José Eduardo dos Santos faz gato sapato da Constituição de Angola, que, pelos vistos, só lá está para enfeitar.
JES insiste em seguir o mesmo guião: para enviar a MISSANG, a Assembleia não foi consultada (mas quando se viu aflito, em risco de ficar sem bonecos, já soube ir «pedir licença» à Assembleia para os retirar).
Estando a tratar de impingir uma segunda Missão em tudo similar, não deveria consultar a Assembleia e apresentar-lhe as suas razões para todas as diligências que tem insistentemente promovido com esse fim?
Talvez consiga convencer os deputados, defendendo o interesse de criar um protectorado na costa ocidental, de importância capital para Angola, por razões geoestratégicas...
Depois, quando as coisas derem para o torto, se os seus figurantes se virem novamente atrapalhados, lá irá outra vez a correr choramingando para debaixo das saias da Assembleia, para partilhar a «decisão» (ou melhor, a frustração).
É que uma coisa é responder a uma solicitação urgente da ONU, como Angola fez, prometendo enviar um contingente para a República Centro-Africana, outra, completamente diferente, é querer impingir à ONU uma ocupação «dedicada», pretensamente sob a sua bandeira, o que não passaria de uma grande palhaçada desacreditando e debilitando a sempre periclitante instituição que é o Conselho de Segurança.
Se a oposição angolana exige a partilha de informação detalhada da Missão centro-africana, a mais forte razão deve exigir que o Presidente clarifique, perante a Assembleia, os objectivos subjacentes à MISSANG II.
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