Já agora, em relação às outras declarações produzidas pelo incompetente e balofo MNE português, em Milão, de que, cândida e ingenuamente, «deconhece fraudes» no processo eleitoral em Moçambique, poderia apontar-se, desde já, uma, pública e patente: as pretensas sondagens «científicas» apoiadas em «margens de erro» da treta, cujo discurso deixa claramente a descoberto a intenção de enviesar a percepção final dos resultados. Todos sabem como aconteceu o golpe contra Gbagbo, na Costa do Marfim... é na antecipação que está o ganho.
O pequeno e saloio Machete não tem pinta para Pinóquio. Só quem for muito distraído é que não terá percebido a orgânica da farsa montada pela FRELIMO, com base no know-how do Partido irmão da costa atlântica. Nem precisava de se esforçar muito, se quisesse mesmo saber do esquema desta fraude: bastaria investigar o «Observatório Eleitoral» promotor da «amostragem» (com conhecimento sistémico da «engenharia» do ramo) divulgada pelo CIP, um Centro de «Integridade» Pública cujo I central soa a falso.
A RENAMO não gostou. Mesmo sendo-lhe dado um «rebuçado» (pois aparentemente sai beneficiada, a fraude é à custa de terceiros) o Porta-Voz falou bem quando disse que não se tratava de vitória ou derrota, mas de uma questão de transparência, que foi aquilo que não houve, nas eleições. Gostaríamos de ouvir a versão dos observadores eleitorais internacionais em relação à opacidade assumida, à força de contingentes de polícia de choque... Foram, entretanto, denunciados «erros informáticos» e o outro Partido também anuncia a contestação dos resultados, prometendo levar o caso «até às últimas consequências». Nem vale a pena publicar os resultados «finais» porque, pelos vistos, ninguém quer saber, nem lhes vai ligar patavina, estando estes gravemente feridos na sua legitimidade. Estes senhores julgam que realizar eleições consiste em deitar fora as urnas e cozinhar um resultado «aceitável».
PS Tal é a manipulação que, em 2009, a percentagem parcial oficialmente publicada para cada um dos três candidatos, somada, dá mais que os 100% de votantes: 75,5 + 16,5 + 8,6 = 100,6%. Não é possível falar de erro de arredondamento, pois tratando-se apenas de três parcelas, o erro máximo teria de ser inferior a 0,3% (isto partindo do princípio que estamos apenas a falar dos votos expressos e não nulos). A outra única justificação possível para tal facto, de haver mais votos que votantes, é terem aceitado «duplas» (ou triplas) escolhas, como no Totobola. Daqui a cem anos, com a FRELIMO ainda no poder, os resultados serão uma vitória por 99,9%, seguidos da RENAMO, com 99,8%... Tudo isto, com receio de perderem a hegemonia face à emergência do novo Partido, que poderia trazer sangue novo ao país, ultrapassando o maniqueísmo histórico e belicoso dos dois partidos tradicionais. Depois da revolta que o «Eixo do Mal» prepara em Moçambique, esperemos que nunca mais, na CPLP, tenham a lata de falar em «manutenção da paz» na Guiné-Bissau.
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