Em Addis Abeba, o embaixador angolano na União Africana deu hoje uma entrevista, no quadro da presidência angolana dessa Organização. Arcanjo quer dar um «golpe» (parece encarnar o arcanjo Miguel, representado por um braço alado, armado de uma espada) nos golpes... três países estão na mira: em relação a Madagáscar, Angola pretende contrariar o tribunal eleitoral local, que aprovou três candidaturas supostamente indesejadas pela Organização de Unidade Africana; no Mali, o embaixador mete os pés pelas mãos, para evitar traduzir por miúdos «está entregue aos franceses»; já quanto à Guiné-Bissau, o embaixador preferiu omitir as recriminações (pelo menos até à cimeira?). A «tolerância zero» é justificada pela vontade de «evitar precedentes». Sem querer contestar o mérito da intenção, deverá ler-se nesta omissão a subtil oferta de uma MISSANG II, camuflada de OUA?
Na minha opinião, considerando o patriotismo invocado para a constituição do Comando Militar de 12 de Abril do ano passado, e uma desejável consistência na sua actuação, as Forças Armadas deverão estar atentas a manobras subreptícias, atentatórias dos princípios constitucionais que as regem, no sentido de evitar acordos, pactos ou quaisquer outros clausulados «políticos» de «estabilização» pós-eleitorais, condicionando o agora propalado apoio externo (quem não se lembra dos milhões prometidos ao Fadul... quantos meses, anos, levaram a chegar?) à presença de forças armadas estrangeiras para substituir (com mandato «alargado») a ECOWAS, cuja função está bem delimitada. Neste contexto, considero que o modelo de transição está obsoleto e desacreditado, revelando-se agora como plenamente desadequado à prossecução dos objectivos patrióticos declaradamente encetados a 12 de Abril de 2012 e da responsabilidade do Comando.
Não há «conflito» na Guiné-Bissau (para além dos de interesses).
Ingerência estrangeira armada não é solução.
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