Depois da Costa do Marfim, da Guiné-Bissau, do Sudão do Sul, caiu o último bastião do imperialismo angolano: Guebuza (aquele que abusa). Depois de uma tensão crescente com o «modelo» do ex-Presidente, o novo Presidente toma as rédeas do país, permitindo augurar um diálogo nacional e uma abertura que seriam impossíveis com este à frente do Partido. Moçambique já percebeu que, por esse caminho, não iria a lado nenhum, parecendo apostado em cooptar os portugueses residentes em Angola para um projecto mais consistente de governança na costa oriental.
Angola, que ainda há pouco tempo ostentava um agressivo discurso de «afirmação» regional como «potência» (talvez na extracção de petróleo), encontra-se, pelo contrário, completamente enredada numa espiral depressiva, que está a empurrar o MPLA (que não soube renovar-se, nem antever a substituição do «querido» líder que o prostituiu) para uma radicalização do discurso «Quem não é por nós é contra nós», implicando uma ameaça implícita de escalada da violência interna, que poderá afectar gravemente a «coesão» social a curto prazo. Todos os sinais de alarme parecem disparar ao mesmo tempo...
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