Correspondendo aos desejos da Comunidade Internacional, tomará hoje posse um novo Governo de transição. Espera-se que a mesma Comunidade Internacional levante as pressões que têm asfixiado o país e trazido inúmeros prejuízos à economia, e cumpra, em tempo útil, as muitas promessas que tem feito, no sentido de dar a este novo Governo condições para cumprir o seu programa mínimo num ambiente de estabilidade diplomática e financeira.
Há que não trair as expectativas, investir já na «prevenção», evitando ter de gastar depois muito mais para apagar o «incêndio». A «Comunidade Internacional» (o que quer que isso seja) tem falado muito, por vários porta-vozes (alguns de duvidosa filiação)... Chegou o momento da verdade, a bola está essencialmente desse lado; depois de tanta penalização e tantos esforços de «moralização» democrática, os guineenses estão agora atentos à sua prestação.
Estará essa Comunidade Internacional disposta a investir um mínimo para favorecer os ideais que defende tão veementemente? Estará disposta a fazê-lo por generosidade e confiança na capacidade dos guineenses como os mais habilitados para resolverem os seus próprios problemas, sem chantagens nem ingerências, intenções ocultas, ou agendas estranhas? Virar-se-ia assim uma página na história da Guiné-Bissau. De outra forma apenas estarão a contribuir para a confusão.
Se não forem dados claros sinais de apoio e de suporte ao novo governo, não terão depois qualquer legitimidade, para se pronunciarem sequer, se os guineenses decidirem tomar definitivamente o seu destino nas próprias mãos, seja lá como entenderem fazê-lo. Chegou a hora de ficar a conhecer os verdadeiros amigos, distinguindo-os dos «fala-barato»: passado o «impasse» e depois de todo o esforço feito na constituição deste Governo, seria bastante ingrato não ver disso sinais claros.
Sobreviverá, a criança?
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