Num comunicado do PAIGC, há pouco divulgado pela Lusa, o partido pretende lavar as mãos relativamente aquilo que designam por «impasse político» e pressionar o Presidente da República. Transcrevo o parágrafo relevante
«A base e a origem das propostas de formação de Governo são os partidos políticos e o primeiro-ministro. Os responsáveis da transição devem colocar os interesses da Nação e dos guineenses acima dos seus interesses e compromissos pessoais».
O PAIGC a moralizar? Há uma dupla incongruência. A base, a iniciativa e a origem da proposta de formação de governo é (no singular) o Presidente que pode demitir o Primeiro-Ministro e nomear outro. Por outro lado, se estão a falar do Presidente (no singular), não se percebe porque falam no plural («os responsáveis da transição»).
Ex-militante desse Partido, sua Excelência o Presidente da República, tem mantido uma grande dignidade em toda esta situação (por enquanto, não vejo transição). Os ataques à sua pessoa, em nada podem ajudar ao processo em curso. Quem não tem dado mostras de saber estimar os «interesses da Nação» são os elementos desse Partido, que parecem estar a bloquear uma solução política que vai contra os seus interesses pessoais.
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