Quando, morto el-Rei de Portugal, se alçava seu sucessor, tinham os seus súbditos por hábito, pedirem a confirmação de cargos ou doações que usufruíam da coroa, actualizando assim os seus laços de fidelidade pessoal para com o novo monarca. Assim se fazia e se passava escritura renovada, depois de apresentados os títulos históricos e de confirmada a sua autenticidade.
Jomav, como Presidente da República, não podia admitir prolongar muito para além de seis meses, o ambíguo mas determinante mandato do CEMFA, sob pena de ser visto como andando a «comer à mão» das chefias militares, sobretudo perante o exterior. O facto é que recebeu o poder precisamente das mãos do Comando Militar que assumiu o contra-golpe de 12 de Abril de 2012.
Estão a concurso propostas para o lugar deixado vago pela exoneração...
Sua Excelência o Presidente da República estará decerto a saborear o momento de imprevisibilidade que o seu Decreto gerou no seio da comunidade guineense. Contando com indesejados contributos, que lhe queimam qualquer caminho por onde seguir, não tenho já dúvidas de que sairá reforçado pelo presente processo, mesmo se simplesmente nomear António Injai.
Não se venham a admirar, os mais incautos e desprevenidos, se porventura se vier a dar uma eventual recondução de António Injai no cargo de CEMFA: «dois passos à frente, um passo atrás». Tem sido esse o estilo, um pouco impulsivo, a que já nos habituou José Mário Vaz, nos mais de cem dias que já leva de presidência.
PS (a confirmar-se) A voluntariosa ECOMIB poderia dispensar-se de encenações visando apenas abrilhantar o momento, pois o guião é muito incerto e qualquer visibilidade mais ostensível pode dar aso a leituras desadequadas.
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