A ingenuidade da Polícia angolana, num alerta perante um forte incremento na emissão de cheques «sem cobertura», torna-se reveladora daquilo que as autoridades monetárias pretendem negar. Efectivamente, constatar simplesmente que a distribuição desses casos não é regular ao longo da semana, sentindo-se sobretudo à Quinta e Sexta, com um claro pico no último dia útil (sem o tentar explicar), parece enfermar de falta de perspicácia. É decerto prematuro classificar os emissores como meliantes, pois duvido que a maior parte julgue que pode fazer promessas de pagamento, ficando impune o seu incumprimento. Julgo que estes são apenas indícios claros de que a inflacção se prepara para disparar. Basta fazer as contas, de uma forma muito legal, ao tempo que leva um cheque nos procedimentos de devolução e queixa (com o emissor sempre de boa fé, claro, tal como o seu gerente bancário)...
Ao comprar à Sexta e, se em vez de pagar em dinheiro, pagar em cheque (a compensar na semana seguinte, melhor ainda «para o fim do mês, quando receber»), ser-lhe-á automaticamente concedido um imbatível «desconto», pois os preços terão subido, entretanto.
Entretanto, as novas moedas de 50 e de 100 terão «valor» unicamente para colecção.
Sem comentários:
Enviar um comentário