Não tinha ainda passado uma hora da saída desta notícia, já estava espelhada em dezenas de sites, entre jornais, TVs, rádios, portais. Não admira que a etiqueta «narco» cole até se tornar num lugar comum, que até quem nem sequer sabe onde é a Guiné-Bissau papagueia acriticamente: repetem as coisas tantas vezes... Por isso concordo com a campanha do Progresso Nacional, que se decidiu igualmente a repetir para sempre (o contrário)...
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Ivan Simonovic, assistente do Secretário Geral das Nações Unidas, deveria ter mais cuidado com a língua; mas, sobretudo, articular as suas declarações com a experiência adquirida pelo seu colega Representante do mesmo SG para a Guiné-Bissau, que já lá está há mais tempo em contacto com a realidade local. Que falta de solidariedade institucional. Abusa dos lugares comuns recorrentes, diabolizando o país como narco-estado. Parece negativo condenar apenas.
Fiel a uma única dama, a da «justiça» para as mortes políticas (e depois de reconhecer que boa parte dos problemas do actual governo de transição têm a ver com o boicote a que o país foi submetido), quer fazer depender o futuro reconhecimento das eleições (como livres e justas), por parte da comunidade internacional, de «avanços» obtidos no campo judicial. É caso para perguntar o que é que o .. tem a ver com as calças... Chantagem? Ameaças gratuitas?
«It has been clearly stated that it is important for the international perception of the elections and whether they are free and fair,” Simonovic said. “And of course if they are not considered free and fair by the international community then that has some very practical consequences.»
Chega e no dia seguinte já está a debitar postas de pescada? Para informação, não é verdade que nada tenha sido feito no sentido de esclarecer as mortes com motivação política ocorridas durante o mandato do anterior governo: foram efectuadas diligências junto do principal suspeito da autoria moral desses crimes, que de momento se encontra a fazer turismo em Portugal, não tendo o dito cumprido a notificação convocando-o ao tribunal do país.
O senhor «assistente» do SG revelou não só falta de informação, falta de tacto e de diplomacia, mas também uma banalidade constrangedora, passível de colocar em causa o bom nome da organização (que parece assim falar a várias vozes e dissonantes), para além de ofender o simples bom senso.
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