sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
Incompetência e amadorismo resultam em descrédito
"Por outro lado"? Qual lado? O Gabinete do Ministério Público apresenta como simples rotina, depois das visitas às regiões, um mandato de captura internacional contra um deputado, mesmo que absentista, gozando de imunidade? Ao contrário da vaidade da visita ao interior, isso é notícia e pelas piores razões. Definitivamente, os nandos não se amanham com a Justiça.
Depois de outro processo ter resultado em auto-confinamento do investigado, segundo o próprio, eis que o tosco PGR dos anúncios extemporâneos visa o cidadão expatriado Domingos com um mandato de captura internacional, medida que parece inteiramente desproporcional, ou seja, o mesmo que caçar pulgas com um canhão ou elefantes com uma fisga. Sobretudo sendo pública e manifesta a intenção do visado em regressar ao país, bastaria esperar tranquilamente pela sua chegada em vez de promover gratuitamente o escândalo. Não se contesta que o visado tenha muitos crimes pelos quais responder, mas isso deve ser promovido no lugar próprio e não na praça pública. Estes anúncios inconclusivos parecem esgotar toda a energia do PGR, que prima pela inconclusividade dos esforços regularmente anunciados. Se pelo menos fizesse o trabalho de casa, podia mostrar serviço e já não seria só conversa fiada.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2020
Primovivo
Há o último mato e o primeiro vivo. O tom deste artigo é o do segundo, por a guerra não interessar a ninguém.
Após breve acalmia, a agência LUSA parece estar novamente a descarrilar para terrenos movediços, os quais é deontologicamente tida de cuidadosamente evitar. Para evitar que caiam em algum mau passo, solicita-se a interrupção tempestiva da tendência esboçada. Em alternativa, ganham o primeiro prémio das agências noticiosas, consistindo num triturador dedicado, já não limitado à Guiné-Bissau, como até agora, mas à escala global. Para bom entendedor, meia palavra basta.
Já agora, aproveito para assumir a autoria deste blog.
PS Esta mensagem vai autodestruir-se no prazo de três meses, excepto em caso de recidiva.
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
Ataque simultâneo a bases francesas
3 Bases da força Barkhane no Mali foram ontem atacadas ao mesmo tempo, em Gao, Kidal e Menaka.
Le message semble clair et les français seraient dien bien fous de ne pas la comprendre.
Usurpador vitalício
Em mais uma intervenção infeliz para juntar ao longo currículo de barbaridades anti-constitucionais e regimentais, Cassamá puxa dos galões afirmando que a revisão constitucional "cabe apenas e só ao parlamento". Alguém pode lembrar o ponto dois do artigo dois da Constituição ao usurpador-mor? Que se reduza ao lugar que acessoriamente lhe cabe, como pseudo-representante eleito pelos representantes eleitos pelo povo, o qual se mantém obviamente soberano.
segunda-feira, 30 de novembro de 2020
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
Testamento africanista
"The time has come, and I want to take this opportunity to speak to France. How long have we been working on this currency? And it is at the moment when we are close to the outcome that France undertakes to force the hand (twisting the neck) of the French-speaking countries to steal the name we have chosen for the ECOWAS currency and to set up a fixed parity (the Euro).
French-speaking Africa listen to me. Wake up. You cannot keep drinking breast milk, you have teeth; become independent and stop this low-level behavior.
Alassane Dramane Ouattara, you must stop it. You have no right to sabotage all West Africa and take over the ECO. You are being disrespectful. If France disrespects you, do not drag ECOWAS into this mess. You are not allowed to do what you are doing. The ECO currency was designed by ECOWAS countries."
Extracto das últimas palavras de Rawlings sobre o ECO.
terça-feira, 24 de novembro de 2020
Dapi ku Fadia
domingo, 22 de novembro de 2020
Je t'aime, moi non plus
«Entre l'afrique et nous ce doit être une "histoire d'amour"? et bien! Après avoir lu ça on peut mourir tranquille !! Quand on aime en France, on spolie, on humilie, on pille, on rabaisse, on infantilise? Vous avez une définition de l'amour bien spéciale, mr Macron!»
«Après avoir insulté des millions d'africains, tu reviens pour réclamer "l'amour" des africains envers la France! Oui, nous aimons les français qui nous respectent et ont un amour inconditionnel envers l'Afrique. Mais toi, mets dans ta tête que nous te Détestons avec un D majuscule. Tu ne peux pas entrer dans le coeur des africains. Tu vas pourrir dans la honte, sale mécréant... Nous ne voulons pas de ton amour! La France n'est pas avec toi et tu seras jamais la France. Tu es le plus nul Président que la France n'ait jamais connu... Tes complices, "présidents esclaves, gouverneurs français en Afrique", vont tôt ou tard tomber et nous foutre la paix!»
«Ce que l'afrique te demande c'est de quitter ses terres. L'amour doit être réciproque. Elle ne t'aime pas, elle ne t'aime pas. Si la France déguerpi, on va plus entendre ces histoires de djihadisme, les médias font croire que ils sont venus pour aider alors qu'ils sont la cause du problème.»
sábado, 21 de novembro de 2020
Presidente exemplar aponta o caminho
Dando um sinal bem claro de que na próxima cimeira de chefes de Estado da CEDEAO haverão decisões políticas importantes, Sua Excelência o Presidente do Níger ordenou a detenção de dois dos seus próprios apoiantes, que pretendiam lançar uma campanha para a sua reeleição a um terceiro mandato.
Diplomacia camaleão
«Diplomacia de camaleão consiste em diferentes leituras perante as mesmas situações. Já foi desmascarada pela opinião pública africana, cada vez mais bem informada pela internet dos bastidores das relações internacionais.»
Ler artigo original na imprensa guineense.
Juventude de Bonoua procedeu à incineração da bandeira francesa.
Um outro Faure
Nas Seicheles, passadas mais de quatro décadas de independência, as eleições presidenciais do final do mês passado, deram a vitória à oposição. O antigo presidente Faure, à direita na imagem, assistiu tranquilamente à tomada de posse do seu sucessor, desejando felicidades.
A freak France
Macron about african activists: "We must not be naive on this subject: many of those who give voice, who make videos, who are present in the french-speaking media are «stipendiés» by Russia or Turkey, who play on post-colonial resentment".
In short, africans can not think for themselves; so, when they think against France, it's because they are paid. The aberrant abortion @ Elysée believes on a bad wolf plot. Nothing to do, of course, with french support to unloved and ill-chosen presidents...
Post-colonial resentment or neo-colonial harassment?
La France à fric
As declarações de Macron continuam a escandalizar, pela sua incoerência interesseira. Uma advogada da Costa do Marfim questiona:
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
Macron lâche du lest
Torturé d'amour par jeune afrique, pressé par l'opinion publique et face à la sensation de tout avoir à perdre, Macron tente tardivement de négocier, en jetant Alpha aux lions pour essayer d'épargner Ouattara. Même s'il fait la critique d'Alpha, Macron n'offre pas de solution ou un quelconque engagement de la France, signifiant l'attente que celui ci finisse bien par tenir. À l'envers, le "touche pas à mon pote" à l'égard de Ouattara, qu'implique la condamnation de l'opposition en la personne de Soro, lui font demander aux ivoiriens de patienter un quinquenat supplementaire, en espérant que "le prochain président ait moins de soixante diz ans". Toutefois, c'est bien trop tard pour sauver la face: les jeux sont faits et rien ne va plus. Lâcher Alpha, c'est lyncher Faure et provoquer un effet domino que finira par avoir raison d'Ouattara, si le peuple ne l'accable avant. En somme, ce geste douteux et maladroit à geométrie variable ne represente plus qu'une bouffée d'oxygène pour le régime pachidérmique agonisant. La France tombée en négation?
