Hoje prepara-se para se tornar um dia histórico para o Burundi e para África em geral. O povo deverá sair à rua em Bujumbura e dar uma lição ao ditador.
Para contrariar aqueles que insinuavam que não se encontrava no país, Nkurunziza fez uma fugaz aparição no Palácio Presidencial para dar uma entrevista, tentando passar a ideia de normalidade. Na imagem, por detrás do Presidente deposto, os seus antecessores, que o desmentiram; podia ter puxado a cortina... Numa última tentativa, em desespero de causa, agitou o fantasma de uma ameaça terrorista somali a interesses americanos no Burundi... a organização visada veio já, em jocoso desmentido à Reuters, garantir não passar de uma manobra de diversão para distrair as atenções da situação interna no seu país.
[Não resisto a transcrever o original «We think that this is an attempt by him to appease his
people, who are standing in the streets protesting against his
dictatorship, to divert the world's attention from him while
he possibly prepares his mass revenge», al Shabaab spokesman
Sheikh Ali Mahamud Rage]
Embora a BBC tenha publicado uma notícia segundo a qual o presidente «will hold onto power», este abandonou o Palácio imediatamente após a Conferência de Imprensa, denotando evidentes sinais de stress...
Apesar de ter conseguido conter o golpe, graças à sua guarda pretoriana
extremamente bem paga e armada, comporta-se como um animal acossado.
Para o Aujourd8 do Burkina Faso, «muitos farejaram um autogolpe orquestrado pelo próprio Nkurunziza» mas, ainda segundo o mesmo jornal, a ter sido o caso, o tiro saiu-lhe pela culatra, pois a acalmia do fim-de-semana poderá ser apenas o prenúncio da tempestade que se avizinha, uma trégua passageira, na onda que varrerá a praia do Grande Lago.
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