A minha avó, quando eu era pequeno, sempre que desconfiava que estava a mentir, ameaçava: «_Sabes o que é que eu faço aos mentirosos? Ponho-lhes piri-piri na língua!»
Na página do FaceBook do Ministério da «Comunicação Social» angolano, no dia 2 de Maio, Pedro Castro e Silva, do Banco Nacional de Angola afirmava à TPA que «a subida do preço dos derivados do petróleo não vai causar inflação».
Já hoje, como «notícia de última hora», avança-se que a corrida de táxi, que custava 100Kz, poderá sofrer um pequeno aumento de 15%. Estes números fazem evidentemente lembrar o (não) câmbio oficial ao dólar. Partiu de 100, vai oficialmente nos 115, mas, de facto, equivale a 200, na informalidade da rua. A notícia, que era apenas que não houve acordo com os taxistas, deu lugar à tentativa de imposição administrativa de uma referência de preço completamente insustentável em termos económicos. Mas decerto que o senhor Ministro não anda de táxi...
Enquanto o país se verga aos sacrifícios em nome da quebra no preço do petróleo, a «elite» não sente os efeitos da crise. Segundo a VISA, «durante a semana da Páscoa, os angolanos usaram os cartões de crédito
para gastar sete milhões de euros (811 milhões de kwanzas), o que
representa uma subida de 48 por cento face aos cerca de cinco milhões
(579 milhões de kwanzas) gastos no mesmo período do ano passado, disse
uma fonte oficial da maior rede de crédito do mundo. “Os espanhóis,
franceses e angolanos foram os maiores gastadores com cartões em
Portugal”, disse uma fonte oficial da entidade financeira à imprensa
portuguesa, sublinhando que “os hotéis, o entretenimento e o vestuário
foram os sectores que registaram o maior volume de transacções”.»
Incrível é que o Jornal de Angola tenha colado essa notícia a outra: os incapazes, medíocres e corruptos do Governo português financiam pessoalmente o ditador com 500 milhões de euros, à custa do contribuinte, já espremido até ao tutano!
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