Peut s'ensuivre un douloureux réveil...
Francophone bloc accused of hijacking common currency and wealth
An "option is to rethink Nigeria’s inclusion – for better".
Realce-se que a Guiné-Bissau, apesar de ser lusófona, é o oitavo país da UMOA, o que permite ao bloco francófono ser maioritário. Logo, a Guiné-Bissau, com ou sem o apoio de Cabo Verde (também indexado ao euro via escudo português), pode fazer desequilibrar a balança, forçando uma decisão de futuro quanto a uma moeda comum da sub-região. Só a aliança anglo-lusófona pode resolver o impasse e fazer eco.
PS As feridas do assassinato de Cabral e do 14 de Novembro levaram quatro décadas a sarar. Para completar a normalização das relações entre os dois países, só falta mesmo que o PAIGC abandone as referências abusivas e ilegais a países estrangeiros na sua designação partidária.
Reforço militar e diplomático
quinta-feira, 19 de novembro de 2020
Dois pesos e duas medidas
Ouattara faz "esforços para reforçar a democracia"? Aquela que desrespeitou concorrendo às eleições em violação flagrante dos seus compromissos pessoais e do artigo 55 e 183 da Constituição que o impediam de concorrer a um terceiro mandato? Decerto a mesma que reivindica uma vitória eleitoral assente numa taxa de participação ridícula, na qual mesmo aqueles que poderiam ter querido votar não o puderam fazer em quase um quarto das mesas, violando o princípio da universalidade do voto, consagrado no artigo 2º da lei eleitoral?
Ouattara faz "esforços para reforçar os Direitos Humanos"? Foi decerto nesse âmbito que assassinou líderes da oposição, que invadiu ou cercou domicílios, privando de liberdade concorrentes "vencidos"? ou que alimenta milícias para invadirem mercados e provocarem os cidadãos, ou para aterrorizarem os oponentes com expedições punitivas em que se joga um macabro futebol, provocando milhares de refugiados, centenas de feridos e dezenas de mortos, numa abominável reminiscência das crises anteriores? Esforços? Só se for de ruandização.
Guterres nem se lembrou de enviar um/a representante intrusivo/a especialíssimo, como fez para Bissau, apesar de Chambas ser o representante especial para a África ocidental (o qual provou não ter qualquer credibilidade nem na Costa do Marfim nem na Guiné, onde foi humilhado com os seus cúmplices). Lembre-se que esse bando de criminosos já fôra corrido de Bissau como personae non gratae. É que, por norma, um/a representante especial do SG tem direitos de olheiro/a no país, e poderia incomodar o usurpador tido por intocável.
Guterres tem um orgasmo cada vez que vomita um pleonasmo. "Esforços para reforçar" é a mesma coisa que subir para cima ou lamber com a língua. O asqueroso verme só pode ter trocado as pontas e está a olhar a coisa pelo prisma do olho do cu, produzindo prova para vir a ser processado por omissão, em sede de TPI.
Pelos vistos, a "doutrina" invocada para agredir a Líbia: "responsabilidade para proteger", insculpe-se agora sob a forma da metáfora dos três macacos e três sentidos.
PS Ora precisamente, é essa hipocrisia que é condenada pelo grupo de monitorização das eleições africanas, o qual defende que os "graves distúrbios em curso na Costa do Marfim e Guiné podem ser em atribuídos em grande medida ao rotundo falhanço das instâncias sub-regionais em neutralizar acções inconstitucionais dos presidentes em exercício", acrescentando que a chave é "dizer a verdade", por isso apelando a uma intervenção da CEDEAO. Só faltou mesmo acrescentarem que quanto mais esta tardar a fazê-lo, maior será o esforço a empreender. O tempo é aritmético, mas a revolta é geométrica...
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
Influência crescente
O presidente nigeriano acaba de ser considerado como uma das 25 pessoas mais influentes no sector do petróleo.
Buhari reforça capacidade militar
O presidente da Nigéria, recebido na Casa Branca, obteve garantias de Trump de entrega para breve da encomenda de helicópteros para as suas forças armadas. Trump afirma que a América, depois de décadas a pretender ser a polícia do mundo, abdica da segurança a favor dos actores locais, elogiando o esforço do seu homólogo africano.
Nesse contexto, Buhari apelou para uma efectiva colaboração entre os países da CEDEAO no âmbito militar. Por falar em helicópteros, a Guiné-Bissau tem grande especialista que pode dar formação; o país tem experiência de missões internacionais da ONU e já serviu de anfitrião à ECOMIB; estando decerto à disposição para aderir a essa política.
PS Para além do sector do caju, a Guiné-Bissau é conhecida pela grande qualidade dos seus combatentes.
terça-feira, 17 de novembro de 2020
Lettre ouverte à Macron
« Ce qui se joue en Côte d’Ivoire actuellement c’est l’avenir des populations africaines et européennes. Si OUATTARA réussi son coup expérimental d’une nouvelle forme de coup d’Etat, ce procédé sera immédiatement franchisé dans tous les pays de la sous région et même dans toute l’Afrique. »
Or, selon Jean-Yves Esso, c'est aussi l'avenir de Macron, une fois que les 35% d'afro-descendants qui forment son électorat ne se priveront pas de « sanctionner ce comportement irresponsable dans les urnes lors des très prochaines consultations électorales présidentielles françaises de 2022 ».
Faure déchu
« Si la France ne peut pas faire respecter la vérité des urnes et le respect des libertés fondamentales dans nos pays elle perd ce qui fait sa vocation universelle de pays des droits de l’homme et la substance de sa politique étrangère».
Agbéyomé, président démocratiquement élu du Togo, à la suite des vrais résultats de l’élection du 22 février dernier
Je suis Embaló
Paris na mira
Aquela que se tornou numa autoridade em assuntos africanos teve o mérito de denunciar a farsa COVID desde o início. Como admiradora de Sankara, vive actualmente no Burkina Faso, e tem uma legitimidade especial nos seus posicionamentos.
PS A condenação de Paris vai assumir uma vertente comercial, visando os interesses económicos que a França em marcha (atrás) tanto se agarra. O feitiço virou-se contra o aprendiz de feiticeiro. Já não há engenharia que lhe possa valer...
Mesmos vícios, mesmos métodos
Tal como na Guiné Conacri, também na Costa do Marfim os comerciantes se queixam de infecção microbiana, enquanto se faz gazeta ao Parlamento do usurpador, uma vez que há deputados da oposição presos, apesar da imunidade parlamentar.
Mali na encruzilhada
Reconhecido na sociedade maliana como um homem íntegro, que apesar de militar de carreira, se apresenta fardado à africana, contando no currículo com duas demissões por motivos de consciência, o recém-empossado Presidente de transição Bah N'Daw está perante uma encruzilhada. Face ao desafio securitário, a fama do exército cresce, a vertente negocial progride e há quem recomende que escute o povo, assumindo na plenitude a soberania nacional e um espírito renovado de cooperação sub-regional, com destaque para a Guiné-Bissau, cujo Presidente foi o único homólogo a estar presente na sua cerimónia de investidura, o qual, na altura certa, evitou que a CEDEAO impusesse sanções ao novo regime militar. O Mali, como país interior, tal como o Burkina Faso, está dependente de uma racionalização da mobilidade e de um plano de desenvolvimento económico sustentado à escala sub-regional, com base na independência monetária, que só pode ser garantida pela evolução da UMOA para uma autêntica UEMOA, à imagem da moeda única europeia, e na redução da dependência em relação ao apoio francês, cada vez mais contestado, no seio da população, da diáspora e da classe castrense.
