A RFI acaba de publicar, em jeito de notícia, a tomada de posse por parte de Angola, da Presidência do Conselho de Paz e Segurança da OUA.
Nessa peça está inserida uma entrevista de cinco minutos a um «analista» político angolano, o qual se oferece como intérprete das opiniões e sensibilidades angolanas (quero dizer, a voz do dono).
Amílcar Xavier, depois de referir que Angola irá decerto utilizar o seu posto para defender os seus interesses estratégicos consubstanciados nas concessões de bauxite efectuadas pelo anterior governo guineense, julga que deverá «assumir as suas responsabilidades» em «ajudar» (nem que seja à força?!) a Guiné-Bissau, sendo essa a agenda de uma próxima visita do Presidente de Cabo-Verde a Luanda.
O mais grave (ainda para mais em declarações à Rádio France Internacional) é a acusação de a França (não estará na altura de fazer, mais que um desmentido, uma «mise au point», um esclarecimento?) ter instigado os militares guineenses a darem o Golpe de Estado (por inveja, presume-se, da concessão da Bauxite a Angola em seu detrimento). Traduza-se: a Guiné não existe, nem os guineenses, quanto mais os seus legítimos interesses, não passa de um simples palco para as disputas de poder geo-estratégicas sobre recursos minerais entre Angola (os bons) e os outros (os maus, claro).
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