Por algum lado temos de pegar: comecemos pela estupidez lusa na peça em causa; nem uma simples tradução conseguem fazer? E ainda são pagos para isso, quando mereciam uns bons açoites?
O documento, que este ano é exclusivamente dedicado aos impactos da pandemia de covid-19
um pouco mais à frente:
lê-se no relatório sobre as Perspetivas Económicas Regionais da África subsaariana, este ano inteiramente dedicado aos efeitos da covid-19 no continente
Para além da óbvia redundância assinalada, há ainda a incoerência: se é "subsaariana", não é no "continente" (todo, presuma-se). Além disso, o documento não é corrente, ou seja "anual", como se dá a entender com "este ano", tratando-se de uma rectificação de anteriores previsões pré-Covid, como o próprio texto deixa implícito. Continuemos...
“O crescimento nos países exportadores de petróleo deve cair de 1,8% em 2019 para -2,8% este ano, uma revisão de 5,3 pontos percentuais face Às previsões de outubro”, lê-se no documento, que nota que a Nigéria, o maior exportador da região, deve contrair-se 3,4%.
a que se segue:
“A África subsaariana está a enfrentar uma crise económica e sanitária sem precedentes, lê-se no relatório sobre as Perspetivas Económicas Regionais da África subsaariana, este ano inteiramente dedicado aos efeitos da covid-19 no continente. “O crescimento nos países exportadores de petróleos deve cair de 1,8% em 2019 para -2,8% este ano, o que revela uma queda de 5,3 pontos percentuais face ao relatório de outubro”, lê-se no documento, que aponta que o maior exportador da região, a Nigéria, deverá ver a sua economia cair 3,4% devido à queda do preço do petróleo e aos efeitos das medidas de isolamento social.
Para além da maiúscula pendurada a meio do texto; da referência descontextualizada a "região" (qual região?); das aspas que abrem e não fecham; do plural de petróleo (por simpatia com o plural de países); o bruto do pseudo-jornalista não reparou que escreveu duas vezes a mesma coisa de forma apenas ligeiramente diferente.
Não vale a pena continuar a bater no ceguinho, mais vale passarmos ao essencial, concentrando-nos nas inconsistentes barbaridades do FMI, nomeadamente no que toca a Angola, que o auto-intitulado jornalista papagueia sem uma análise crítica, sem um esboço de contraditório, sem um arremedo de ideia própria.
Então, segundo estes visionários, depois de Angola ter caído 1,5% em 2019 com o petróleo a uma média de mais de 50 dólares, vai melhorar a sua performance, caindo apenas 1,4% em 2020, com o petróleo a 20 dólares? Não vamos rir, porque temos muitos amigos angolanos (e se prepara uma calamidade em grande escala). Nem nos pronunciamos sobre a "perspectiva" de recuperação em 2021.
Aumento da dívida pública? É brincadeira? Quem vai adquirir toda essa quantidade de títulos do BA?
Claro que a expressão do petróleo em dólares vai inevitavelmente subir (nominalmente), mas devido ao dólar burro que aí vem (os europeus que não se riam, pois o euro vai pelo mesmo redemoinho de espiral inflaccionista) isso não significará absolutamente nada.
PS felizmente que temos o José Mário Branco, (que infelizmente perdemos há pouco tempo), pois de outra forma poderíamos desesperar...
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