Grande novidade na UA (quero dizer, grande vitória diplomática de Angola): os líderes africanos reunidos na XXI Cimeira da UA, decidiram hoje de manhã o estabelecimento de uma força de intervenção rápida para acudir a situações de emergência. Veja notícia da Reuters.
Se a pressa revelada e o imediatismo da decisão, ao fim de 50 anos de actividade da Organização, são de si suspeitos; mais grave é o voluntarismo na constituição dessa força, cuja mobilização fica entregue aos países que «estiverem em condições de a fornecer».
Portanto: o respectivo Conselho de Paz e Segurança, poderá aceitar as prestáveis ofertas dos estados membros (acorrendo cada um, claro, às suas emergências «preferidas»)... uma vez flexibilizada a actuação dessa FIR até aos limites do inconcebível.
No entanto, com a guerra no Mali em banho maria (e a mensagem terrorista enviada do Niger para a UA), é óbvio que este novo princípio de ingerência vai dar pano para mangas, arriscando-se a agravar os problemas que pretende resolver...
Já agora, a Líbia também está precisada, e é um bom exemplo dos perniciosos resultados obtidos por uma «libertação» imposta de fora. Talvez o Brasil, que tem «um» olho no continente, devesse partilhar o seu conceito de «responsabilidade ao proteger»... De boas intenções está o inferno cheio.
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