Ontem, na cidade do Dundo, uma importante cerimónia oficial ficou às moscas, boicotada pela população, apesar da cerveja e comida à borla. Imagem bem representativa da legitimidade actual do MPLA.
A não perder, a opinião de Marcolino Moco, quanto aos recentes desenvolvimentos, ainda um pouco confusos em termos de desenlace, do caso Rafael Marques.
«Minha idéia sobre o fim do caso Rafael Marques:
Devido às ocupações que me preenchem o tempo, no presente momento, não pude aprofundar a situação reflectida do que
captei nas redes sociais sobre o caso. Mas se bem o entendi, chamaria a
isso a vitória do bom senso. No quadro da situação geral que o país
vive, é por uma solução desse tipo que eu torcia, especialmente quando
vi que estavam agregadas ao caso pessoas de um bom senso proverbial,
como os generais Ndalo, Matos, Nunda e outros. Quem nos dera que
conseguíssemos resolver de forma semelhante o problema mãe de todos
esses problemas: devolver a soberania ao(s) povo(s) de Angola, sem ser
necessária mais uma revolução sangrenta; acabar de vez com a repressão
contra manifestantes pacíficos, acabar com a continuação de presos de
opinião em Cabinda e nas Lundas, assistirmos ao fim da entrega de todas
as instituições a uma família e pouco mais! Na verdade, este é o
problema fundamental que temos de resolver, preferencialmente, de forma
pacífica. Mas o que se observa é que o Presidente José Eduardo dos
Santos acha que a solução é controlar cada vez mais poder (vejam isso de
controlar mais pessoalmente o sistema eleitoral?), controlar
pessoalmente a comunicação social de Angola e de Portugal; enfim, usar
de chantagem contra nacionais e estrangeiros, na base dos recursos
naturais do país. Há melhor exemplo de como utilizar a soberania
nacional capturada, para chantagem à comunidade internacional do que
aquele comunicado do governo de Angola, sobre o caso Kalupeteka? Quando,
seja qual seja a gravidade do acontecido, o que se exige,
legitimamente, é apenas esclarecimento sobre vidas perdidas?»
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