Porta-voz por altura da batalha do Cuito-Cuanavale, chefiou depois o serviço de informações militares. Conta-se que Savimbi se escangalhava a rir dos relatórios por este assinados sobre a UNITA, cheios de imprecisões e desinformações; acabaria por ser demitido em 2001. Em 2009 seria nomeado para a central de compras estatal que assegura a logística das forças armadas e policiais; logo em 2010 reciclava a antiga Grula, em Portugal, que estava na falência, como plataforma para intermediar fornecimentos, tendo ultimamente criado, de raiz, uma outra empresa em Portugal, apresentando por objectivo o mesmo «magno destino».
Em 2011, foi um dos nomes propostos por Sebastião Martins (chefe da secreta demitido no fim do ano passado) para substituir o chefe da polícia Ambrósio de Lemos, no sentido de aumentar a repressão (devido ao susto do 7 de Março desse ano). Nessa altura, tal como faz agora, «fugiu com o rabo à seringa», manifestando a intenção de «se reformar», para se esquivar à «inglória» missão. O mal do senhor foi ter-se aburguesado: hoje considera-se um elemento de elevada «estatura», para quem seria indigno aceitar a representação diplomática de um país que nem consegue ver no mapa sem colocar os óculos.
No entanto, não se trata de uma Embaixada qualquer, mas de uma missão de elevada importância e prioridade para a Presidência. JES deve estar fulo: anda um homem a engordar uma Junta de militares, para depois estes se baldarem, quando tem serviço a sério para lhes atribuir? Com cada vez menos «operacionais» em quem confiar, não será para admirar que encurte a «travessia do deserto» de Sebastião Martins (que está de momento dedicado à vida académica em Lisboa, preparando uma tese de Mestrado versando sobre «estratégias» de contra-subversão política em Angola - desconhece-se se esta tese terá algum ponto realmente original, referente à utilização de crocodilos)... descobrindo-lhe uma súbita vocação diplomática.
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