A impoluta moral dos carcereiros de Bubo ficou ontem bem patente na demissão da chefe da DEA, a pretexto de «orgias» dos seus agentes em serviço, supostamente pagas pelos barões da droga.
Esta história «sexual» é só a ponta do iceberg! pois toda a gente sabe que as únicas pessoas que prendem, para apresentar
trabalho, são pessoas um pouco ingénuas, como Bubo, sem esperteza suficiente (como
Injai) para desconfiar das grosseiras armadilhas que armam com o objectivo de camuflar a verdadeira utilização da Agência com as suas «reservas estratégicas» de estupefacientes, órgão de financiamento
de operações político-militares encobertas, sobretudo na América Latina. Quem não se lembra do seu menino bonito, Noriega, que de bestial (enquanto apenas traficava droga para a DEA) passou a besta, quando quis defender os interesses do seu país na renegociação das condições de concessão do Canal.
De facto, a DEA é mais uma vítima da clara alteração de política norte-americana, assumindo (finalmente!) que não têm condições para continuar a alimentar o discurso de prepotência a que nos vinham habituando desde a queda do Muro. Há que proceder a alterações radicais nos procedimentos da administração... A hipocrisia e a manipulação tornam-se menos necessárias, quando deixamos de nos considerar donos do mundo, e o Outro passa a ter o seu papel! A Rússia percebeu muito bem essa alteração e está empenhada numa campanha de charme para reocupar o lugar que julga que é seu por «Direito», juntando-se à China, que entretanto também ganhou o seu lugar, nesse tabuleiro global que parece caminhar para um mundo tripolar, que terá de fazer face à multiplicação de novas ameaças, implicando realinhamentos inteiramente novos e insuspeitos, novas alianças, novos paradigmas diplomáticos e geo-estratégicos.
Resta-nos esperar que o Mundo fique a ganhar com a Nova Ordem, com alguma pacificação dos imensos focos de conflito periféricos, e, em termos de equilíbrio, relativamente à Guerra Fria (que, de facto, foi uma paz duradoura com extermínio mútuo garantido), por uma triangulação menos maniqueísta.
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