A não perder, um magnífico e oportuno contributo, pleno de positividade, publicado pelos Intelectuais Balantas na Diáspora, no qual Alberto Luís Quematcha defende coisas simples, mas verdadeiramente importantes. Tal como o primeiro passo para a cura de uma doença é o seu diagnóstico e reconhecimento pelo doente, também uma sociedade carece de aprender com os erros e para isso precisa de premiar aqueles que lhos apontam, não comprazer-se em desqualificá-los.
Que matchu!
PS 1) Neste contexto, queria fazer um público elogio ao Progresso Nacional, que, reconhecendo o erro de alimentar dissensões entre guineenses, desejaram as melhoras ao Doka.
PS 2) Em relação ao artigo, julgo que a opinião do Filomeno Pina, sobre o fenómeno de dissonância cognitiva apontado pelo Alberto Quematcha, se revestiria de grande interesse e autoridade.
Pois meu caro Alberto Luís Camatcha, o sr. podia e devia dizer também que na sociedade balanta é preciso ser bom ladrão de gado para ser considerado matcho/valente.
ResponderEliminarSe não for um bom furtadur di baca não se é respeitado na sociedade e não pode ser circuncisado/fanado. E os Intelectuais balantas podiam e deviam envolver-se “duma maneira mais comprometida na tarefa de sensibilização da sociedade balanta” para o mal que isso representa.
Até já…
Por isso mesmo, tem especial valor a publicação neste blog. As circunstâncias da iniciação terão de evoluir: não devem ser rígidas, mas adaptáveis aos tempos que correm, com liberdade de interpretação. E nisso (liberdade), os balantas são muito bons. O que interessa, em qualquer cultura, é conseguir uma «realização» reconhecida pela comunidade masculina.
ResponderEliminarO masai, igualmente furtadur di baka em relação aos quicuios, tem tradicionalmente um longo percurso de várias etapas de iniciação. Vou só contar as três últimas. A antepenúltima consiste em matar um leão; a penúltima consiste em matar um inimigo. Quem pensaria hoje, que é preciso matar um semelhante, para provar que se é homem?
Como ensina a última e mais difícil etapa, o último degrau da ascensão, último risco no escudo, que muitos nunca chegavam a conseguir, embora plenamente integrados na comunidade, o mais importante é a realização (que até pode ser original) e não simplesmente a sua forma. Era aquilo a que chamavam a «dança de bwana fizi e que consistia numa aproximação sorrateira a uma hiena e acertar, por trás, de forma a que a lança lhe corresse longitudinalmente a barriga, abrindo-lhe a barriga e soltando-lhe os intestinos; como o bicho é guloso e estúpido, quando vê tripas, abocanha-as e começa a comer as próprias entranhas, sempre a correr; descrevendo círculos perfeitos cada vez mais apertados até morrer no centro da espiral.
O que se traduz num belo ensinamento. É matchu o estudante que tem notas excelentes e merece o elogio do professor. Seria um bom desafio, lançar um prémio para a melhor definição de matchu, e depois fazer uma compilação dos melhores contributos. Antigamente haviam uns postais para namorados, com ditos que começavam sempre por «Amor é...» Poderia começar «Ser matchu é...» (ou «Ser matchu é não...».
Boa dica. parabéns
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