As armas estão a crepitar desde o princípio desta noite, nos quarteirões centrais de Bujumbura. A polícia procede a detenções em massa, desconhecendo-se o paradeiro de muitos presos. Seis centenas de universitários, temendo pela vida, procuraram refúgio na Embaixada americana, que se recusam a abandonar.
Após uma breve trégua durante o fim-de-semana, a população continua a manifestar nas ruas a sua oposição ao terceiro mandato de Nkurunziza, repudiando o mediador proposto pela ONU, por descarada parcialidade. Segundo a sociedade civil, com Nkurunziza, não haverá eleições; segundo Nkurunziza, sem ele, não haverá eleições. Que pensar?
O Presidente Zuma, recordando o exemplo de Madiba, já avisou, na perspectiva da realização da 25ª Cimeira ordinária da União Africana, que começa amanhã na África do Sul, que o principal tema que estará em cima da mesa será um interdito sobre os terceiros mandatos e a eternização no poder.
O que vem reduzir ainda mais a margem de manobra, não só de Nkurunziza e Kagame, como de outros ditadores, autênticas lapas agarradas ao poder. Fazendo as contas a quatro anos por mandato, José Eduardo dos Santos estaria já no décimo!
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