Uma revista espanhola acaba de publicar um artigo dedicado à actual situação na Guiné-Bissau, com o título «Pequenos cenários, grandes infernos», no qual o jornalista tenta fazer um apanhado da situação. Sem grandes novidades, nota-se que Lucas Polledo fez algum trabalho de casa, mergulhando no corpo das notícias recentes sobre a Guiné-Bissau.
O resultado acaba por ser um quadro negro, amostra representativa da incompreensão generalizada quanto ao processo actualmente em curso na Guiné. Um scuro absoluto sem pinta de chiaro. Os jornalistas, sempre superficiais, lêem uns recortes, fazem umas pesquisas, para logo a seguir embarcar no «cruzeiro» da «inevitabilidade» da desgraça, do incontornável «nadir». Talvez se estivessem mais atentos, pudessem ler outros sinais, mais positivos, que falam de identidade e de esperança, de um novo começo.
«Importantes actores internacionais, incluindo países da Região, parecem contemplar na sua agenda a possibilidade de intervenção militar, modalidade intervencionista já implementada no Mali, e que ganhou força depois das acusações da DEA às chefias militares.»
Um pouco mais de espírito crítico, senhor jornalista! Parece animado de boa vontade, talvez devesse colocar-se mais umas tantas questões importantes:
quem são os instigadores desta cabala, esses «importantes actores»?
só quererão, desinteressadamente, a paz e o bem do país?
intervenção militar com que objectivo?
Realmente a Guiné-Bissau, ao contrário do Afeganistão, é um espaço geográfico que passa despercebido no globo e nos planisférios; no entanto, como poderão afiançar portugueses e senegaleses (por experiência própria), pode tornar-se um verdadeiro inferno, para ingénuos e incautos candidatos a invasores.
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