domingo, 17 de abril de 2011
Crónica de uma sanha anunciada
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Teotina
terça-feira, 22 de junho de 2010
sábado, 19 de junho de 2010
Que fez Fernando, de Santarém?
terça-feira, 18 de maio de 2010
Manel Mina
Pretendo hoje fazer uma homenagem ao Major Melcíades Fernandes. Acho que é um patriota, um grande guerreiro, uma pessoa extremamente humana dotada de uma cultura fora de par. Para mim é mais que um amigo: um irmão. Ainda me lembro de quando, em plena guerra, humilhou o embaixador francês, François Chapelin, dizendo-lhe, num francês impecável, que deveria falar português, a língua oficial do país onde tinha sido colocado. Para quem não conhece, Manel Mina é um oficial superior da Força Aérea guineense, perito em explosivos desde criança, piloto formado na ex-União Soviética. Ao lado de Ansumane Mané desde a primeira hora, para além de porta-voz da Junta Militar, foi a alma da gloriosa resistência guineense face ao invasor estrangeiro e principal artífice da vitória. Foi a magnanimidade de Manel Mina que salvou Nino Vieira da morte certa, 11 meses depois, dia por dia, do fatídico 7 de Junho de 1998. Nessa altura, fui a Bissau, para a parada militar da vitória, a 7 de Junho, dia que ganhara foros de feriado nacional. Fui visitar Manel Mina, bebemos uma garrafa de Balantines e fumámos cada um o seu charuto. Passámos uma tarde imensamente agradável, contou-me histórias da guerra de uma forma vivida e irreprodutível... Vou contar-vos uma pequena história sobre os primeiros dias da guerra: o atraso na tomada do paiol de Brá, pela Junta, devido ao Coronel «Rambo» (que aí morreu), provocou uma série de dissabores. A Junta Militar tinha em seu poder imensas armas ligeiras, no entanto, nenhumas munições. Uma ou duas balas por arma... Decidiu-se concentrar as balas e retirar a maior parte dos homens. Estavam, no entanto, no paiol tomado, imensas bazookas anti-carro RPG7, com as respectivas munições; as menos húmidas foram usadas para travar o assalto blindado na estrada para o Aeroporto de Bissalanca, onde a Junta tinha o seu Q.G. (é dessa altura o profético slogan «Do poilão de Brá não passarão!», que depois foi promovido a divisa da Junta) A má surpresa foi que a imensa maioria estava tão húmida, devido ao clima, que não funcionava. Aí entrou em cena o Manel Mina. Requisitou todos os secadores de cabelo das mulheres, montou uma linha na qual os foguetes cabeçudos eram desaparafusados com cuidado e, depois de separadas as duas cargas explosivas, secos a secador muito devagar... O RPG7 é constituído por duas cargas explosivas: uma primeira destinada apenas a penetrar na blindagem e permitir a penetração da segunda carga, carga essa então que deve produzir os estragos. Ora o Manel Mina adaptou, por necessidade, a arma ao combate de infantaria, retirando-lhe a primeira carga: os resultados foram surpreendentes: apanhados desprevenidos, num primeiro tempo, os senegaleses sofreram imensas baixas, horrivelmente mutilados. Um dos seus oficiais, que poucos dias antes falara de «um passeio», reclamava, pateticamente, junto dos jornalistas, que a arma empregue era «contra as leis da guerra»... Contou-me algumas histórias do comando exercido por Ansumane Mané, o líder da Junta Militar, de como fazia a logística da Junta Militar no seu helicóptero voando rente à copa das árvores, de como assustara os senegaleses fazendo descolar um MIG (sem nada para o armar) só para os assustar com o barulho, ligando-lhes a post-combustão na vertical (parece que surtiu efeito, eles revelaram alguma desorientação...) Enfim, foi realmente uma tarde magnífica, que terminou com uma volta de helicóptero, sobrevoando Bissau, com partida do porto. Fotografei tudo: podem ver a chegada ao porto, o heli, o Manel aos comandos, no seu cockpit, a sombra do heli, o ilhéu do Rei, o porto de Bissau, o então jovem segurança do Melcíades... Também me podem ver a mim, frente ao famoso poilão (árvore) de Brá e fazendo o V de vitória ao lado de uma das muitas carcassas de carros (postos fora) de combate. Como o tempo passa: isto foi há mais de dez anos. Voltei a ver o Melcíades há um ano e meio, quando fui a Bissau: repetimos o ritual, bebemos uns copos e fumámos charuto, na companhia de outro guerrilheiro da «linha zero» (frente de combate), o Fernando. Pouco depois, o Melcíades foi preso, sob acusações nunca fundamentadas. Estive um ano imensamente preocupado... qual não foi a minha alegria, imagine-se, quando reconheci a voz de Manel Mina, ao telefone! Algumas restrições à sua liberdade foram retiradas, já pode utilizar o telemóvel!