Lapa na chapa
Discurso de Issoufou, Presidente do Níger em exercício da CEDEAO, há cerca de 8 meses atrás, na abertura da cimeira de Chefes de Estado, em Abuja, sob o olhar atento e aprovador do Presidente Buhari: « Le temps des hommes qui s’autoproclament providentiels et donc irremplaçables, des hommes qui cherchent à s’incruster à vie au pouvoir, tire à sa fin. Cela se traduira par des alternances plus fréquentes et par une respiration démocratique qui consolident les institutions démocratiques dont nos peuples ont tant besoin. Cela nous permettra de faire l’économie des crises ». Esta foi uma cimeira decisiva, de verdadeira inflexão a vários títulos, como o reconhecimento do Presidente da Guiné-Bissau.
Já há dois anos, o General Buhari tivera oportunidade para tomar uma atitude, mas talvez os tempos não estivessem maduros e acabou por deixar o clube dos ditadores promover uma diversão, perseguindo a Guiné-Bissau. Está na altura de recuperar a liderança positiva da CEDEAO, enfrentando definitivamente o vil estilo novo de Paris. É a sua oportunidade para deixar marca.
La France non inscrite
Lettre ouverte à Ouattara
« Mr Alassane, ne peux-tu pas sortir par la grande porte? A quoi sert-il de s’accrocher au pouvoir coûte que coûte en occasionnant la mort de tes compatriotes? La France ne t’aime pas et ne t’aimera jamais. Elle poursuit ses intérêts. Êtes-vous fiers de voir vos compatriotes mourir à cause de vous ? Avez-vous un coeur ? A cause de mon égo, mon désir, le sang humain sera versé? Loin de moi. Que Le Créateur n’ose. IL redemandera le sang innocent versé. IL n’y a rien qui est gratuit. Tout se paie ici-bas. »
domingo, 15 de novembro de 2020
Main tendue ou bras armé?
RFI entrevista o usurpador, mas com direito a contraditório, mostrando como os media franceses se começam a distanciar dos casos psicopáticos da Guiné e Costa do Marfim. No Togo e nos Camarões, cujas oposições há muito que são vítimas do mesmo esquema, agitam-se as forças patrióticas... A nova luta de libertação não se resume ao povo guineense, é a do povo marfinense, togolês, camaronês, é a de uma juventude esperançosa numa janela de oportunidade para o continente, sem os grilhões neo-colonialistas que o gangrenam e entravam a construção de uma autêntica identidade africana, nos antípodas da hipocrisia que se apossou da UA, cuja alma Alpha Condé vendeu, quando era presidente. Depois do primeiro passo, dado pelo povo burkinabê, chegou a hora da última e radical vassourada, em honra do verdadeiro líder, assassinado pelo deposto. Sankara ka muri!
Maquereau en cavale
Em fuga para a frente, Macron (que pode ser traduzido para português por cavala), presidente da França, parece decidido a encavá-la: ao tomar a decisão de colocar os interesses económicos como critério absoluto, acaba de felicitar Ouattara pela sua vitória de pirro, ou seja de assinar o decreto de extinção da FrançAfrique.
Não restam agora quaisquer dúvidas da existência de um pacto de facto, através do qual a França alienou ao usurpador os Direitos Humanos dos marfinenses, em troca da concessão do grande contrato de obras públicas que representa o Metro e Aeroporto de Abidjan, ao dobro do preço, em detrimento dos chineses.
Afinal, o feijão tem chouriço!
Cavado o fosso pela justa condição prévia de anulação do acto eleitoral da discórdia, o Presidente Bedié e o CNT têm à disposição todo o arsenal retórico utilizado pelo próprio Ouattara em semelhantes circunstâncias:
«Ne nous trompons pas. Pour nous, Laurent Gbagbo n’a pas été élu; c’est un président illégitime. Et à partir du moment où nous ne reconnaissons pas Laurent Gbagbo, nous ne reconnaissons aucune institution»
É só trocar os nomes. Ou de papéis, enviando Ouattara e a cavala (de preferência, já enlatada pela justiça francesa, tal como estão a entalar Sarkozy), para o TPI.
PS Isto não é uma cabala.
sábado, 14 de novembro de 2020
Visita presidencial
O Presidente Umaro Sissoko receberá amanhã em Bissau o seu homólogo maliano, Bah N'Daw. Em agenda a próxima Cimeira de Chefes de Estado da CEDEAO.
Option militaire ou félonie?
Macron não só descartou a mensagem clara do povo maliano ao demitir o Presidente transformado em marioneta como esqueceu rapidamente a hostilidade popular para com os soldados franceses, os quais passaram entretanto de aliados a ocupantes.
Paris dá agora crescentes e preocupantes sinais de radicalização em África, ao eliminar Bah ag Moussa, líder tuareg muito querido entre o seu povo. Este cidadão e militar maliano teria sido abatido numa operação francesa em território maliano, na sequência da mobilização de "importantes meios de informação".
Apesar de o Primeiro-Ministro, Moctar Ouane, ter defendido estrategicamente um diálogo inclusivo, sabendo que há uma luta em curso entre facções djihadistas, Paris apressou-se a suprimir um dos campos, desautorizando a soberania maliana, minimizando a via negocial e minando as possibilidades endógenas de pacificação.
A posição francesa, pela boca da Ministra da Defesa Florence Parly apresenta-se irredutível «On ne peut pas dialoguer avec les groupes djihadistes qui n’ont pas renoncé au combat terroriste». Não bastando já assumir que as decisões são tomadas em Paris, quando confrontada com a existência do Governo maliano e negociações em curso, a senhora declarou que «C’est de la responsabilité des autorités maliennes, pas la nôtre, mais il est important d’échanger».
Vejamos se percebemos bem o discurso: então as negociações promovidas pelo Governo maliano, no seu território, com os seus nacionais, não interessam para nada à responsabilidade francesa, focada em eliminar um dos actores, para mostrar potência. Muito bem, perfeitamente esclarecidos: a república tem capacidade para assassinar sem processo e sem remorsos em solo estrangeiro, quando bem lhe apetece.
Armam-se em americanos e depois admiram-se... Até Putin ter recuperado o respeito, os americanos armavam-se em polícias do mundo. Apesar de todos os inconvenientes, demonstrados à exaustão pelo 11 de Setembro, os franceses parecem ter enfiado o barrete de polícias de África.
De facto, o objectivo claro dos franceses é atrasar quaisquer negociações, não só pela eliminação em si, mas porque os restantes actores passarão a evitar a exposição. O momento escolhido é obviamente um sinal: la France en afrique s'accroche à son ultime illusion de grandeur.
Relacionando com os eventos da Costa do Marfim: na sequência de supostas informações do exército maliano dando conta de uma incursão djihadista, o exército marfinense deslocou importantes forças para uma cidade fronteiriça do norte do país, Tengrela.
