Numa armadilha e numa traição elementar a qualquer espírito negocial, Cipriano Cassamá conseguiu atrair um dos 15 deputados a sua casa, para emitir uma Nota de Imprensa afirmando-se como Presidente de uma ANP (que já caiu), avançando, para além do mais, que teriam ido «pedir desculpa».
A promiscuidade entre a esfera pública e privada tornou-se galopante, para quem se reclama titular de um órgão de soberania. Convida alguém a título pessoal para o visitar em casa, e publica uma nota de imprensa institucional.
Comunicado de Imprensa, nota máxima de hipocrisia, fingindo desmentir a mentira que tinha avançado, mas apenas para reforçar a ideia de a iniciativa ter partido dos 15, ao contrário daquilo que se passou.
Esta é apenas mais uma das incontáveis artimanhas e cabalas que este resíduo, mesmo depois de demitido, ainda consegue despoletar. Aparentemente, o seu arsenal de demagogia é inesgotável.
A Nota, em si, comporta ainda uma dupla negação. Como poderia algum dos 15 visitar Cassamá como Presidente da ANP, se haviam votado a sua destituição? Que sentido faria Cipriano receber institucionalmente alguém como deputado, a título de Presidente, se assinara a sua expulsão precisamente nessa qualidade?
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