As peças de acusação contra os activistas angolanos presos durante este fim-de-semana, vão essencialmente consistir na apresentação de dois livros em preparação cujo tema é precisamente a queda da ditadura de José Eduardo dos Santos: um de Nuno Dala «O pensamento político dos jovens revús» e outro de Domingos da Cruz, «Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura». Tenho a honra de ter sido convidado para participar em ambos, respectivamente com um posfácio e com um comentário crítico. Por isso, à medida dos meus fracos recursos, aviso já: prender os autores não vai parar a sua divulgação; tenho ambos os originais em meu poder e, caso mais ninguém mais qualificado o faça e os seus autores continuarem presos, arranjarei maneira de os dar ao prelo e disponibilizar a baixo preço. Com uma censura prévia destas, o sucesso está garantido. Quanto à acusação de «Golpe de Estado», se fizerem um esforço para ler, descobrirão que se defende precisamente o contrário e se faz a apologia da não violência. Defendem os seus autores que não basta mudar de ditador, tratando-se de algo muito mais profundo, que radica numa profunda mudança de atitudes e de mentalidades: numa luta pela dignidade humana, restituir às pessoas um efectivo controlo da governação e uma autêntica soberania sobre os seus destinos.
Liberdade imediata para Nuno Dala e Domingos da Cruz!
Uma cambada de burros corruptos a humilhar intelectuais que representam um futuro positivo para Angola? Abaixo o apartheid da inteligência. O mundo está de pernas para o ar, dando razão à ilustração do livro de Domingos! E o ditador deixou cair a máscara...
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