Neste momento, em que a cotação do made in France está em baixa, trate-se de um pretexto ou de uma diversão, induzindo a uma cooperação dos militares franceses com o exército marfinense na repressão popular, ou a um reforço da presença de militares franceses na Costa do Marfim, seria passar um atestado de menoridade às independências africanas e desacreditar por completo a CEDEAO, pelo que se arrisca a cair mal no meio diplomático sub-regional.
sexta-feira, 13 de novembro de 2020
Provocações nos mercados
Assinaladas provocações recorrentes, por parte de agentes localmente desconhecidos que a pretexto de comemorarem a vitória de Alpha Condé invadem os mercados para lançar confusão e sinalizar opositores, a Câmara Municipal de N'zérékoré dá o exemplo, proscrevendo tais actos mafiosos comanditados pelo usurpador, com fundamento na paz social. A quem julga que engana? Pelos vistos, já nem ao aparelho...
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Reply to: «Lobo decrépito confina rebanho e convida representante das ovelhas para diálogo à mesa.» 0 gostos
Kil ku muri ba dja dus biás
Para além disso, de forma alguma pode haver mais suspeitos, para além do ante-declarado culpado e bode expiatório ideal. O valente general Tagma Nawai ordenou para as horas seguintes a qualquer coisa que lhe acontecesse, o fuzilamento do presidente. Ordens diligentemente cumpridas pelos seus subordinados.
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
Diplomatas frustrados
No contexto da JA habitual estupidez como voz do dono, o diário oficial confessa que a diplomacia angolana anda frustrada com a gestão do dossier "Guiné-Bissau". Como burros que são, aldrabam a data da proclamação unilateral de 1973 para 1974, e aproveitam para chorar a MISSANG, num artigo sem qualquer conteúdo... alguém lembre aos senhores que não falavam assim, quando estavam todos borradinhos para evacuar as tartarugas, e lhes explique que devem a independência à Guiné-Bissau. E mais, que se estão muito felizes a comemorar os 45 aninhos da vossa independência, a Guiné-Bissau já lá vão dois meses que comemorou os 47, por isso respeitinho pelos mais velhos, suas reles cópias ranhosas. História muito, muito trágica é a do MPLA, que desde a independência passou metade do tempo em guerra, a outra metade a roubar, e que atira sistematicamente aos crocodilos os jovens mais habilitados para tomarem conta dos destinos do país. Era dessa "comemoração" que deviam falar, daquilo que se passou ontem em Luanda. Têm cá uma moral para andarem para aí a pregar boa governança... Será necessário clarificar o significado psicanalítico desse injustificado complexo de superioridade? Que raio de credibilidade pode ter o elefante basofo a fazer peito à pobre da formiguinha? E se a formiga é rabiga, lhe salta em cima e lhe fura a barriga?
O cu do saco à vista desarmada
Erro de cálculo
A China, que subjaz ao consórcio para a exploração do ferro guineense, deve acautelar como de duvidoso efeito ou cobrança, qualquer adiantamento ao usurpador Alpha Condé, por conta do elefante branco parido hoje.
Afinal, feijão tem toucinho!
Ataque ao mercado
As forças de segurança ao serviço do usurpador Alpha Condé lançaram um ataque a gás lacrimogénio, por volta do meio-dia, ao centro comercial de Kindia, gerando a confusão no mercado. Continua assim a perseguição sem vergonha àqueles que apoiam Cellou, não só no campo político, como empresarial. Fumegar um mercado africano, utilizando uma arma química de forma agressiva na presença de mulheres e crianças, é apenas mais uma barbaridade a imputar ao genocida em sede do Tribunal Penal Internacional. Compreende-se melhor assim a lei que fez passar no ano passado, instituindo o Direito do Assassinato legal, da qual muita gente desconfiou para que serviria... Disparar perante uma ameaça iminente é uma coisa, sobre qualquer "obstáculo", é outra. Os Direitos Humanos não passam aparentemente de papel higiénico, para limpar o rabo ao ditador.
PS Os empresários já responderam à iniciativa desesperada de Alpha Condé, negando-se a pagar os novos impostos que devem servir para os extorquir ainda mais, lembrando que são as próprias milícias de Alpha que lhes têm andado a assaltar as lojas, recusando-se o Estado a indemnizar os prejuízos, concluindo pelo apoio à desobediência civil. Neste contexto, o Tribunal da CEDEAO veio hoje afirmar a sua soberania, condenando o Estado guineense, já sob a presidência de Alpha Condé, a indemnizar vítimas de acontecimentos semelhantes em 2012. Aumentam os sinais pressagiando um vento de mudança...
Nova tendência geo-estratégica
Depois de os americanos se terem arrepiado com África, assombrados pelo fantasma de Mogadíscio, parece ser a Europa a seguir o mesmo caminho. Não estando dispostos a envolver-se para além de um certo ponto, ou seja, militarmente, descartam a solução de eventuais problemas para as instâncias regionais, e mantém uma insuportável conivência com o status quo, irritando muita gente na África ocidental. No esquema, é sobretudo o papel de França que está em causa.
Neste contexto, realce-se uma notícia que só aparentemente nada tem a ver: a Nigéria, que sempre se recusou a aderir à moeda comum continental ou sub-regional, acaba de decidir inverter a sua política, assinando a adesão e equacionando a abertura de fronteiras, fechadas há mais de um ano para estimular a produtividade nacional. Uma leitura possível é que Buhari se decidiu a dar um grande boost na CEDEAO, tirando proveito da extrema fraqueza que França está a revelar no processo em curso. Boa!
BOA base operacional avançada em Port Bouët, controlando o aeroporto e o porto de Abidjan, com cerca de mil militares, a qual, segundo os franceses:
- en mesure de soutenir les opérations dans la zone en facilitant les mouvements des forces;
- forment un réservoir de forces rapidement projetables en cas de crise dans la sous-région.
A testa de ponte do neo-colonialismo, preço que Ouattara pagou pelo apoio ao assalto eleitoral, perde assim qualquer justificação para a sua manutenção no terreno. A caminho de uma afirmação africana de boa governança?
Prazer mórbido
Prova dos nove
Feitas simples contas de somar, constata-se que Ouattara não tem os mais de 3 milhões de votos anunciados: recorrendo aos próprios dados da CEI, o vício fica ao alcance de alguém que saiba utilizar a calculadora do telemóvel para somar as parcelas regionais. Tal como aconteceu na Guiné, em que a fraude deixou o rabo de fora, os aprendizes de ditador nem conseguem perfazer um simples total. Se já nem enganar são capazes, será que ainda julgam ter condições objectivas para governar? Que esperar?
Noves fora nada.
quarta-feira, 11 de novembro de 2020
CEDEAO discréditée par mauvais castings
Cresce a pressão sobre a organização sub-regional, para uma tomada de posição de fundo na questão da Guiné e da Costa do Marfim.
Presidente Bedié estende a mão a Ouattara
Para evitar mais mortes, que se seguiriam à humilhação do ditador, o Presidente do CNT entrou em conversações com o usurpador, no sentido de libertar os membros do Conselho ilegalmente presos. Contudo, a escolha do local para o encontro, o célebre Hotel du Golf, apesar de representar simbolicamente a união entre os dois, exclui Gbabo, significando que Ouattara aposta em dividir a oposição, para conseguir recuperar as rédeas do poder.
PS Ouattara viola logo o 1º artigo do Protocolo sobre a Democracia e a Boa Governança A/SP1/12/01, cuja última alínea institui que "Tout ancien Chef d’Etat bénéficie d’un statut spécial incluant la liberté de circulation".
terça-feira, 10 de novembro de 2020
Amanhã de manhã, em Abidjan
Guillaume Soro, visivelmente emocionado e a caminho de Haia com provas contundentes contra o usurpador, agenda o assalto final ao Palácio presidencial, lembrando os exemplos do povo burkinabê e maliano.
