O novo Primeiro-Ministro, nomeado pelo Presidente recém eleito, é um verdadeiro desconhecido, a ponto de a imprensa não dispor da sua foto até ao momento, e nas redes sociais haver quem se tenha equivocado e publicado a foto de um ministro senegalês! Embora a escolha seja pouco original, em África, onde é frequente a opção por economistas trabalhando para organizações financeiras internacionais (neste caso, o BCEAO), que possam orientar o biberão dos fundos externos. Mesmo perante a ostensiva preocupação do Presidente em acalmar os receios (históricos, diga-se) de Paris, as primeiras reacções são positivas: o próprio facto de não ser conhecido parece jogar a seu favor, neste momento, dada a percepção de que a velha classe política está completamente fora de moda: «nous sommes fatigués avec les gens que nous connaissons», confessa um popular, respondendo a uma equipa do Aujourd'8 au Faso, despachada para o terreno para sondar a opinião do povo. Mais que o nomeado, a quem se deseja boa sorte no cargo, é reveladora esta carga de esperança que o povo nele projecta, sem o conhecer! Esperemos que esteja à altura da incumbência e não traia o espírito da revolução, nem a lembrança de Sankara.
Também a Guiné-Bissau teve um grande líder africano assassinado pelos seus, e está farta da «classe política» que a este sucedeu.
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