[muitas vezes, é nos «pseudo-cibernautas», «agentes de opinião» (um misto de espião com contra-informador) expressamente ao serviço de José Eduardo dos Santos em espaços sociais virtuais, que se podem ler informações importantes... o seguinte excerto de comentário foi retirado da respectiva notícia do Club K, na qual o Governador do Banco de Angola negava o óbvio: a escassez de dólares.
«Sr. Governador, é necessário disciplinar e ate caso for necessário responsabilizar criminalmente os Gestores dos bancos Privados que por capricho próprio ou contas mal feitas criam situações complicadas para o Pais (Populações) com consequências que todos nós estamos a ver, so para dizer que, nas lojas ou Super Mercados os preços dos produtos estao a subir dia pois dia! A área da supervisão bancaria do BNA deve ser repensada atribuindo-lhes mais capacitação e competências, para que, com mais zelo poçam controlar e disciplinar a banca privada! Observem que, uma nota de 100 USD no mercado paralelo já esta a ser comercializado a 16 mil kz, há kinguilas (vao no Bairo Martes do Kifangondo)»
Fugiu-lhe a boca para a verdade (câmbio de 160/1). Quanto à tentativa de diabolização do mercado informal, nada que não tivesse já sido antecipado aqui neste blog. No último dia de Janeiro, reagindo à notícia das restrições nas importações, escrevi no FaceBook:
«Medida perfeitamente desnecessária, que apenas virá agravar instantaneamente o abastecimento do mercado, levando ao açambarcamento, escassez de oferta, induzindo o descontrolo da inflacção. De qualquer forma, é uma medida irrelevante, pois a quebra na convertibilidade do kwanza já havia produzido precisamente o mesmo efeito, por antecipação. Não sendo capaz de produzir localmente esses géneros, o «crescimento» tão apregoado pelo regime será duramente posto à prova nos próximos tempos. De todo o dinheiro que entrou em Angola (façam-se as contas apenas desde que a guerra acabou), qual foi a parte realmente investida na actividade económica, autonomizando-a da dependência do petróleo? Esta nova «aposta» forçada na auto-suficiência, terá a curto prazo um terrível impacto na actividade económica: as famílias, com os seus kwanzas, agora «desmonetizados», terão de suportar uma drástica redução do seu poder de compra, amplificando-se a penúria estrutural da sociedade angolana, eventualmente para níveis insuportáveis.»]
A liberalização financeira agora decidida, que se impunha, não estará completa sem a económica, enquanto não forem igualmente retiradas as restrições às importações, que tentam comprimir a saída de kwanzas. De qualquer forma, a medida não vai, por si, desacelerar a depreciação informal, pois esta é originada pela escassez da oferta relativamente à massa monetária em circulação.
Ao contrário do que pretende fazer acreditar o Banco de Angola, esta medida não virá travar a inflacção interna, mas apenas «legalizá-la», ou seja, traduzindo-a instantaneamente na cotação da moeda nacional, evitando assim que esta perca o seu papel na economia, a favor do dólar.
Lembrar o fim do sonho angolano para os portugueses.
«Medida perfeitamente desnecessária, que apenas virá agravar instantaneamente o abastecimento do mercado, levando ao açambarcamento, escassez de oferta, induzindo o descontrolo da inflacção. De qualquer forma, é uma medida irrelevante, pois a quebra na convertibilidade do kwanza já havia produzido precisamente o mesmo efeito, por antecipação. Não sendo capaz de produzir localmente esses géneros, o «crescimento» tão apregoado pelo regime será duramente posto à prova nos próximos tempos. De todo o dinheiro que entrou em Angola (façam-se as contas apenas desde que a guerra acabou), qual foi a parte realmente investida na actividade económica, autonomizando-a da dependência do petróleo? Esta nova «aposta» forçada na auto-suficiência, terá a curto prazo um terrível impacto na actividade económica: as famílias, com os seus kwanzas, agora «desmonetizados», terão de suportar uma drástica redução do seu poder de compra, amplificando-se a penúria estrutural da sociedade angolana, eventualmente para níveis insuportáveis.»]
A liberalização financeira agora decidida, que se impunha, não estará completa sem a económica, enquanto não forem igualmente retiradas as restrições às importações, que tentam comprimir a saída de kwanzas. De qualquer forma, a medida não vai, por si, desacelerar a depreciação informal, pois esta é originada pela escassez da oferta relativamente à massa monetária em circulação.
Ao contrário do que pretende fazer acreditar o Banco de Angola, esta medida não virá travar a inflacção interna, mas apenas «legalizá-la», ou seja, traduzindo-a instantaneamente na cotação da moeda nacional, evitando assim que esta perca o seu papel na economia, a favor do dólar.
Lembrar o fim do sonho angolano para os portugueses.
Sem comentários:
Enviar um comentário