Genocidas ao TPI !
Ouattara dá passo fatal na repressão: enquanto fontes oficiais falam em 3 mortos e 26 feridos, circula já lista oficiosa dos nomes de 34 dos 37 mortos recenseados na cidade de Mbatto, vítimas de uma expedição punitiva contra o bloqueio decretado pela autoridade legítima da Costa do Marfim, o CNT, na sequência da vacatura do poder.
Patentes os inequívocos métodos genocidários, torna-se de imediata aplicação o Acto Adicional A/SP.13/02/12 de 2012 ao Protocolo sobre a Democracia e a Boa Governança, o qual lembra que
"a CEDEAO dotou as suas instituições políticas e judiciárias da capacidade de fazer respeitar e de aplicar as decisões dos órgãos supranacionais",
e estipula na alínea v) do ponto 2 do artigo 2º
"o interdito sobre a adopção de medidas e atitudes contrárias à governança democrática e ao respeito pelo Estado de Direito ou susceptíveis de constituir seja uma ameaça grave à paz e à segurança regional, sejam violações graves e massivas dos direitos humanos, passíveis de despoletar um desastre humanitário",
o que sujeita a Costa do Marfim, por reunir ambas as condições das quais uma bastaria, à suspensão imediata prevista como sanção política, na alínea viii) do artigo 6º, e a convocação, com carácter de urgência, de uma cimeira de Chefes de Estado, sem a presença do usurpador e genocida, para lhe traçar o destino.
Fizemos breve resumo da legislação CEDEAO aplicável neste contexto:
O Protocolo sobre a Democracia e a Boa Governança A/SP1/12/01, de 2001, estabelece
Article 1c) Tout changement anti-constitutionnel est interdit de même que tout mode non démocratique d’accession ou de maintien au pouvoir.
1. En cas de rupture de la Démocratie par quelque procédé que ce soit et en cas de violation massive des Droits de la Personne dans un Etat membre, la CEDEAO peut prononcer à l’encontre de l’Etat concerné des sanctions.
2. Lesdites sanctions à prendre par la Conférence des Chefs d’Etat et de Gouvernement peuvent aller jusqu’à la Suspension de l’Etat membre concerné dans toutes les Instances de la CEDEAO ;
Alto Comissariado já fala de êxodo
Forte afluxo de refugiados marfinenses, com parcos haveres e pouco ou nenhum dinheiro, sobretudo em direcção à Libéria. Com a insurreição em curso e a guerra civil em incubação, o Alto Comissariado da ONU está a olear uma logística com base no Dubai que pode vir a carecer de um forte incremento. Pelos vistos Ouattara não estudou bem o precedente Alpha Condé, o qual mandou encerrar todas as fronteiras, sequestrando os seus concidadãos e interrompendo o comércio, em flagrante violação dos termos do tratado da CEDEAO. Ambos se tornaram numa clara ameaça para a segurança e a estabilidade da região.
Brou...illonnement condamnable
Jean-Claude se dépêche de reconnaître Alpha et Ouattara. Cette configuration de la Commission, mise au point exprès pour tolérer les troisièmes mandats, est morte et se rendra responsable de la faillite politique de la CEDEAO, à moins que des fortes mesures soient prises à l'égard des usurpateurs au cours du prochain sommet de Chefs d'État, notament la suspension de ces deux états paria, l'imposition d'une médiation régionale assortie d'evéntuelles sanctions envers les responsables, et, à la limite, l'envoi de forces de rétablissement de la paix.
Democracia para pretos
Torna-se absolutamente imprescindível denunciar a privatização do poder em África, através da banalização da presúria sobre este exercida, a qual se esforça por desvalorizar e deslegitimar os saberes autóctones, as forças da oposição e o seu activismo no terreno, apontando-lhes incompetência política e uma suposta menoridade intelectual. Os regimes morbidamente obcecados pela sua obscena imortalidade tornam-se fatalmente prisioneiros da própria lógica de extrema militarização e traumatizante exigência de obediência cega, conduzindo as suas populações a verdadeiros becos sem saída. O paternalismo e indiferença com que muitos países, que se têm por democráticos, acolhem as maiores barbaridades com a simples normalidade do "business as usual", evidenciam à exaustão que estão plenamente convencidos da existência de dois tipos inteiramente diferentes de democracia.
Sissoko pacienta pela maré
Não há estados pequenos senão no tamanho. O Presidente da Guiné-Bissau anuncia publicamente à VOA que não há parabéns para ninguém nestas circunstâncias: os assuntos da Guiné Conacri e Costa do Marfim serão tratados em fórum próprio da Comunidade sub-regional.
Os povos de ambos os países depositam grandes esperanças não só na posição da Guiné-Bissau, mas também do Burkina Faso, que se livrou há não muito tempo nas ruas do seu eterno candidato, do Mali, que despediu um presidente detestado, do Níger, cujo Presidente foi elogiado por Paris2 por estar do lado certo da história, do Senegal, de Cabo Verde, da Gâmbia e mais países anglófonos, à cabeça dos quais a Nigéria, que representa por ela só mais de metade da população e do PIB de toda a Comunidade. Este é sem dúvida um momento crítico para a CEDEAO, a qual ou se afirma como organização, ou morre ingloriamente na praia. Se não resolverem definitiva e categoricamente este assunto, não vale a pena vir depois a ONU tentar impingir historietas de boa governança...
Note-se que a aparente normalização diplomática em curso nestes dois estados paria, pela apresentação de felicitações ou de credenciais de novos embaixadores, conta com Angola, certos países europeus, China e Rússia até, mas faltam os países da África ocidental.
Soro e Gbabo fazem campanha na Europa junto dos deputados europeus... Se os usurpadores julgam a partida ganha e que o jogo acabou, arriscam-se a ter uma má surpresa na próxima cimeira de Chefes de Estado, avec le fiston enfonçant le doigt dans la plaie des vieilleries.
Esta postura corajosa, alça a Guiné-Bissau à liderança de um processo histórico, tendo um sabor especial, em relação à mediação facciosa que Alpha Condé conduziu e às sanções que conseguiu impor com o apoio de Ouattara, supostamente com base no protocolo da boa governança.
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
Escorraçar as carraças
Na sequência de uma eleição normal, vem o "estado de graça". Na Guiné e Costa do Marfim, a anormalidade da eleição promovida pelas carraças do poder Condé e Ouattara gerou um autêntico ESTADO DE DESGRAÇA.
Bloqueio por bloqueio
Ouattara objecto da aplicação da lei de Talião. Olho por olho, dente por dente. Como reacção ao bloqueio domiciliário dos líderes da oposição, os principais eixos rodoviários que servem Abidjan foram interrompidos, com destaque para a auto-estrada do Norte. Entretanto, os preços dos bens de primeira necessidade mais que duplicaram no mercado de Abidjan, antecipando prováveis dificuldades de reabastecimento. Em vários pontos do país, como em Ellibou, a desobstrução das barragens resultou em mortes de civis. Cidades inteiras em desobediência civil, como Katiola.
sábado, 7 de novembro de 2020
Dernier Dimanche à Abidjan
Paniqué jusqu'aux couilles, selon une activiste, l'usurpateur donne des signes de faiblesse, en faisant arrêter les liders de l'opposition. L'appui de Macron, dont Ouattara se vante, ne vaux plus qu'un ticket d'évacuation, qu'il ferait bien d'accepter à bref délai. Après la démarche du pouvoir traditionnel, les actes de desobéissance civile vont se répandre lundi et généralizer à toute l'administration publique finissant, tôt ou tard, par montrer que l'on ne peut pas tromper le peuple à vie. Le comptage du coté de l'armée risque d'être bien moins favorable au pseudo-candidat que la foutaise électorale.
sexta-feira, 6 de novembro de 2020
Paris a duas vozes
Paris continua com a sua política de pau de dois bicos, pretendendo jogar em todos os tabuleiros. Assim, enquanto Macron renega Soro devido às suas declarações públicas amotinando o exército, sinalizando o seu abandono tempestivo do território francês e enviando novo embaixador entregar ao usurpador suas credenciais, o Ministro dos Negócios Estrangeiros francês desloca-se ao Níger para elogiar o presidente que não concorreu ao terceiro mandato. Seria melhor que atirassem moeda ao ar e decidissem de vez. Cara ou coroa.
