Com um volume de nulos aparentemente mais do que suficiente para alterar a correlação de forças na Assembleia, é incompreensível o secretismo e a falta de à vontade da Comissão Nacional de Eleições (fazendo-se rodear por forte aparato militar da ECOMIB), bem como a apresentação com tanto atraso dos dados parciais (dos quais resultam por somatório os dados nacionais divulgados).
Atrás de um comboio de nulos, pode esconder-se muita coisa. A Comissão Nacional de Eleições deve, para já: apresentar imediatamente os totais de votantes, de votos nulos e brancos, mesa a mesa, como sempre se fez em eleições anteriores na Guiné-Bissau, procedimento básico em qualquer eleição. Qualquer atraso na revelação destes dados será motivo para desconfianças justificadas quanto à transparência do processo eleitoral e motivo suficiente para que seja equacionada a sua nulidade.
A Comissão Nacional de Eleições, para que não restem dúvidas, deverá ainda publicar, em nota metodológica, os procedimentos adoptados para garantir a integridade das urnas, a contagem e o respectivo registo, bem como os mecanismos de observação internacional relacionados. Depois de tantos elogios ao civismo do povo guineense e ao bom desenrolar destas eleições, exige-se um máximo de transparência e que não restem dúvidas que manchem a sua credibilidade ou atraiçoem a vontade popular.
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