sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Ali-Ba-ba-banês

Estarei a ficar meio gaguxa?

Voltando ao assunto do Ali libanês, que deu uma grande e actual lição. Em poucas palavras, sentimos o seu suspiro pelas promessas traídas da Primavera árabe, pelas chagas da guerra civil no seu país de origem, cruzado com o sentimento de uma intolerância crescente no Médio-Oriente, propagando-se agora ao coração de África.

O Líbano pagou um elevado tributo, sob a forma de uma guerra civil (por não ter aderido à política sub-regional de hostilização militar de Israel tendo por isso ficado conhecido no mundo árabe como traidor e «cobarde).  No entanto, os soldados libaneses foram os únicos que impuseram uma derrota a Israel, obrigando o seu exército a uma retirada do sul do país que traziam ocupado.

Descendentes dos fenícios, um povo de comerciantes na diáspora, estão habituados, não só a comunicar com todo o mundo, como a instalar-se e a criar «colónias».

Tal como no conhecido conto das mil e uma noites, é preciso, na Guiné-Bissau, quem ajude a dizer as palavras mágicas do «Abre-te sésamo», permitindo descobrir o caminho para as riquezas escondidas debaixo da terra. E esse caminho é o da construtividade, da abertura perante o outro, do amor; não o da intolerância, do ódio, da guerra, do desentendimento, da competição cega e destrutiva por recursos entendidos como escassos e «não renováveis» (devido à pilhagem desenfreada a que dá origem essa perigosa mentalidade)...

Depois de uma série de peripécias, o conto termina com o Ali Baba levando o filho até à gruta, ensinando-lhe o segredo e a utilizar a boa fortuna com moderação, vivendo honradamente e em grande esplendor.

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