Estado zombie
Na Guiné, o usurpador Alpha Condé finge que governa, presidindo a um Conselho de Ministros com pouco mais de metade dos seus constituintes, com muitos ministros na Europa para "tratamento médico", que o ex-presidente pretende "moralisar". A leitura do respectivo comunicado é edificante, destacando-se a agonia financeira perante o FMI e alguns delírios como um projecto estatal de construção de fornos de pão comunitários nos bairros. A perseguição aos padeiros é apenas a ponta do iceberg da guerra declarada por Alpha Condé aos comerciantes, que acusa de partidários de Cellou. Alguém explique ao ex-presidente que é o próprio responsável pela falta de comida, ao não garantir segurança para abrir as portas do comércio e que só a sua partida pode resolver a situação. Não queira desafiar a fome do seu povo. Resta-lhe reconverter a tropa em padeiros, pondo-a a fazer e a distribuir pão. Na polícia, começa-se a perder a paciência para esta situação, não se estão a ver a fazer horas extraordinárias para sempre. No plano diplomático, passadas quase duas semanas do anúncio dos resultados, não recebeu ainda felicitações por parte de nenhum homólogo, situação caricata e nunca vista. Igualmente inédito é o apelo da ex-primeira dama à juventude, armada em mãezinha do povo, enquanto Alpha faz post de diversão no FaceBook que está a enfurecer os guineenses.
quinta-feira, 5 de novembro de 2020
Jeune Afrique rompt le jeûne
quarta-feira, 4 de novembro de 2020
Impasse ou compasso de espera?
Desenlace suspenso na República da Guiné e na Costa do Marfim, com os presidentes entrincheirados nos respectivos palácios e seus adversários cercados ou cerceados. A favor de quem joga o passar do tempo?
Estado de insurreição II
Regra geral, o povo tem mais tempo e paciência que os ditadores...
terça-feira, 3 de novembro de 2020
Ouattara derrotado
O ex-presidente e candidato a usurpador já terá compreendido a amplitude da sua derrota. A ponto de estar a tentar negociar com as instâncias internacionais o abandono do poder, contra garantias de imunidade "presidencial" que os marfinenses, muito provavelmente, não estarão dispostos a conceder-lhe.
Há mesmo quem defenda como táctica usar simplesmente de paciência, recorrendo à desobediência civil, para acabar o serviço, evitando assim mais mortos, mais prejuízos, mais instabilidade futura. Nem sequer é já preciso ir para a rua desafiar o poder moribundo, pois este cairá inevitavelmente de podre.
PS Não tardará que as forças de defesa e segurança passem tranquilamente a obedecer ao CNT.
Faute d'y voir
Contrastando com uma postura francesa dúbia, denunciada pela promiscuidade com o ditador deposto de alguns dos seus jornalistas (mesmo se Macron já percebeu que o melhor é não se envolver mais e apostar noutro cavalo, que mantém a soro), o Reino Unido desmascarou o usurpador e suas farsas propagandísticas, negando legitimidade às pseudo-eleições.
La France, se prépare à intervenir militairement en défense de ses interêts, sans oposition d'une des'UE desuette, de l'OTAN, ou mandat de l'ONU, ce que risque de l'enfoncer davantage dans le bourbier CEDEAO, oú elle est dejà tenue pour responsable des ataques djihadistes au Mali et au Burkina Faso. Ouah, ouah taré! tu penses dejà à copier Alpha Condé, en coupant l'Orange!
Guerra civil na CEDEAO?
Na Costa do Marfim, após a paródia eleitoral, a plataforma de oposição proclamou ao início da noite o fim do mandato de Alassane Ouattara, conferindo posse ao CNT, Conselho Nacional de Transição, chefiado por Henri Konan Bedié, o qual deverá formar Governo nas próximas horas. A casa do novo Chefe de Estado, bem como de vários outros destacados membros da oposição, foi atacada à mão armada imediatamente após essa tomada de posição pública, numa demonstração de força desproporcional que obviamente prejudica a posição do regime agonizante.
Os fortes são serenos, não precisam de queimar aldeias inteiras... Ao fim da tarde, uma coluna de três viaturas governamentais tinha sido travada por barragens de jovens, que furaram os pneus e incendiaram as viaturas. Informada pelo precedente na Guiné Conacri, a oposição marfinense decidiu queimar também etapas. O CNT, já rotulado de provocação por Ouattara, vai provocar uma inevitável divisão da classe castrense. Quanto ao TPI, que acaba de inocentar Gbabo, ou seja de condenar a França, pode começar a instruir o processo do criminoso, para ocupar a mesma cela.
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
O tarado do Ouattara
Ouattara ultima os seus resultados soviéticos, rondando os 100%, baseado numa taxa de participação de 10%, com 23% das assembleias de voto que nem sequer abriram devido a ameaças a delegados, vandalização do material ou instalações, etc.
Há registo de suspeitas de enchimento de urnas, voto de pessoas não constantes nos cadernos, entre múltiplos outros incidentes. O que levou o Instituto para a Democracia Sustentável em África a denunciar os resultados eleitorais, ainda antes de anunciados.
Vários candidatos tinham já anunciado o boicote ao voto, para além daqueles que nem sequer reconheciam a legitimidade das eleições. Apesar de em Paris por enquanto se suspirar de alívio, os fazendeiros de cacau estão a abandonar as plantações.
A oposição reclama a proclamação do fim do regime, através do empossamento de uma comissão de transição, com os franceses assustados temendo uma crise pós-eleitoral de magnitude superior à do ano de 2010, durante a qual morreram mais de 3000 pessoas.
domingo, 1 de novembro de 2020
Diz o roto para o nu
Os manos estão fartos da brigada canina que os kotchongo trazem pela trela e de ser mordidos na canela, por isso decidiram levar os rafeiros pelo cordel...
Adivinha: que está DSP a fazer?
1. A tirar cera do ouvido
2. A coçar a orelha
3. A fazer um gesto simbolizando o suicídio dos partidos históricos nos PALOP
PS Estou a imaginar, Amílcar Cabral, defensor da luta armada e que sugeria à burguesia o suicídio, desesperado às voltas no túmulo, a gritar para darem uma arma ao homem, a ver se o libertam do peso histórico em relação ao programa máximo!
sábado, 31 de outubro de 2020
Reader's Digest
Referimo-nos ontem a uma certa desinformação, no seio da sociedade guineense (apesar de algumas tentativas para lançar o debate), quanto ao acordo de cooperação com o Senegal, o qual foi um logro em que caiu Nino na sequência dos sucessivos desaires sofridos no processo internacional de definição de fronteiras marítimas (aliás ainda por concluir) e engodado por aquilo que se supunha, à época, serem promissoras e importantes prospectivas do lado senegalês.
