O Jornal de Angola, ou A Voz do Dono, está claramente a preparar o ambiente propício para uma campanha de intolerância civil, um golpe de estado que permita a José Eduardo dos Santos conservar um poder totalmente desgastado.
Estado corruptor, que humilha, assassina e atira aos jacarés aqueles que ousam criticar; que manipula e desinforma a generalidade da população (graças ao monopólio da comunicação social, perseguindo até os anunciantes que sequer ousam apostar em alternativas virtuais), contribuindo para perpetuar as suas insuficiências e barbaridades traduzidos em brutais desigualdades de oportunidades, no qual a legalidade depende apenas do ponto de vista e o Estado de Direito se encontra perfeitamente subvertido, que outro nome poderia ter, senão MONSTRO?
A incomparável vaidade e arrogância de José Ribeiro, um pseudónimo, entre outros, de Artur Queirós, vai ao ponto de pretender ser a cabeça desse monstro, o infalível estratega, vendilhão de retórica barata, o qual, insensível perante os ventos de mudança e cego pelas velhas fórmulas e rotinas, se vai progressivamente abstraindo da realidade, a ponto de produzir nova rábula contra a internet, encarada como meio de propagação de vírus «sociais». Apregoa a ilegalização do Club-K, apelidando de terrorismo o seu modus operandi.
«um país que precisa de manter a estabilidade e atrair investimento não pode negligenciar centrais de desinformação que minam os pilares da democracia e do Estado de Direito. Noutros quadrantes isso é exemplarmente punido.»
Estará a falar de quê? De notícias incómodas, que dão a voz à cidadania, como no caso da Senhora Dona Maria Odete Patrocínio? Exemplarmente punidas? Sim, nos regimes totalitários, cujos ditadores são vulgarmente apelidados de MONSTROS!
Acusar o Club-K de copiar os seus «conteúdos» é verdadeiramente típico do discurso arbitrariamente auto-centrado. Pois se o Club-K é explicitamente citado, caricaturado, vilipendiado, tem todo o direito de dar a conhecer esses miseráveis e desesperados ataques, que mais soam ao canto do patinho feio (sim, que cisne nunca chegou a ser).
Mas aquilo que melhor traduz a mentalidade mesquinha de José Ribeiro, é o assumir-se como mercenário, ao serviço do omnipresente poder do dinheiro como motor social à exclusão de qualquer outro princípio, presumindo que tudo tem o seu preço, que tudo deveria ser negociado nesse infâme mercado de consciência. [Porque é que a população de Angola não são todos clones deste senhor? Seria o Paraíso na terra! - segundo a opinião do próprio] Atingindo um paroxismo nas suas elocubrações, aponta o seu dedo inquisidor ao Club-K, acusando-o de «não ter dono». Sim, porque José Ribeiro tem dono, tal como toda a comunicação social angolana, e assim é que está bem!
Mas voltando ao título da fábula, numa adaptação livre.
Estava o cão gordinho a comer da sua gamela, quando passa o irmão lobo, magricelas e cheio de fome... começa a salivar, e pergunta:
Lobo _Ei, mano, como arranjaste essa comida? Eu fartei-me de correr e ainda não cacei nada hoje.
Cão _Abanca e come um bocado. Todos os dias, por esta hora, a comida aparece no prato.
Lobo _Porreiro! Mas o que é isso que trazes pendurado ao pescoço?
Cão _É a corrente com que o meu dono me prende!
Lobo _Então tu não podes ir onde te apetece?
Cão _É pá, pois, não dá...
Lobo _Ok, deixa lá. Vou voltar à minha vidinha. Antes livre e esfomeado...
Fonte: La Fontaine, em parceria com TugaLeaks (é um mau exemplo, pois o Club-K não faz hactivismo com h de hacker)
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