Mesmo após a marcação da data das eleições, na CPLP continua em vigor a suspensão (que começa a soar a exclusão) da Guiné-Bissau. Parece-me vergonhoso que os procuradores da organização, como profissionais que deveriam manter a sua independência face ao poder político, alinhem nesta farsa, em vez de tentarem reforçar o papel dos seus colegas guineenses na sociedade, que tanto necessita que alguém se importe com a administração da Justiça. Estarão a procurar no sítio errado? Em Luanda, procurar Justiça, não será como procurar uma agulha num palheiro? (depois queixam-se que aumente a tentação de reduzir tudo a cinzas para facilitar a pesquisa)
Está na altura de repensar seriamente a CPLP, em termos de identidade própria, de forma a evitar instrumentalizações políticas (a soldo de interesses suspeitos) como aquela que conduziu à suspensão da Guiné-Bissau. Se um país tem problemas, ostracizá-lo será a melhor opção? Abandonar o povo para «castigo» de uma situação? Que «valor acrescentado» real tem apresentado a organização para exorbitar assim das suas atribuições? Vêem com facilidade o cisco no olho do parceiro, mas não a trave que têm pela frente e lhes torna a vista curta.
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