O CEMFA António Injai, que logo nos dias a seguir a 12 de Abril, primava pela discrição, ontem metamorfoseou-se em One Man Show e ganhou o gosto à exposição mediática, desdobrando-se em iniciativas e presenças frente às câmaras e microfones.
Pronunciou-se sobre a retirada da MISSANG, propôs-se filmá-la em vídeo; deu parte dos seus planos de carreira para o futuro, de uma partida para a reforma a «médio prazo», do retorno ao P.A.I.G.C. e à política activa; convocou os Combatentes da Liberdade para uma conversa olhos nos olhos e solidarizou-se com os seus rendimentos de miséria; «cagou» para os bancos (europeus e outros) desafiando quem saiba de alguma conta sua a denunciá-lo (com prémio e tudo! de um milhão - a pagar em cash, claro, pois não usa cheques).
O que justificará esta mudança de atitude? Mudou de opinião quanto à dose ideal de protagonismo? Não teme que isso seja visto como um sinal de fraqueza? Até aqui, o que mais contribuiu para o sucesso da «clarificação» foi decerto o facto de o Comando aparentar ser movido por uma decisão colectiva, não andar às ordens de uma única figura ou de interesses particulares... Não deveria deixar o senhor Porta-Voz fazer o trabalho de relações públicas? Cada um nas suas funções, mantendo a coesão da cúpula.
Ou então, se tomar o gosto à política ainda no activo, mudem de estratégia, dispensem a farsa «democrática», assumam o poder, garantam a estabilidade, acabem com o tráfico no país para ganhar credibilidade internacional, arranjem bons técnicos em governação, negoceiem as concessões mineiras, ponham a Guiné a andar para a frente; o dinheiro aparecerá, os ordenados da tropa serão pagos a tempo, haverá reformas condignas para os Antigos Combatentes, a Guiné dará ao mundo um exemplo, todos poderão andar de cabeça erguida...
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