terça-feira, 30 de julho de 2013

Cavo Berde resgata-se

As «instâncias» cabo-verdeanas mostram-se cada vez mais impacientes na resolução do caso dos dois espiões, com pedidos de desculpa do seu SEF ao homólogo guineense (justificação tardia e demasiado mastigada), contradições, etc. Umas baratas tontas sem o mínimo de serenidade ou sentido de Estado. E como muito bem lembrou o líder do MpD ao presidente, esta é uma oportunidade para mudar de discurso... (e já agora, redimirem-se dos seus erros, em relação aos quais foram atempada e repetidamente avisados por Corsino Tolentino).

Uma vez que foram anexados pelos Estados Unidos (52º Estado, depois de Porto Rico) talvez possam pedir ajuda a esses amigos «da onça», que deixam os lacaios em maus lençóis... Como pagou a DEA o serviço? Em droga, como é costume na organização? A única solução parece ser convencê-los a repor a situação ex-ante: ou seja, a devolução de Bubo ao Geba, acompanhado de uma pequena nota pedindo desculpas pelo equívoco. Dois cabo-verdeanos por um guineense. Para não parecer desequilibrado, digamos antes um Almirante por dois polícias.

Quanto ao tribunal de Nova Iorque, tenho a certeza de que o senhor Almirante fará um ponto de honra em se apresentar depois, pelo seu próprio pé, à «justiça» americana.

6 comentários:

  1. Considero que existem outras formas menos acintosas de insultar CABO-VERDE, para além daquelas que o seu post utiliza, a começar no erro, que espero seja isso mesmo, no nome do país. Existem outras bem mais agradáveis e simpáticas de defender o actual governo da GUINÉ-BISSAU! E pior ainda é desqualificar cidadãos para valorizar patentes. É que estamos a falar de pessoas, provavelmente chefes de família, cujo único “crime” foi cumprir ordens!
    E depois repare, o 52º estado americano que se refere está hoje situado nos mais elevados patamares de desenvolvimento africano não menosprezando dentro em pouco, em nada, alguns dos outros 51 estados! O tráfico de droga que existe em Cabo-Verde, será proporcional ao que existe na Guiné-Bissau, em Portugal e um pouco por todo o mundo, infelizmente. Insultar um país, um povo, SÓ porque ele se colocou ao lado de 99% dos países que condenaram e continuam a condenar o golpe de estado na Guiné-Bissau, parece-me despropositado, obsessivo e diria mesmo doentio. Cabo-Verde é um exemplo pela positiva de desenvolvimento em África e para além do valor dos seus cidadãos, e dos seus governantes, foi importante o apoio dos Estados Unidos e da Comunidade Europeia. Do que a Guiné-Bissau necessita aliás com urgência!
    Por aquilo que conheço do processo naturalmente que se exige um pedido de desculpas das autoridades Cabo Verdianas, mas aproveitar para lançar petróleo, achas, e fósforos para queimar uma relação de irmandade, isso não consigo entender.

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  2. Caro Marcelo:

    Pode pesquisar o meu blog, já fiz grandes elogios a alguns cabo-verdeanos esclarecidos, como Osvaldo Lopes da Silva ou Corsino Tolentino.

    De maneira nenhuma estão em causa as pessoas, como já referi em anteriores comentários, mas sim os (ir)responsáveis políticos do país.

    Como, aliás, muitos cabo-verdeanos têm expresso, não só o líder da oposição, mas cidadãos «vulgares», em comentários aos artigos sobre o assunto.

    Um «simples» pedido de desculpa, como sugere, não serve. É a atitude e o «passivo», que Cabo Verde deveria regularizar.

    Quanto ao método: se for a Vraga, ninguém se sente insultado se pedir Binho Berde. É uma brincadeira, com intenções acintosas, claro.

    Claro que não é uma gralha, julgo que dou poucos erros. Em tempos, antes dos correctores ortográficos, prestei serviço a editoras e um semanário.

    A «operação» não era contra os «visados», que, pelos vistos até já foram libertados inteiros... Prematuramente, na minha opinião.

    Quanto aos EUA, talvez um ou dois dessa meia centena de estados não esteja falido, como a cidade de Detroit... É o fim de uma referência.

    A suposta «exemplaridade» de Cabo Verde é um mito superficial, falível e pouco sustentável, assente em bases erradas, de servilismo e aculturação.

    Cabo Verde não pode afirmar-se contra a Guiné-Bissau, porque eram simples ilhas desabitadas, posteriormente povoadas por uma mescla forçada...

    Continuando na mesma linha do «insulto», nem se percebe sequer porque lhe chamaram «verde» e não amarelo ou vermelho, como se vê do céu.

    Ao fim ao Cabo, são um erro histórico, que alguns dirigentes aculturados, cegos pela obediência cega aos donos, insistem em defender.

    Cabo Verde precisa das suas raízes para construir a sua identidade. Viva a união GB-CV. Viva Amílcar Cabral!

    Não entenda as posturas do 7ze como agressivas: uma identidade ofendida tem direito à legítima defesa.

    Um abraço, Marcelo e obrigado pelo contributo educado e positivo

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  3. Sempre houve um certo discurso anti-berdiano em Bissau.

    É um sentimento quase anti-colonialista.

    Só que neste post é revelado algo mais, revela despeito.

    O PAIGC fez tudo muito mal, embora tivesse boas intenções.

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  4. Caro retornado

    Faço um mea culpa pelo tom, perante todos os amigos cabo-verdeanos (e estou a lembrar-me com especial carinho de uma cabo-verdeana que estudou comigo no ISCTE na turma de OGE 1985, que me iniciou na cachupa).

    Estou a lembrar-me de Cesária Évora, com as suas saudades... que souberam tocar a alma portuguesa.

    Não há despeito algum. Apenas a reposição do equilíbrio rompido com a «agressão» dos agentes cabo-verdeanos, que consistiu no rapto de um combatente da liberdade da pátria e chefe de estado maior, acto apadrinhado e aplaudido pelos dirigentes cabo-verdeanos.

    Reciprocidade não é uma palavra oca. Sobretudo entre irmãos. Faz tardia e tristemente lembrar Bob Marley com «Stolen from Africa, brought to America».

    Para traduzir o momento, tentei precisamente fazer uma recensão e traduzir esse sentimento de que fala. No entanto, de uma forma construtiva.

    Falo de construir uma identidade. E da necessidade de ligação ao continente de Cabo Verde. De repensar a lusofonia. Não uma lusofonia de «macacos» de engorda imitadores dos brancos, como muitos parecem querer concebê-la, à imagem de outras «fonias».

    O PAIGC e a sua luta devem imenso aos cabo-verdeanos.

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  5. Criticar Cabo-Verde pela sua ligação á lusofonia e á Europa dos brancos como você lhe chama, é não conhecer a realidade de Cabo-Verde e dos Cabo-Verdianos! Experimente fazer uma comparação entre países africanos, que se apoiaram á lusofonia dos macacos como lhe chama e outros muito bem conectados ás outras fonias, que curiosamente também são brancos, mas mais do que os lusófonos, esses sim,verdadeiros especialistas em criarem conflitos em África, e quer melhor exemplo que a Guiné-Bissau e os seus amigos da francofonia?

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  6. Aí falava já precisamente das «elites» dirigentes africanas em geral e dessa mentalidade vigente que é preciso erradicar como premissa de uma afirmação identitária consistente do Continente rumo ao futuro.

    Uma verdadeira reconciliação GB-CV, sem preconceitos, poderia ser um primeiro passo para uma liderança positiva nessa direcção, como sonhou Cabral, «o maior», segundo Mandela.

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