terça-feira, 29 de abril de 2025

Processo da democracia

Admirador de Salazar, tal como Gilbert Durand (responsável pela divulgação dos escritos de Fernando Pessoa em França, ainda em vida deste) Jean Haupt é daqueles franceses criados na escola de Maurras, que vieram a Portugal no final dos anos 30 como turistas políticos, à procura de novas alternativas à degeneração social do parlamentarismo (esta foi depois apontada como bode expiatório para a derrota). O regime de Pétain acabaria mesmo por se inspirar no Estado Novo. 


Maria Helena Janeiro explica as razões no seu livro SALAZAR E PÉTAIN. Relações luso-francesas durante a Segunda Guerra Mundial (1940-1944) Edições Cosmos. Lisboa. 1998. Preciosidade há muito esgotada.
"La démocratie a été jugée et condamnée, à plusieurs reprises, par les représentants les plus lucides de la pensée européenne. Et il ne me semble pas que leurs arguments, jusqu'ici, aient jamais été réfutés. (...) nous ne devons jamais nous lasser de crier aux peuples "casse-cou!" et, à la propagande intensive, sans scrupule, de la démocratie, qui, sous le couvert de slogans idéalistes, exploite en fait les passions des hommes, leurs faiblesses, leur tendance naturelle à la facilité, nous devons opposer les arguments de la Contre-Révolution; ceux-ci s'adressent à l'intelligence des hommes, à leur bon sens, à leurs instincts les plus nobles qui, par conséquent, doivent finir par triompher; ou bien alors, avec eux, s'effondrera l'humanité.

Jean Haupt, Procès de la démocratie, 1971. Introdução, publicada em 1965, na revista “Découvertes” (financiada por António Ferro). Teve recentemente várias reedições.

Na teia atei a ateia

Reparei, no FaceBook de uma minha amiga de extrema-esquerda e descrente (cujo nome obviamente não vou citar), que esta partilhara uma imagem, decerto gerada por IA, do falso Papa com um cravo vermelho na mão. Não é, aliás, caso único entre os meus amigos. 


Perguntei-lhe se achava correcto ou sequer normal, a ingerência de estranhos na política interna e estratégias de intervenção de uma organização. Perante a sua incompreensão, perguntei-lhe o que acha que aconteceria se ousasse usurpar símbolos religiosos na Arábia Saudita...

Ao 25 o que é do 25. A Deus o que é de Deus. Conseguiram irritar até o próprio Marechal Ramalho Eanes, o qual veio a lume denunciar que "andam para aí a dizer que a descolonização foi uma coisa boa, mas foi uma tragédia" (tanto para os portugueses como os outros povos).

Ursula versus Grande Ursa

A histeria da Úrsula não é apenas patológica, mas também extremamente perigosa. Acusar Putin de sabotagem, a quente e baseada em suposições, quando, mesmo que fosse verdade, a única resposta viável seria agradecer aos hackers terem exposto as vulnerabilidades do sistema? Nem que depois, com a mesma inteligência com que tivessem aprendido, retaliassem, ao abrigo da lei de Talião. Enfiar o barrete é burrice demais e completamente irresponsável.


PS Talvez prefiram voltar à idade da pedra. Alguém lhes explique que não tem internet nem electricidade.

Apagão

Já se descobriram as causas do apagão das luzes em Portugal. Segundo o Secretariado Nacional da Propaganda, foi uma medida destinada a democratizar a festa de aniversário de António de Oliveira Salazar, multiplicando as velas para apagar. 

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Noções de geografia

Concedendo que a Jamaica está na América e não à deriva no Atlântico, há que reconhecer que, ao contrário dos Açores, técnica e latitudinalmente, a Madeira situa-se no continente negro. Para todos os efeitos e em termos científicos, Ronaldo é africano, tal como o futuro Papa.

Olhai os lírios do campo

Como crescem!


O viço e a esponteaneidade do Cardeal constituem a única esperança de renovação da Igreja, através de um milagre da fé, tal maravilha da natureza. Perante a falta de legitimidade do conclave, resta ultrapassar pela esquerda a subversão, para completar o ciclo e voltar à casa do Pai. Destruam et aedificabo. Fazendo das tripas coração, o encargo encarnará o carisma, com a benção do Espírito Santo. 

Deus é Grande!

Amen

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Os pestiferados de Jaffa

Durante a campanha do Egipto, na sequência da tomada de Jaffa, uma epidemia de peste alastrou entre os soldados do jovem Bonaparte. Este não hesitou em visitar o hospital onde estavam internados, apesar de vivamente desaconselhado pelo médico de serviço, passando uma hora e meia em contacto com os doentes. No quadro pode constatar-se que Napoleão tirou as luvas e está a tocar no peito de um soldado, enquanto o médico Desgennetes, apavorado, tenta evitar o contacto físico; durante toda a permanência no hospital, tenta insistir com o teimoso corso para abreviar a coisa; este farta-se e responde-lhe que estava apenas a cumprir o seu dever, como chefe. Notem-se, no quadro, a atitude de alguns oficiais, um cobrindo a cara com um lenço, outro claramente com nojo da cena, enquanto, por trás e em segundo plano, outros se mantém longe, sem sequer descer dos cavalos...



O amor e a dedicação dos soldados não são gratuitos. Tal como dos católicos. O usurpador do nome de Assis, tornou-se co-responsável da histeria COVID, ao falhar a sua vocação para o martírio e oficiar missas para ninguém, em vez de as rezar à cabeceira dos afectados. A César o que é de César e que o maldito arda para sempre nas chamas do Inferno.

Confutatis maledictis, flammis acribus addictis.

PS Qual o dever de um Comandante? Manter a normalidade possível. Napoleão tratava assim os seus soldados, com pequenos contactos físicos, empurrões, puxões na orelha ou na bochecha (que eram tidos como medalhas pela sua elite de refilões, os grognards).

domingo, 13 de abril de 2025

Em memória

Morreu o Capitão de Abril Carlos Matos Gomes. Extremamente activo ultimamente, no apogeu da sua consciência política, ficando para testemunho a extensa citação, com breve apresentação biográfica, que lhe dedicou há pouco mais de um mês este blog. Depois de Otelo e Dinis de Almeida, junta-se ao Olimpo do 25.


Um abraço, pá

sábado, 5 de abril de 2025

Bombeiros apanham canas

Fazem a festa, deitam foguetes como "presidencialização dos sistemas de governo", quando o título oportuno seria "erosão da democracia" (a melhor tradução para crioulo é stress), apesar de obsoleto (pois aqui em Bissau já se passou à sedimentação da ditadura). 


Vitalino omitiu com todo o cuidado se incluiu (ou não) a Guiné-Bissau nos quarenta países onde diz ter estudado as eleições nos últimos anos. A razão para tal omissão deriva da chatice de tratar outliers. É burrice, pois deveria tomá-la como paradigmática do factor.

Patético, este serviço pseudo-elitista de emergência, em socorro da agonizante! Completamente infiltrado pela contra-inteligência, acaba corrido de volta para a sua terra, com a grande questão: se a ditadura tiver metade mais um voto, torna-se virtualmente em democrática?