Os dirigentes cabo-verdeanos cada vez mais perto da América... (e pelas piores razões). Em comentário às declarações da Ministra cabo-verdeana à Rádio sobre o caso dos dois polícias libertados, depois de acompanharem até Bissau uma cidadã guineense «deportada», John Mattos escreve no Cabo Verde Directo:
As palavras têm um peso histórico, jurídico, literário, sociológico, etc etc.. Isto para dizer que a palavra «Deportação» utilizada sai do seu contexto histórico, jurídico e político. A palavra mais adequada seria expulsão ou extradição ou outro sinónimo mas NUNCA deportação, que tem um pesado sentido histórico, lembrando o tráfico de escravos negros para as Américas e mesmo para aqui para a Cidade Velha, ou então o dos judeus para os campos de concentração. Em Cabo Verde, esta palavra não era utilizada até há bem pouco tempo, uns 10/15 anos; surgiu com a imitação/tradução da palavra deportation, quando os americanos começaram a expulsar os caboverdianos em situação ilegal para CV. Passou-se a traduzir à letra "deportation" que deu deportação. Ora bem, em português, deportação tem uma história político-jurídica ligada à escravidão dos negros e à deportação dos judeus.
PS Não se percebe: se a tendência é de deportation, para que levaram Bubo? Como lhe deveríamos chamar? Importation é para mercadorias, parece desadequado. Será que Obama, como prometeu para as minorias, está a pensar atribuir ao senhor Almirante uma «carta verde»?
Sem comentários:
Enviar um comentário