Espero, caro irmão, que se resolva rapidamente a tua situação,
que possas voltar para casa,
dar o teu contributo para uma Guiné renovada
e digna da herança de Amílcar Cabral!
Mantenhas
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Camões
Acabei de ler esta redondilha do Luís de Camões...
O meu pensamento altivo
me tem posto em tal extremo,
que quando esperando vivo,
o bem esperado temo,
muito mais que o mal esquivo.
Que pera crescer meu engano
no gosto da confiança,
ordena o amor tirano
que na mais firme esperança,
se espero, sei que me dano.
Deste novo sentimento,
chega tanto a nova dor,
que se enleia o pensamento;
ver que no mor bem de amor
se descobre o mor tormento.
Folgara de me enganar,
mas não é cousa possível,
pois pera sempre penar,
sei que espero o impossível,
mas não sei desesperar.
...deu-me logo para escrever poemas!
terça-feira, 6 de abril de 2010
sexta-feira, 12 de março de 2010
quarta-feira, 3 de março de 2010
Grassa grave irresponsabilidade em Santarém...
Ontem resolvi passar à acção directa. O que me parece legítimo, em certas circunstâncias, como a de evitar um mal maior... Vejam o filme:
http://videos.sapo.pt/W3ozdBkc9cD9b67MVapd
Mas resumindo: depois do desabamento de uma barreira nas traseiras do número 21 da Rua de Santa Margarida e de uma reunião de emergência convocada pela Câmara que reuniu os moradores na Quinta-Feira, já no Domingo rolou uma grande pedra para a estrada N114, conduzindo à sua interrupção (já agora: não é um calhau qualquer, trata-se de um objecto de balística medieval, a pedir para se lembrarem de o levar para o Museu Arqueológico). O facto trouxe as grandes cadeias de televisão a Santarém: a Câmara (para dar a imagem de estar a fazer aquilo que não fez nos últimos anos?) ordenou a demolição tempestiva das ruínas de uma antiga fábrica de malhas, ao fundo da rua, podendo ver-se nas imagens que passaram nos telejornais nacionais, uma retro-escavadora em acção: ora durante a reunião com os residentes, ocorrida três dias antes, nunca tal questão foi abordada! Na Segunda-Feira, um enxame de assistentes sociais tentaram convencer a Dona Branca, proprietária do número 27 da mesma rua, entre o 21 e a dita fábrica, a abandonar a sua casa, havendo versões desencontradas, que sugeriam a demolição de toda a zona, sem no entanto se falar na responsabilização da Câmara por qualquer realojamento, devido, decerto, às «limitações orçamentais» que todos conhecemos. Sem que ninguém se preocupasse com a avaliação milimétrica do terreno, das condições concretas da ocorrência, não bastou todo o alvoroço desnecessário: neste contexto, a ordem para a demolição em causa não passa de um acto irreflectido e mesmo irresponsável. As referidas ruínas não apresentavam qualquer risco de desabamento imediato das barreiras ou das suas paredes, e encontravam-se numa zona morta da rua, sem frequentadores, como se pode ver na imagem que preparei, uma vista de Sul. Sem urgência, como justificar então, face à actual instabilidade do terreno e do tempo, a necessidade e oportunidade do acto? Retro-escavadoras, demolições, vibrações, camiões de 20 toneladas ou mais a passar (que, aliás, estão proíbidos de passar no Centro Histórico) por uma rua apoiada num ponto extremamente fragilizado e exposto? Uma grave irresponsabilidade... que confirmei na Terça de manhã, quando me dirigi para o «Teatro de Operações» para levar a cabo a acção de bloqueio: pouco passava das 9h; no