das imagens disponibilizadas se encontra desrespeitada, logo o documento truncado e a leitura prejudicada; sendo a fonte citada mas não link"ada", disponibiliza-se a respectiva ligação no original.
PS "Cada vez mais frequente são os rumores..." Que profissional começa um artigo com um erro gramatical? Não se lembrou de escrever "São cada vez mais frequentes os rumores..."? Ficava melhor e não errava.