Nesse sentido, preparámos um pequeno ponto da situação, que pretende resumir o actual status quo jurídico, para que os guineenses possam compreender melhor aquilo que se encontra em jogo. Como uma imagem vale mais que mil palavras, optámos por uma representação cartográfica, com base num Atlas recentemente publicado, ao qual acrescentámos as informações mais relevantes para o caso que nos interessa, propondo ao leitor que acompanhe no mapa as referências.
Tudo começa em 1958, com prospecções desenvolvidas pelos franceses da Total, do lado senegalês, e da companhia americana Exxon, do lado português, que indiciaram a presença de petróleo. Note-se que os franceses, perante a óbvia aproximação das independências resultantes do referendo promovido pelo General De Gaulle, associado ao advento da V República, estavam estrategicamente interessados no inventário de recursos, cuja exploração pretendiam partilhar.
Note-se igualmente que, no mesmo momento e face à intenção francesa de conceder a independência às suas colónias africanas num novo quadro de cooperação (ou de exploração neo-colonial), Portugal se encontrava internacionalmente isolado, perante a opção de reconverter o seu império sob novas roupagens de províncias ultramarinas. Salazar precisava desesperadamente de garantir, não só o apoio diplomático francês, nem que dissimulado, mas também o militar.
É neste contexto que, através de simples troca de notas diplomáticas datadas de 25 de Abril de 1960, Salazar vai fazer um presente territorial aos franceses, aceitando o azimute 240, centrado em Cabo Roxo, para a partilha do fundo do mar guineense. Parece óbvio que a discrição do Presidente do Conselho e o carácter claramente desfavorável se prendeu com contra-partidas secretas, nomeadamente ao nível do fornecimento de equipamento militar, violando o boicote.
Com a independência, colocou-se o problema da definição de fronteiras marítimas, já que as terrestres se encontravam delimitadas desde o final do século XIX, consequência do Tratado de Berlim. Para evitar a eclosão de disputas territoriais com a independência das colónias europeias, estabeleceu-se como critério absoluto o respeito pela intangibilidade dessas fronteiras, conceito recentemente abalado de forma flagrante pela secessão do Sudão do Sul e outros casos.
A tardia independência das colónias portuguesas, fez com que este problema só fosse levantado com a reivindicação, por parte do novo Estado da Guiné-Bissau, do paralelo correspondente ao azimute 270, para fronteira marítima. Essa linha encontra-se representada a vermelho no mapa. Era uma reivindicação justa, atendendo à configuração da Gâmbia, e que a costa só abandona a configuração longitudinal e começa a inflectir para sudeste a partir de Cabo Roxo.
Por essa altura, os limites marítimos restringiam-se às 12 milhas náuticas. Note-se contudo a grande evolução sofrida pelo Direito do Mar, nas últimas quatro décadas, nomeadamente desde a convenção de Montego Bay, inclinando-se para a extensão da exclusividade das zonas económicas associadas ao mar territorial, com base no critério da profundidade e origem sedimentar da plataforma continental. As duas plataformas em causa na zona são representadas por círculos.
O referido Atlas, que nos serve de base, resulta de consultas com várias instâncias, mas, para o caso que nos interessa, parece ter enfileirado com as teses franco-senegalesas, que referem "a" plataforma "casamançaise-bissau-guinéènne". Ora esta expressão é um claro silogismo, que pretende englobar dois sistemas de amplitude muito diversa. A plataforma bissau-guineense é muito superior à de Casamança, sendo esta última claramente tributária da primeira.
Até 1977, vigorou informal e usualmente a reivindicação original da Guiné-Bissau. Contudo, nessa data, um investigador senegalês esteve em Portugal a consultar os arquivos e descobriu a troca de notas entre Salazar e Charles de Gaulle, das quais tirou cópias e levou para o seu país. Estas viriam a servir para a contestação das pretensões guineenses, passando o Senegal, a partir dessa data, a reivindicar o respectivo azimute, o 240, como delimitação da fronteira.
Saltando sobre a questão do litígio fronteiriço (já suficientemente documentado nas suas peripécias pelo mano Didinho), a que esta situação deu origem, em que a Guiné-Bissau avançou sem a devida preparação jurídica e fundamentação técnica, importa apenas lembrar, para aquilo que nos interessa, que ambos os países acabaram por recorrer consensualmente a uma mediação internacional (não era novidade na história do território), já com Nino Vieira como presidente.
A tese defendida pelo Senegal assentava no proto-acordo de 25 de Abril de 1960, em conexão com o sacro-santo carácter de intangibilidade das fronteiras coloniais. Assinale-se, contudo, um pequeno pormenor, que escapou à parte guineense: o Senegal ainda hoje continua a comemorar a sua independência a 4 de Abril. Essa incoerência retira em bloco toda a credibilidade à argumentação senegalesa: Paris já não tinha legitimidade para dispor desses recursos.
A incompetência técnica da parte guineense na fase processual acabou todavia por redundar numa arbitragem desfavorável. Contudo, para além da declaração de voto vencido de um dos três juízes constituindo o tribunal arbitral, há ainda uma importante declaração do juiz presidente, apensa ao veredicto, referindo que a decisão se aplicava exclusivamente às 12 milhas, nada impedindo a Guiné de fazer valer no futuro os seus direitos para além desse limite.
Passado um quarto de século de vigência, chegara o término previsto para o acordo, já com Jomav na presidência. Face ao risco da sua renovação tácita, prevista no texto, o Presidente decidiu, e muito bem, reencetar as negociações, denunciando os seus termos, claramente desfavoráveis e injustos para o país. Foi constituída uma Comissão, incluindo vários advogados e peritos, com origem nas áreas das pescas e do petróleo, os dois sectores explicitamente envolvidos.
Depois de várias rondas negociais, constatou-se a supremacia técnica da delegação guineense, que esmagou literalmente os negociadores senegaleses, provocando grande irritação junto do presidente senegalês Macky Sall. A parte guineense conseguiu fazer prevalecer o entendimento de que o acordo era historicamente localizado e manifestamente desequilibrado, em seu desfavor, levando os senegaleses a admitirem o princípio da renegociação.
Sem entrar nos meandros, refira-se que as perspectivas de descoberta de reservas de petróleo economicamente viáveis se deslocaram, na sequência das explorações empreendidas e da evolução do conhecimento tecnológico, da parte senegalesa para a guineense. Foram rebatidos com sucesso falsos argumentos de suposto financiamento, sendo a delegação senegalesa confrontada com a reversão dos seus argumentos e encostada à parede com ameaça de ruptura.
Efectivamente, a posição guineense era clara e bem sustentada: se, nos tempos em que se julgava que o petróleo estava sobretudo do lado senegalês, podia ser justificável a partilha desproporcionada de 85/15%, justificava-se uma nova redacção, sem prejudicar os interesses senegaleses; conservando o critério, o que simplificaria as coisas, bastaria portanto uma adenda clarificando que o benefício se aplica à parte que encontrar petróleo. Uma proposta honesta.
Na proposta em cima da mesa, o país que encontre petróleo na parte contratada da zona comum, terá direito a 85%, contentando-se a contra-parte com 15%. Macky Sall de alguma forma terá beneficiado da instabilidade política prevalecente no país para conseguir manter as negociações em águas de bacalhau (uma expressão aliás relacionada com o Direito do Mar). Suspendendo as negociações à espera de outra maré, remetia esta para o campo político.