local, apenas o operador da retro-escavadora, a «estudar» por onde começar e o motorista do camião basculante para o transporte do entulho... Eu estava decidido a tentar chamar a atenção para o caso, a não me conformar com uma ordem idiota, dada por alguém irresponsável a coberto de uma secretária. Dirigi-me, de forma o mais tranquila e cordial possível, aos dois operários, explicando-lhes a minha posição e pedindo-lhes que não fizessem mais nada até à chegada de algum responsável: diga-se, em abono da verdade, que se mostraram compreensivos, imobilizando de imediato as máquinas, sem que eu precisasse de sujar o casaco. Dirigi-me entretanto a outro funcionário da Câmara, que acompanhava as obras, dando-lhe parte das minhas intenções de obstrução daqueles trabalhos, pedindo-lhe para dar parte delas aos superiores, na Câmara, o que este fez. Então, durante umas inconcebíveis duas horas e meia, nada se passou, excepto a passagem dos jornalistas do Jornal O Ribatejo. Não apareceu ninguém: parecia que ninguém queria assumir a responsabilidade daquela obra. Pouco antes do meio-dia, chegou o engenheiro Paulo, da Câmara, acompanhado de outros dois engenheiros, a quem perguntei se tinham ordenado aqueles trabalhos, ao que me responderam que não; pelo que logo declarei que se não dessem ordens para que os trabalhos fossem interrompidos de imediato manteria a minha posição, até obter as devidas explicações do responsável «político», de outra forma só abandonaria o local constrangido pelo uso da força. Os operários foram dispensados até às 14h... A essa hora apareceu no local um fiscal da Câmara, a quem me apresentei como munícipe e às minhas reivindicações, pelo que este tentou, pelo telemóvel, sem sucesso, apurar quem ordenara os trabalhos, colocando a descoberto a grave irresponsabilidade que, na minha opinião, rodeou todo o processo. Sem ninguém que desse a cara, ou se dignasse fornecer explicações, o referido fiscal, embora dando sinais de compreender o bem fundado das razões apresentadas, chamou a polícia acusando-me de obstrução à tomada de posse administrativa que estaria em curso, afirmando cumprir «ordens» (nos campos de concentração, também se limitaram a cumprir ordens...). Sozinho, pouco mais poderia fazer. Onde está a Associação de Defesa do Património? Existe realmente? Não deveria estar na linha da frente, chamando a atenção do tanto que há para fazer (na devida altura) aqui e em tantos mais sítios infelizmente...
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Novo conceito
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Fotos da execução
Para a história, uma segunda morte do JFK provocada por um cachecol esvoaçante... ^
sábado, 12 de dezembro de 2009
As caras são baratas!
Já estou com saudades do Xantarim. Um final em beleza: concertos, festas... eXpo'antarim de aerografia ao vivo na Travessa da Misericórdia a partir das 20h de hoje! 20 caras do século 20! Óptimo para presente de Natal...
Olha o Che a ganhar forma! O molde do Chu está virgem, apenas tem um fundo preto por trás, como o JFK. Mais à frente, um estudo prévio... o Sidónio em destaque.
Azulejo simples
1 - 2€
3 - 5€
10 -12€
20 -20€
ou Com moldura de madeira
1 - 10€
3 - 25€
10 - 75€
20 - 140€
Como fazer?
Inscrever-se na lista de interessados e decorar o número de inscrição.
Pedir a lista das 20 caras ao Artur.
Assinalar as caras desejadas com o seu número de inscrição.
Sinalizar o interesse com 50% do total a pagar.
