Entretanto, lembrei-me, no tocante a Portugal, do momento de escassez monetária que se seguiu ao advento da República
[que as gentes de Santarém, com as de Pernes e Alpiarça, ajudaram a implantar, defendendo a «rotunda» (hoje o Marquês de Pombal), o verdadeiro «abcesso de fixação» das forças monárquicas e que se constituiu na charneira da revolução.]
Face ao desaparecimento dos trocos, cujo valor metálico superara o nominal, muitos deram provas de criatividade, como, por exemplo, criando «capas» para selos. A garantia do valor, que se transformara assim em massa monetária, era o selo novo, que podia ser retirado e utilizado para enviar uma carta. O equivalente hoje a 50 cêntimos (o custo de uma carta em correio azul).
Muitas Câmaras, suprindo a ineficiência estatal, emitiram a sua própria moeda, recuperando fugazmente o fulgor do municipalismo. A Câmara de Santarém também o fez, podendo ver-se na imagem uma dessas cédulas, de dois centavos, numeradas na frente, lado a lado com uma alegoria à República, e representando no verso a Ponte Dom Luís, sobrepujada pelo Marquês de Sá da Bandeira.
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