A ilusão de Estado que os guineenses vinham alimentando nos últimos anos faliu. Nem as aparências se salvam já. Não é já um Estado frágil, mas antes um Estado partido. Um Estado em que os políticos se limitam a roubar, os funcionários fingem trabalhar. Estado completamente alheio à práxis da Nação, que, essa, continua viva, em estado latente, como esperança eternamente traída.
A opinião de Corsino Tolentino, da Fundação Amílcar Cabral:
«O partido político PAIGC não está em condições de ser de facto um partido político. Porque o Presidente da República, o primeiro-ministro, o recém-nomeado [tal como o exonerado], constitucionalmente ou não, primeiro-ministro, teoricamente são todos membros do PAIGC. Um partido político age em nome coletivo. Ao vermos os diferendos e a gravidade das atitudes desses responsáveis políticos, penso que devia ser revisitado o conceito de partido político e ver o que não vai bem na Guiné-Bissau neste sentido. (...) Teoricamente é possível um desmoronamento das instituições do Estado. (...) A pergunta à qual é preciso responder é esta: existe, ou não existe um Estado de Direito na Guiné-Bissau? (...) Nesta espécie de luta pelo poder, está-se a esquecer uma coisa importantíssima, que é a soberania do Estado da Guiné-Bissau.»
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