Luís Amado posiciona-se como futuro (e virtual) Ministro dos Negócios Estrangeiros de um eventual (que tem por certo) Governo PS, criticando as «opções» de Portugal (o aluguer da soberania do país a Angola) na CPLP, a pretexto do lançamento de um livro.
Mas o que mais me intriga é a presença de Domingos Simões Pereira no evento. Mesmo atendendo ao seu estatuto de ex-secretário executivo da organização, essa participação poderá ser vista por outros actores como uma traição ao «protocolo» estabelecido...
Segundo o discurso de Amado, «a adesão da Guiné Equatorial (...) foi um dos dois "momentos de descontinuidade" que se observaram na cimeira de Dili, cujo "significado histórico" enalteceu». Portanto: o Ministro concorda com essa adesão.
Mas qual o «segundo» momento, que o senhor Ministro se esquiva a explicitar? Para reflexão... Luís Amado lamenta o alheamento da sociedade portuguesa e a ausência de discussão em torno destas opções, mas também contribui para o clima de opacidade.
A «legitimidade» de Rui Machete, cada vez mais contestada, recebeu mais um rude golpe: a partir de agora, o MNE português será tratado como um político de saída (sobretudo pelos norte-americanos, que também não morrem de amores por ele) e de nula eficácia.
Igualmente esclarecedor, no actual contexto, é o elogio do protagonismo de Timor na CPLP. De dar que pensar aos ressabiados sarnentos que nos últimos dias tomaram Xanana Gusmão como alvo da sua peçonha. Talvez DSP devesse repensar, a longo prazo, as suas políticas de aliança intra-CPLP: Timor já demonstrou a sua generosidade e que está com a Guiné-Bissau, sem impor maliciosas e humilhantes condições prévias...
Corrigir um lapso no texto, que causa muita diferença: Guiné-Equatorial em vez de Guiné-Conacri
ResponderEliminarMuito obrigado, caro anónimo!
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