Com uma certa dose de fina ironia, Filomeno Pina acaba de traçar o perfil do «candidato natural» (CN) às próximas eleições presidenciais.
Numa análise de extrema sensibilidade psicológica, subtilmente detalhada, vem chamar a atenção para um ponto importante: o esquecimento a que parece «votado» o CN, como actor no palco ao qual pretendia subir. Simples apagamento ou desaparecimento puro e simples da cena?
Com Filomeno como psicólogo, quase que é possível sentir a dor, a frustração a arder no estômago do psicopata, face à erosão da sua «construção». Aparentemente incapaz de um gesto de grandeza, adjuvado por elementar bom senso, que seria desistir da sua ficção...
O especialista clínico põe o dedo na ferida, lembra ao nevrótico e impaciente paciente a realidade, da qual parece estar cada vez mais alheado, mas pressente que o caso é do foro patológico, tendendo a agravar-se com o tempo e com o afastamento em relação à realidade.
Excluído de qualquer cenário, o amor próprio do doente arrisca-se a ceder; a sua personalidade a abrir falência. A cair no fundo da sua auto-estima. De «bestial» a besta. Depois de se imaginar vencedor e aclamado, acaba indesejado e pior: esquecido!
Parece natural que ninguém sinta a falta do CN. No Partido do qual continua presidente, tornou-se um peso morto, bloqueando todas as saídas, para além da sua própria. Que poderia hoje oferecer aos guineenses, com todo o passivo de favores que acumulou na tentativa de asfixiar o país?
Compare-se com a atitude digna de Luís Cabral, que, arredado do poder, nunca tentou prejudicar o seu país, nem sequer se exilou em Cabo Verde. «Retornados» na política guineense, dão mau resultado, como ficou suficientemente (senão demasiado) claro com Nino Vieira...
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