Esperar pelo fim da exposição (Dia 23).
Pagar os restantes 50% e levantar as suas caras.
Estrangeiros
01 Emiliano Zapata
02 Corto Maltese
03 Albert Einstein
04 José Estaline
05 Winston Churchill
06 Buenaventura Durruti
07 Erwin Rommel
08 Mahatma Gandhi
09 Che Guevara
10 John F. Kennedy
Portugueses
11 Sidónio Pais
12 Venceslau de Morais
13 Fernando Pessoa
14 Rolão Preto
15 António O. Salazar
16 Teixeira de Pascoaes
17 Aristides S. Mendes
18 Adriano Moreira
19 Agostinho da Silva
20 Salgueiro Maia
Só 11 dias até à destruição dos moldes. Reserva já!
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Foi-ce o século XX
A não perder! Exposição no Xantarim!
Spraying on-line. Do not miss!
Face selection by anonimous
20 caras do século 20 em azulejo de 15 por 15; também em t-shirt
Pelo que me foi dado a saber, o primeiro da colecção é Emiliano Zapata, o inventor do homem bomba. Os seus dinamiteros eram a arma que los federales mais temiam.
A revolução mexicana, tal como a república portuguesa, vai fazer 100 anos.
Metade dos ícones são nacionais, os outros dez estrangeiros.
Quase dez anos passados sobre o fim do milénio, uma reflexão em torno de 20 personalidades que marcaram esse século.
Uma homenagem ao Artur, também.
É o fim de um ciclo.
Irei publicando aqui os pormenores!
Os moldes irão virgens para o Xantarim, será feito um vídeo da produção, sendo os moldes destruídos em seguida.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Nova festa do Xantarim!
A disputa pelo título mundial
de melhor animador musical!
Cock tail bar man
against
Peter Christ super star
É já dia 19. Human League para a grelha!
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Engenharia efémera
Vou estar de férias com o Afonso no Baleal, de 15 de Julho a 15 de Agosto. Como sempre vamos animar a praia com as nossas mega-construções! Fazemos castelos, fortes, palácios, barcos, ilhas com farol... São muitos metros cúbicos de areia deslocados... Aceitamos ajuda no areal do Baleal! Fica um cheirinho do ano passado; logo colocamos as novidades deste ano!
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Pedido de candidato
Diz o Aly Silva, candidato à Presidência da República da Guiné-Bissau, e parece justo: «Já ouvi o vosso spot sobre a emissão da 2a via do cartão de eleitor, mas acho que não foi tudo dito. Agradeço que anunciem, também, que os mortos NÃO podem votar.»
No entanto, que raio de discriminação... os mortos deviam poder votar a dobrar, com a sua experiência; o problema é dos novatos, que se deixam ir em promessas.
O direito de voto aos mortos! Derma tchon!
quarta-feira, 15 de abril de 2009
quinta-feira, 26 de março de 2009
quarta-feira, 4 de março de 2009
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Piropos...
Vinde, minha condessa, meu amor, meu coração!
Grão fogo de amor me atiça, ó minha alma verdadeira!
Ó flor da maior formosura!
Ó minha alma e meu espelho!
Quanto mais estais avessa, mais certo vos quero bem.
Que formosa! Toda a minha horta é vossa.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Mosca 7ze sofre um atentado na Guiné-Bissau
P.S. Revelação: há uma pequena fantasia romanesca nesta história; de facto, e embora na Guiné haja moscas tsé-tsé, a famosa mosca do sono, mais para os lados do Gabú, esta era uma «mosca bravo» (lembro que o crioulo não tem feminino); tudo o resto é pura verdade; e, já agora, hipótese da origem deste último nome? O primeiro tuga, quando ali chegou e foi dela mordido, deve ter exclamado «Moscardo»; _ah, «mosca bravo» - deve ter percebido o interlocutor…
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Al-Kasaba: a última cidadela
Ante-Estreia dia 14 de Novembro no Teatro Sá da Bandeira, pelas 21h30. Só com bilhetes VIP.