Em declarações à PNN no encerramento da 2.ª Conferência do Instituto da Defesa Nacional, José Ramos-Horta terá afirmado que «As Nações Unidas vão colocar técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) no Ministério das Finanças para a gestão das finanças públicas da Guiné-Bissau.»
Vão? Senhor Representante, não estará a exorbitar das suas funções? A Guiné-Bissau é um estado soberano; não queira antecipar soluções, deverão esperar por um pedido formal de ajuda técnica por parte das autoridades. Parece simpático oferecer essa ajuda; mas as Nações Unidas não são donas do país.
«Nas finanças públicas, ter técnicos internacionais do FMI a trabalhar com o Ministro das Finanças, as Alfândegas e o Porto de Bissau entregue ao grupo inglês "Craus", que actua em todo o mundo, vai dar resultado»... Os jornalistas da PNN são tão bons que nem sabem a grafia do grupo inglês «Crown».
(Para além de outros erros, nos quais o corrector ortográfico não os pode ajudar: como enceramento [aplicar cera] em vez de encerramento; ou fianças [garantias] em vez de finanças...) O grupo Crown, para além de ter ganho as Alfândegas de Angola, já há bastante tempo que se tentava infiltrar em Bissau...
Meu caro 7ze, meu caro Didinho,
ResponderEliminarGosto demasiado da Guiné-Bissau e do seu povo, para poder num momento tão sensível escrever e dizer tudo o que me vai na alma. Leio e ouço figuras com responsabilidades no processo debitar bitaites atrás de bitaites, asneiras atrás de asneiras, que independentemente de serem as suas opiniões, são na minha óptica, perigosas, tendenciosas e pior que isso, incendiárias.
Não menciono nomes para não ferir susceptibilidades, menos ainda para ser insultado por um teclado, mas tendo uma opinião prefiro guardá-la para mim. É curioso como um país tão pequeno consegue congregar tantos ódios, tantas raivas, tantas frustrações, tantas ambições. Reflectindo em abstracto, para que tal aconteça basta que duas pessoas se juntem, e a Guiné-Bissau é muito mais do que isso.
Ainda assim á sempre uma questão que coloco e que nunca obtive uma resposta plausível.
Devendo em qualquer discussão (eleição), a opinião (votação), da maioria (povo), prevalecer, porque é que isso não é permito e aceite na Guiné-Bissau?
É muito mais o que me liga á Guiné-Bissau, a amizade, o carinho e o respeito pelas suas gentes, que aquilo que me separa, a revolta por meia dúzia de indivíduos que vão boicotando sistematicamente a vontade e o desejo desta gente de caminhar o caminho do futuro que fez por merecer. O meu silêncio ao contrário das vozes dos outros vai juntar-se ao silêncio de um milhão e setecentos mil inocentes.
Meu caro 7ze, meu caro Didinho, não precisam de me apagar do vosso blog, eu saio como entrei, com a mesma paixão, a mesma vontade, o mesmo desejo, o de poder ajudar e contribuir para um futuro melhor de um povo que aprendi a respeitar.
Cumprimentos,
Marcelo Marques