Os Estados Unidos desinteressaram-se da manutenção do grande porta-aviões que mantinham no Atlântico Norte. A Europa, constituída como bloco, deixou de ser um foco de atenções, o interesse deslocou-se para Sul, num contexto mais global e actual de neo-imperialismo, com objectivos já não tanto estritamente militares, como era o caso durante a guerra fria, mas agora de garantir o acesso privilegiado a fontes de energia e matérias primas, sobretudo fazendo face à intensa actividade de interesses chineses na zona.
Preparam-se agora para colonizar os arquipélagos de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, transformando-os em bases militares avançadas dos seus interesses económicos. Qual espada de Damocles suspensa sobre o Continente, toda a África Ocidental (em sentido lato - do Cabo a Gibraltar) ao alcance do punho. Os americanos não devem iludir-se: o problema de África, bem exemplificado pelo caso da Somália, é precisamente o de encararem apenas soluções militares, sem lidar com as causas profundas.
Se a intervenção da França no Mali irritou a União Africana, que dizer da anexação à América continental da orla costeira ocidental? Acabou-se a deriva: é a união dos continentes!
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