O ex-Ministro Paulo Portas, tentou dar um golpe de estado; no entanto, a sua incoerência e inconsistência traduziram-se em timings desapropriados e conduziram a uma percepção da sua atitude, por parte dos portugueses, como de uma certa infantilidade. Com estatuto de demissionário, ainda conseguiu criar um último embaraço ao Estado português: como bom lacaio dos americanos, interditou o espaço aéreo português à passagem do avião presidencial boliviano (numa atitude claramente ilegal e desnecessária pois se não podia sobrevoar o espaço francês, nunca cá chegaria), sob pretextos fúteis (falta de condições técnicas…) Até a presidente do Brasil, que passou por Portugal há pouco tempo, exigiu um pedido de desculpas (que o presidente francês se despachou a fazer).
O Primeiro-Ministro não pode ficar refém da imaturidade política de Portas traduzida numa chantagem pública desadequada e inoportuna (no princípio das férias? não poderia ter esperado pela «rentrée»?). Qualquer que seja o resultado da crise política artificial criada pelo gosto das passerelles e holofotes que alimenta o Presidente do PP PP, este não terá condições políticas nem legitimidade para continuar à frente das Necessidades, onde o seu sucessor poderá aproveitar o balanço para corrigir o tiro em relação à política externa, nomeadamente no que toca à Guiné-Bissau e à CPLP, que carece de uma total reinvenção, em termos identitários, para impedir que fique à mercê de políticos irresponsáveis como Paulo Portas. É a boa estrela de Portugal que está em causa.
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