Por esta razão, é ridículo apresentar um cenário de duplicação genérica da percentagem do país como uma vitória do presidente guineense. Depois de a Guiné-Bissau ter sido injustamente espoliada numa decisão arbitral contestada; de ter cedido o território em disputa à AGC, que ficou, quase para todos os efeitos, nas mãos do Senegal (quando o acordo fala em presidência bicéfala rotativa); a actual situação de impasse negocial é inteiramente imputável ao Senegal.
Será realmente de estranhar que o Presidente Macky Sall tenha tido a lata de trazer para Bissau, precisamente na data comemorativa da sua independência unilateral, um acordo para assinar nas condições aparentemente mais vantajosas, de 30/70% a seu favor? Obviamente que se trata de uma confissão de derrota e de uma proposta inaceitável. São biliões (à portuguesa) de dólares em petróleo que estão em causa, para além da má-fé da contra-parte negocial.
A ameaça de ruptura negocial e de recurso às instâncias internacionais, pode assentar em duas linhas argumentativas: uma assenta nos desenvolvimentos do Direito do Mar, em relação à zona económica exclusiva, suportadas pela plataforma continental; outra, na sugestão do eminente juiz presidente do tribunal arbitral, que explicita que a decisão se refere apenas até às 12 milhas (linha a rosa que une os dois círculos), podendo a Guiné-Bissau reivindicar toda a AGC.
Conhecendo que em ambas as alternativas a probabilidade de ganho para a Guiné-Bissau é elevada, seria ingrato e inglório vir a constatar que os guineenses alienaram os direitos dos seus netos no futuro, descontando-os por um prato de feijões hoje.
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
Fake desmontada II
Não tem nenhum fundamento a informação segundo a qual o Senegal é que suporta as despesas da ZEC. A ZEC é auto-sustentável, gera receitas próprias com bónus pagos pela assinatura dos contratos de pesquisa e prospecção. Tinha fundos de mais de 15 milhões de dólares americanos quando o engenheiro Júlio Baldé foi exonerado do cargo, geridos, ou melhor, repartidos, durante mais de 20 anos, apenas entre o Presidente do Senegal e o Secretário-Geral da AGC, sem prestação de contas.
Apresentar o aumento para o dobro da percentagem da Guiné-Bissau, para uma distribuição de 30/70% é obviamente um logro, para enganar os menos entendidos quanto ao ponto em que se encontravam as negociações com o Senegal, no momento em que foram suspensas, ainda sob a presidência de Jomav.
Não existe nenhum processo negocial em curso.
Isabel de luto
Isabel dos Santos, mesmo de luto pela morte do marido, ainda arranjou tempo para pedir a libertação dos activistas angolanos presos por João Lourenço. O estado de graça do Presidente terminou... e já se percebeu que o seu regime é uma cópia rasca do anterior.
Anti-modelo
A CEDEAO encontra-se num momento crucial. Há três décadas, com a queda do muro, estava na vanguarda da transição democrática do continente, promovendo alternâncias pacíficas. Hoje, pelo contrário, encarna o despotismo retrógrado e terceiro mundista, com a ganância pelo terceiro mandato por parte de políticos sem especial carisma, abusando dos mecanismos de poder para neste se perpetuarem. Que futuro para esta organização, face a esta virulenta apatia e laxismo?
Neste contexto, criou-se junto de muitos activistas uma visão muito favorável ao novo presidente bissau-guineense, o primeiro a colocar os pontos nos iis e a ter dado uma bofetada de luva branca nos tristes campeões da cleptocracia vitalícia - Alpha Condé e Alassane Ouattara - em plena cimeira de Chefes de Estado. Sissoko tem oportunidade para brilhar na sua próxima liderança da organização sub-regional, preparando bem os dossiers, com destaque para o da moeda.
Bomba
O Ministro da Biodiversidade não tem ambiente para continuar no posto: desacredita a ideia de mudança que se quer passar da nova Guiné-Bissau. Viveu-se hoje uma autêntica cena de banditismo de Estado, que consistiu no encerramento arbitrário de todos os postos de combustível. Faz lembrar a extorsão intentada por DSP a pretexto da moratória sobre o abate de árvores, também numa base jurídica ranhosa. Terá contactado, nessa quixotesca cruzada, o Ministro da Energia e Recursos Naturais? O do Interior? Trata-se de uma conspiração contra o Primeiro-Ministro, para mostrar que este não tem política definida ou mão no Governo?
Se nunca se sabe qual é o Ministério responsável, nem estes se articulam uns com os outros, que investidor privado poderá confiar no país, perante este género de abusos de poder multifocais e quase aleatórios? É incerteza a mais e o dinheiro - pelo menos o limpo - tem medo disso.
Choca sobretudo o paradigma de política, manifesto numa abordagem claramente autoritária e coerciva, em vez de pedagógica, ética e de compromisso.
Quem vai pagar o manque à gagner? Por exemplo, num contexto similar de abuso de poder, a Orange Conacri emitiu um comunicado que visa responsabilizar futuramente o Estado guineense pelos prejuízos comerciais causados pelo shut down da internet no país nos últimos dias.
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
Vícios de exposição
O colectivo de advogados do singular Aristide Gomes apresenta uma série de vícios na argumentação publicamente partilhada, nomeadamente nos seguintes pontos:
II
«O denunciado (JP) consciente da responsabilidade do denunciante (AG) enquanto Primeiro-Ministro»
Ora, nessa data, AG já não era Primeiro-Ministro, portanto o denunciado não poderia estar consciente da sua responsabilidade a esse título, tal como a sua imagem associada ao cargo já não podia ser "beliscada".
III
«jamais podia promover uma queixa crime contra um PM»
O cargo de PM é vitalício, mesmo que disfuncional? A ONU é o Palácio do Governo?
IV
Trata-se de uma única figura jurídica, de obrigação de permanência, a qual está associada ao termo de identidade e residência, justificando-se a sua extensão nesse âmbito, atendendo às circunstâncias e carácter atípico da "residência", e estatuto diplomático dúbio do "denunciante", sem que se possa classificar como "prisão domiciliária", mesmo entre aspas.
VII
Crime de sequestro? Então não era "prisão domiciliária"? Façamos um esforço para acompanhar os diletantes: a obrigação de permanência é subvertida em prisão domiciliária, e depois esta em sequestro. Sequestro em instalações alheias... ok, é atípico, mas mesmo que o admitíssemos, seria necessário que tivesse sido o denunciado a entregar o denunciante à ONU. Contudo foi o denunciante que lá se refugiou de livre vontade e de lá se recusava a ser notificado...
IX
Usurpação de funções públicas ao nível de delegado do PGR? Ora o colectivo de advogados de Aristide tem singulares telhados de vidro, pois começa o documento com uma presuntiva usurpação de funções, a um nível bem superior na hierarquia do Estado.
As fragilidades assinaladas desacreditam a denúncia, tornando-a uma peça de convicção política.
Fake desmontada
Arriscando-se a ser engolido pelo efeito bola de neve da fake montada, que continuava hoje bon train, o usurpador Alpha Condé saiu finalmente da toca e mostrou-se à AFP e BBC, altamente protegido manu militari. Aparentando trauma, parece contudo aguentar, por enquanto, o peso moral que acarta no drama. Todavia, a prova de vida resultou num registo macabro, muito diferente do banho de multidão que se costuma seguir a uma vitória eleitoral.